Bom dia, caras leitoras, caros leitores! Retornando, após onze dias, em viagem familiar, aproveitando a Pácoa! Abraços, bons trabalhos, saúde, paz!
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Caso do menino assassinado, BERNARDO: A sociedade
negligenciou?
O assassinato do menino BERNARDO levanta uma comoção em todo
país, e no bojo, amplia e protagoniza os DCA/Direitos da Criança e do
Adolescente. Aqui em Açailândia do Maranhão e do Brasil, não fugimos à regra
nacional, mas observo inquieto que ninguém vocifera (coviferou) pedindo penas
rigorissimas, ai incluída a extrema, a pena de morte, ao presumido casal autor
desta barbárie, e sua cumplice.
Pelo menos com o mesmo vigor com que vociferam quanto autor é
adolescente...Por aqui, o discurso da política de atendimento (o sistema de
garantia de direitos/, a rede de atendimento...) “prioriza” a prevenção, o
“agir” antes que aconteça o pior...
Mas tal discurso é
discurso mesmo e só. Crianças e Adolescentes são “o problema”, e muito pouco,
quase nada, se faz efetiva e concretamente, preventivamente, para evitar o
curso e o final cruel das histórias de Crianças e Adolescentes, sempre
“crônicas de mortes anunciadas”, como comprovam dezenas e dezenas de “casos”.
Que nosso “sgd” e nossa “rede de atendimento” possa aprender
algo no artigo de Romi Krás Hahn, cientista político, publicado no jornal
gaúcho “Zero Hora”.
A SOCIEDADE
NEGLIGENCIOU?
(Por ROMI KRÁS HAHN, cientista político, no jornal “Zero Hora”-RS,
21 de abril de 2014 : “Podemos, sim, ficar mais atentos aos sinais que crianças
emitem à nossa volta”
A tragédia do menino
Bernardo, de Três Passos, assassinado aos 11 anos de idade, cujos principais
suspeitos são o pai, a madrasta e uma amiga dela, é surreal e terrível demais.
Dói e emociona a gente só de ler sobre o assunto.
E, desse acontecimento
terrível, nós, sociedade, devemos tirar alguns ensinamentos. A criança
claramente dava sinais de estar sofrendo abandono afetivo e maus-tratos _ psicológico
e talvez físico também _ chegando inclusive a tomar a iniciativa de buscar
ajuda junto ao MP, ou seja, fazendo o que a maioria dos adultos, por omissão ou
comodismo, não fez. Há relatos de que ele procurava casas de amigos para passar
os finais de semana, inclusive indicando ao MP algumas dessas famílias para
adotá-lo provisoriamente.
Essas, no entanto, negaram-lhe abrigo, não
queriam se envolver no caso. A avó queria adotá-lo, mas o monstruoso pai não
deixava. Imaginem o inferno que era a vida desse menino.
A questão que se coloca
é: houve negligência da sociedade com o comportamento dessa família? E, quando
falo sociedade, refiro-me a todos que tinham contato com a criança: vizinhos,
amigos, professores, direção da escola, autoridades.
Pelo fato de o pai ser médico (e bem de vida)
todos esses atores (principalmente os órgãos protetores dos Direitos da
Criança) foram condescendentes com o comportamento desse pai?
Com certeza a polícia
vai desvendar rapidamente as razões desse crime bárbaro. Essas pessoas, no
entanto, não passarão mais do que alguns poucos anos na cadeia, logo estarão
soltos por bom comportamento _ são classe média alta e podem pagar bons
advogados _ e estarão de volta ao convívio social.
E, por mais injusto que isso pareça, não há
nada que possamos fazer.
Agora, podemos, sim,
ficar mais atentos aos sinais e pedidos de socorro que crianças em situações
semelhantes emitem à nossa volta. Esse é o principal ensinamento, a lição que
devemos todos tirar dessa tragédia chamada Bernardo Boldrini.
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