Ministro do STF Marco
Aurélio concede habeas corpus a um dos
mandantes do crime, ocorrido em 2005
Da Redação - Brasil de Fato | São
Paulo, 25 de Maio de 2018
O
fazendeiro Regivaldo Galvão, preso desde 2017 pelo assassinato da missionária
Dorothy Stang, recebeu o benefício de um habeas corpus concedido
pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta
quinta-feira (24).
Stang foi morta a tiros no dia 12 de fevereiro de 2005 no município
de Anapu, no Pará. A promotoria do Estado afirma que a missionária foi morta em
retaliação por seu trabalho em defesa da criação de assentamentos para
trabalhadores rurais em terras públicas, reivindicadas também por fazendeiros e
empresas madeireiras da região.
Regivaldo Galvão havia sido condenado a 30
anos de prisão em 2010, mas aguardava julgamento dos recursos em liberdade, até
que, em 2017, o próprio STF determinou sua prisão. Outras quatro pessoas também
foram condenadas a penas que variam de 17 a 27 anos de prisão.
Vitalmiro Basos de Moura, o Bida, é apontado como mandante do crime,
junto a Regivaldo. Ele cumpre pena em regime domiciliar desde 2015, por
determinação do juiz Luiz Trindade Júnior, da 5ª Vara Penal de Altamira.
Perseguição
A Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade
na qual a freira atuava, divulgou nota à imprensa sobre a decisão do STF.
"A Diretoria e Coordenação Executiva
Nacional da CPT, comprometidas com o povo da terra, das águas e das florestas,
reiteradamente têm se expressado sobre como a impunidade alimenta
cotidianamente a violência contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo
brasileiro e seus aliados. O caso da missionária era uma exceção à regra,
possivelmente por ser estrangeira de nacionalidade estado-unidense, pois os
acusados de sua morte foram julgados e condenados", aponta o texto.
"Vivemos a lamentável situação em que
autoridades de diversas instâncias, tanto do Executivo, quanto do Legislativo e
do Judiciário dão o suporte que esses latifundiários precisam para continuar
impondo seus interesses sobre os povos e comunidades", segue a nota.
"Quem se atrever a levantar a voz em
favor dos sem terra, dos camponeses pobres, posseiros, ribeirinhos e de outras
comunidades rurais certamente vai enfrentar a perseguição".
Edição: Diego Sartorato
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*** Nesse
nosso Brasil injusto e desigual, no qual o judiciário é um mantenedores, com
essas suas ‘interpretações’ absurdas da lei. Com essas decisões, esse
judiciário só faz aumentar seu descrédito, e o dito popular “...No Brasil, o crime compensa – e como compensa!”.
E viva
nosso ‘stf’, o derradeiro guardião da justiça e da lei!
(Eduardo
Hirata)