terça-feira, 14 de novembro de 2017

Jovens de centro de semiliberdade são executados em Fortaleza

Chacina chocou pela violência e crueldade dos criminosos.
Centro educacional para jovens de 12 a 18 anos é considerado modelo.


(Fonte: G1.com., 13/11/2017)



Uma chacina em Fortaleza chocou pela crueldade dos criminosos. Eles executaram, na madrugada desta segunda-feira (13), jovens que estavam internados num centro de semiliberdade do estado.

Um grupo de dez a 15 homens armados invadiu o centro educacional e retirou a força seis jovens que cumpriam medida socioeducativa. Quatro deles foram levados para uma rua próxima e mortos com tiros na cabeça.

A crueldade dos criminosos foi tanta que eles também divulgaram a foto de um menino de 13 anos desesperado momentos antes de ser executado.

O centro educacional fica na Zona Sul de Fortaleza. É considerado modelo porque oferece uma alternativa para os jovens de 12 a 18 anos que cometeram delitos sem gravidade, sem uso de arma por exemplo.

Eles não perdem a liberdade. Estudam e trabalham de dia e se apresentam à noite - de segunda a sexta - para cumprir a medida socioeducativa.

Por isso, segundo o juiz da Infância e Juventude, são adolescentes que, normalmente, não voltam a praticar delitos.
“De uns meses para cá, a gente recebeu algumas denúncias, e essas denúncias foram encaminhadas para o estado, de que alguns jovens estariam se sentindo ameaçados por morarem em outros bairros, por residirem em determinados bairros que não eram dominados por aquela facção que domina aquela favela ali, aquele local onde o centro está encravado”, disse o juiz da 5ª Vara da Infância, Manoel Clístenes.

O superintendente do Atendimento Socioeducacional do Ceará, Cássio Silveira Franco, disse que a segurança foi reforçada depois das ameaças: “Tivemos conhecimento por parte do sistema de Justiça dessas situações de ameaças por parte de facções rivais. O reforço policial foi feito na semiliberdade, assim como nas outras unidades, mas a natureza, a gravidade como foi feita a ação, realmente foi imprevisível.” 

O centro vai ficar fechado por uma semana. Durante esse tempo, os cerca de 50 jovens atendidos no local vão ficar em casa.
À tarde, dois corpos foram encontrados numa lagoa próxima. A polícia investiga se são os dois outros jovens levados pelos criminosos.

Na noite desta segunda-feira (13), o Juizado da Infância e Juventude decidiu manter o centro fechado por um mês. A polícia já identificou os assassinos, mas ninguém ainda foi capturado. Nós pedimos uma posição do governo do estado sobre a chacina, mas não tivemos resposta.



·       Um cidadão açailandense me disse, meses atrás: “Eduardo, menor infrator é que nem bandido maior: só é bom morto...”.

Fico pasmo com a maioria de nossa sociedade pensando assim, e estarrecido com a marcha que ‘a coisa’ pega no Brasil: “é redução da maioridade penal, é endurecimento de penas, é até pena de morte”.

Aqui em Açailândia do Maranhão, Brasil que é, nada diferente.
Não bastou/basta o assassinato de cinco jovens quando cumpriam medidas sócioeducativas sob “proteção do Estado/governos”, ou o extermínio de mais de vinte jovens recém-egressos dessas medidas.

O ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente, e a “lei do SINASE/Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo” são claramente ignorados tanto pela sociedade como pelo Estado/governos, e certamente fossem respeitados em dez por cento, o maior e mais essencial dos Direitos Humanos, o DIREITO À VIDA (e olhem onde vai nossa hipocrisia, de uma das  maiores  nação cristãs do mundo...), seria assegurado a todos brasileiros e todas brasileiras.

A chacina de Fortaleza, em estabelecimento considerado  modelo, infelizmente demonstra e comprova a falência do ‘sistema’ na atenção e no cuidado com a nossa juventude.



** Retornando ao blog, após mais de mês por aí, longe desse insensato mundo, e publicando logo uma noticia dessa... Mas a vida continua...

(Eduardo Hirata)

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