(Informe da Secretaria
Executiva do Fórum DCA Açailândia – Centro de Defesa da Vida e do
Direitos Humanos Carmen Bascarán)
A reportagem de Roberto Cabrini, no
programa do SBT, “Conexão Repórter”, de 25/06/2014, mostrou a realidade da
exploração sexual infanto-juvenil no Brasil acentuada no oba-oba da Copa de
futebol da FIFA..... Uma sociedade que permite isso acontecer está fadada ao
caos. Ainda são poucos e poucas os que combatem esse crime.
_ "A outra Copa", o lado
obscuro da Copa do Mundo. O espaço onde o dinheiro manda e tudo parece à
venda._
Roberto Cabrini comandou uma
investigação de semanas a fio e constata o aumento dos abusos em tempos em que
gente do mundo inteiro ocupa o cenário nacional.
Um mercado clandestino, obscuro,
lucrativo, onde as crianças são as que mais perdem.
Crianças de 12, 14, 15 anos à venda
para o sexo.
Vistas grossas, intermediários e,
muitas vezes, o consentimento dos pais.
Os bastidores de uma realidade de
nossa nação. O Brasil do futebol, do samba, da descontração e da amizade é
também o país do turismo sexual e, o pior, da exploração sexual de menores.
Uma parcela dos estrangeiros que
chegaram ao Brasil para os jogos do Mundial foi atraída também por essa rotina
de impunidade. Apesar de todas as campanhas contra a prática, nossa
investigação revela que a situação está longe de ser controlada.
Uma história que costuma começar lá
fora: a venda da promessa de sexo fácil.
A reputação de que o Brasil abriga
uma espécie de paraíso do sexo proibido, onde a impunidade é a marca principal.
Um submundo que atrai uma parcela de
turistas internacionais, de interesses escusos que se juntam a brasileiros do
mesmo tipo e se misturam a torcedores legítimos da Torre de Babel do festival
da Copa....
Meu comentário:
E ainda vem Luciano
Huck, da Tv-Globo, “botar mais gasolina na fogueira”, incentivando jovens brasileiras a
buscarem “parceiros estrangeiros... aproveitando a copa do mundo de
futebol...”... E convenhamos que boa
parte deles vem atrás delas aqui no Brasil...
Como o trabalho
infantil, a exploração sexual de Crianças e Adolescentes, bem como o abuso
sexual, se “incorporam” à cultura brasileira do “...é uma coisa normal, não tem nada
demais, as meninas e jovens brasileiras são precocemente sexualizadas, é
resultado do clima, da mistura das três raças... quando tem violência, é coisa
de gente doente... isso de abuso e exploração é frescura dos Direitos
Humanos...”, me dizia, imaginem, um professor.
(Para o OIT-
Organização Internacional do Trabalho -, a exploração sexual comercial de Crianças e Adolescentes constitui uma das piores formas de trabalho
infantil).
Em Açailândia do
Maranhão, por exemplo, “... se tornou banal, rotina e costume, uma vergonha a omissão da
sociedade e do governo, que fazem vista grossa...”, me diz uma professora.
E assim como Cabrini e
o SBT, até que a imprensa local faz sua parte, informando, noticiando, mas o “sistema” não responde à altura: a
denúncia anda desmoralizada (... que é que adianta denunciar pras
autoridades, que não fazem nada, e acaba sobrando prá quem faz a denúncia, me diz uma estudante de Serviço Social).
Se suspeit@s e abusadores(as) e exploradores(as)
aqui de Açailândia do Maranhão, ficam na maioria esmagadora impunes (conta-se nos dedos de uma mão a punição exemplar exigida pela
Constituição Federal, em seu artigo 227, § 4º), por outro lado o “sistema”
também não dá muita atenção às vítimas e suas famílias, bem como às comunidades
impactadas, como também determina a lei e política sócio-assistencial.
É, definitivamente, a
treva!
(Eduardo Hirata)
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