Aqui em Açailândia do Maranhão, o governo e a administração pública têm,
sim, religião...
Por exemplo, as sessões da Câmara Municipal iniciam com leituras de
versículos bíblicos.
Conselhos, idem. E outras repartições...
Só após as devidas orações a ‘deus, Jesus Cristo’ – e por aí se constata
que a religião adotada por nosso governo municipal, representante do Estado
Brasileiro Democrático de Direito -, é que se parte para as questões
propriamente “públicas”...
Sou católico apostólico romano, bissexto, e não vou mais às sessões da
Câmara, estou deixando de comparecer a assembléias e reuniões de Conselhos e
outros órgãos: não consigo mais entender “tanta religiosidade” misturada e tudo
junto com as questões de políticas públicas...
A seguir, noticia da “Carta Capital” sobre o assunto.
Mas não vai dar em nada, já se viu o que aconteceu na votação do
impeachment da Dilma...
Autoridades públicas, temerosas de castigos divinos, continuarão tudo
junto e misturado, juntando e misturando política+religião, estado+igreja (e
que seja cristã, bem entendido...)
(Eduardo Hirata)
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Política
Secretária de Temer é
orientada a não realizar cultos no gabinete
Recomendação foi feita pela Comissão
de Ética Pública da Presidência. Em março, CartaCapital revelou que Fátima
Pelaes promovia rodas de oração com servidoreS
Na
foto, a secretária Fátima Pelaes (primeira à esquerda), durante roda de oração
em seu gabinete
A Comissão de Ética
Pública da Presidência da República enviou uma recomendação à secretária
Especial de Políticas para as Mulheres do governo Michel Temer, Fátima Pelaes, para que não volte a realizar cultos evangélicos
em seu gabinete, na sede do órgão em Brasília.
Em março, reportagem de CartaCapitalrevelou que a secretária estava promovendo rodas
de oração na repartição. Nesta segunda-feira 21, o presidente da comissão de
ética, Mauro Menezes, informou que o órgão decidiu enviar a recomendação à
secretária.
“Qualquer ação que
possa levar a um constrangimento dos servidores não deve ocorrer no ambiente da
repartição pública”, disse Menezes em entrevista a CartaCapital.
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No documento enviado a Pelaes, a comissão
faz três recomendações: que a secretária “não aja de forma a constranger servidores
ou ocupantes de cargo a participar de cultos ou atividades religiosas”; que
“não pratique quaisquer atos de represália contra aqueles servidores ou
ocupantes de cargo que se recusem em participar de cultos (...) nem beneficie
ou privilegie servidores ou ocupantes de cargo em decorrência de sua confissão
religiosa ou ausência dela”; e, por fim, que os cultos não sejam realizados em
seu gabinete, mas “em auditório e fora do horário de expediente”.
A comissão enviou pedido de explicações
ao gabinete em dois momentos, em abril e em maio, mas não recebeu nenhuma
resposta de Pelaes. “A secretária se manteve em silêncio, não se manifestou, o
que é muito pouco usual. Todas as autoridades, principalmente aquelas do alto
escalão, costumam reverenciar e prestar informações à comissão”, disse Menezes.
A comissão poderia ter imposto uma sanção
à secretária – advertência ou advertência com recomendação de exoneração
–, mas optou pela recomendação. "Achamos que seria mais eloquente e
eficaz, em vez de dar pura e simplesmente uma sanção ética, dar uma
recomendação. Temos feito isso em alguns casos", afirmou Menezes.
A secretária tomou
posse em junho de 2016, ainda no governo interino de Temer. O nome de Pelaes, que é presidenta do PMDB
Mulher, foi indicado a Temer por deputadas do Partido Republicano Brasileiro
(PRB), sigla ligada a Edir Macedo e à Igreja Universal do Reino de Deus, e a
escolha foi fortemente criticada por movimentos feministas.
À época da publicação da reportagem, a
assessoria de imprensa da secretária afirmou que a foto que acompanhava o texto
retratava um “episódio isolado” por conta da comemoração do aniversário de
Pelaes, no dia 14 de fevereiro.
Para Menezes, “os espaços públicos não
podem ser apropriados por convicções religiosas ou partidos”. “Nós temos a
convicção de que, no interior da repartição, as pessoas que talvez estivessem
cabisbaixas estão agora de cabeça erguida.”
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