63% dos pais não querem que filhos sejam professores
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Veículo(s)
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(Do Extra Online -
RJ, citado pelo Portal da ANDI, 15/10/2013)
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Ter um filho ou uma filha no
magistério não é mais o sonho da família brasileira.
Pesquisa inédita da UniCarioca, feita com
exclusividade para o jornal Extra, do Rio de Janeiro (RJ), revela que apenas
37% dos cariocas apoiariam seus filhos na escolha da profissão.
Para 73% dos entrevistados, a carreira não
tem qualquer prestígio no País.
E os problemas vão muito além da
questão salarial: 92% acreditam que os alunos já não respeitam mais os
professores e 63% disseram que não incentivariam seus filhos a seguir a
profissão.
Segundo a pesquisa, no entanto, só 5% dos
entrevistados acreditam que a falta de respeito do aluno é motivada pelo
salário do professor.
A maioria (38%) acredita que as escolas não
são bem estruturadas e 31% veem a impunidade como razão primordial.
A falta de educação familiar aparece
com 10% das opiniões, mesmo percentual que aponta a formação inadequada dos
professores como causa do desrespeito do aluno.
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Meu comentário:
Já se foi o tempo em
que os sonhos das famílias brasileiras incluíam filhos advogados, engenheiros e
médicos, e filhas, professoras. Ou que seguissem a vida religiosa, padre ou
freira.
A realidade atual do
ensino brasileiro, da educação infantil à universidade, é de estarrecer, com
estabelecimentos, estudantes, professores(as) tornando-se manchetes das páginas
policiais dos jornais.
Aqui em Açailândia, que
é Maranhão e Brasil, nada muito diferente, e tanto faz escola privada e
pública, estudante pobre ou rico!
Recente reunião na
Câmara de Vereadores, da rede municipal de ensino com o MPE, Policia Militar,
Conselhos Tutelar e Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente tratou
da questão da “indisciplina, bullying, violência nas escolas”, sobrando a
fartar reclamações e denúncias mas também propostas e recomendações.
Neste dia 15 de
outubro, Dia do(a) Professor(a), não deve ter faltado muito debate e reflexão
sobre o seu papel, na acelerada e
conturbada sociedade em que vivemos.
E aproveitando a
oportunidade, republico o texto a seguir:
Paz nas escolas: FORMAÇÃO É O CAMINHO
A inserção da cultura da paz nas escolas
brasileiras foi tema das discussões de educadores de todo o país na Conferência
Nacional da Educação Básica, em Brasília (2008).
A
formação continuada dos profissionais da educação para conviver com o ambiente
de violência nas escolas e a inserção da família no processo de
ensino-aprendizagem foram apontados como caminhos para a construção da paz no
contexto escolar.
O desafio, segundo os educadores, é transformar a
escola em um ambiente de sensibilização e vivência.
A necessidade de ampliar a noção do que é cultura
da paz e como ela pode ser implementada nas escolas foi discutida sob os
aspectos da inclusão social e do debate em torno de políticas pedagógicas
voltadas para a construção do afeto entre os agentes envolvidos no processo
educacional.
“Não é
possível fazer pedagogia da paz sem estabelecer laços de afeto entre as
pessoas”, afirmou Luiz Henrique Buest, especialista em desenvolvimento social,
direitos humanos e cultura da paz.
Segundo Buest, entre os elementos que possibilitam
uma cultura de paz nas escolas está o conhecimento do contexto em que cada
criança está inserida em casa, no bairro ou na cidade onde mora.
“Precisamos reconhecer que as crianças são
seres humanos integrais, com coração, consciência e emoção.
Com elas, na sala de aula, está a mãe, que foi
agredida na noite anterior, ou o pai, que está embriagado, ou o tiroteio que
presenciou no bairro.
É preciso trabalhar essa criança para a convicção
de que a paz é possível”, disse.
O professor Ricardo Henriques, da Universidade
Federal Fluminense, explicou que entre o ventre materno e os três anos de
idade, o ser humano desenvolve 92% de capacidade cognitiva, afetiva.
No Brasil, 52% das crianças até seis anos vivem em
condições de pobreza, em um contexto contrário à cultura da paz.
“As estatísticas nos informam que, no auge da
capacidade cognitiva, essas crianças são privadas de condições básicas e
inseridas no contexto da cultura da guerra.
Ou
seja, da intolerância, do preconceito, da discriminação e da ausência de
expectativas”, destacou.
(Do Portal da ANDI)