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MARIA MARTA SILVA BEZERRA.
Menina
açailandense desaparecida da Praça da Bíblia, no final da tarde de 11 de agosto de 2004.
Foi encontrada, por um tio, praticamente
uma semana depois, seu corpo adolescente brutalmente seviciado, próximo à
entrada da Colônia, numa estrada vicinal.
MARIA MARTA completaria no dia 26 de agosto daquele
ano de 2004, seus dezoito anos de vida.
MARIA MARTA, nasceu no antigo Hospital Geral, do
doutor Gerson Abreu, filha
caçula de Maria Madalena Silva Bezerra, hoje com cinqüenta e cinco anos, e
Manoel Nunes Bezerra, sessenta e dois anos. Ela, dona de casa, ele na época,
vigia no Hospital Municipal.
MARIA MARTA estudava o segundo ano do ensino médio no Centro de Ensino Lourenço
Antonio Galletti. Naquela escola estadual estudava desde a quinta série do
ensino fundamental. Sua primeira escola foi a Creche São Lourenço, da Vila Bom
Jardim, onde sempre morou e mora sua família até hoje. Depois, estudou os anos
iniciais do ensino fundamental na Escola Municipal Simone Macieira.
A mãe, dona Maria Madalena, lembra que MARIA MARTA
foi uma boa estudante, com alguma dificuldade em matemática.
De família católica, da comunidade São Pedro, MARIA
MARTA fez sua primeira comunhão com onze anos de idade. E depois , a crisma.
Um dos sonhos da adolescente MARIA MARTA era
tornar-se uma estilista. Rabiscava, desenhava, se empolgava, mostrava com
orgulho e feliz seus desenhos de roupas, sua moda. A mãe, Maria Madalena,
guarda saudosa e com carinho, um álbum com esses desenhos, o sonho interrompido
de MARIA MARTA
Recorda dona Maria Madalena, que ensinou MARIA MARTA a costurar, e uma vez levou-a ao
Armazém Paraíba, quando teve um estilista dando curso. Foi uma das grande
alegrias de sua filha.
MARIA MARTA, segundo a polícia e o ministério
público, foi vítima de um crime sexual, com requintes de tortura e
perversidade, fato que chocou não só nossa cidade, mas toda nossa região.
E é preciso que se diga: a Praça da Bíblia, a mesma
de onde MARIA MARTA foi levada a sacrifício, continua sendo local de
favorecimento ao “aliciamento/agenciamento” que resulta em resulta em violência
sexual, hoje crime hediondo!
O presumido assassino, João Gonçalves, foi um
colega de escola, comerciário, preso desde então, julgado e condenado cumprindo
pena, mas pelo assassinato de outras duas jovens, Gerlene e Edinete. Teria
contado com a cumplicidade de Elizangela, sua namorada, e que já está em
liberdade.
MARIA MARTA, completaria trinta e um anos de vida neste 26 de agosto de 2017, e treze
anos após, ainda não se fez justiça que
merece, não se faz justiça, que a sua família merece!
13 anos se
passaram, e uma resposta definitiva sobre a bárbarie de que foi vítima MARIA MARTA ainda não foi
dada, o que caracteriza uma
impunidade injustificável e inaceitável!
Só nos resta, só resta a Açailândia, homenagear a
memória da adolescente MARIA MARTA, que nos foi levada pela maldade humana e
pela precariedade, ainda, de
nosso sistema de segurança e de garantia de direitos de Crianças e
Adolescentes, e da
justiça, incapaz tanto de prever como punir e reprimir.
Neste sentido, temos a Lei Municipal n.º367, de 08
de setembro de 2011, instituindo o “Dia MARIA MARTA” em 26 de agosto, data de
seu natalício.
Não podemos esquecer, por que esquecer é permitir,
não podemos nos calar, pois calar é consentir!
É preciso que perpetuemos a memória de MARIA MARTA,
para que nos conscientizemos de que “lembrar é combater”.
(Foto: facebook, postagem de Thiago Silva Bezerra)
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