(Padre Zezinho, in Portal da Revista Familia Cristã, 10/05/2013)
Pelos pratos de sopa no seu peito,
pelas colheradas no seu olho,
pelos beijos sujos de chocolate,
pelas golfadas de leite no seu vestido de missa,
desculpe, mãe!
Pelo seu vaso de flor preferido que eu quebrei,
pela sua aliança que joguei no ralo,
pelos sustos que lhe dei, um depois do outro,
pelas noites que passei chorando e você acordada,
desculpe, mãe!
pelas colheradas no seu olho,
pelos beijos sujos de chocolate,
pelas golfadas de leite no seu vestido de missa,
desculpe, mãe!
Pelo seu vaso de flor preferido que eu quebrei,
pela sua aliança que joguei no ralo,
pelos sustos que lhe dei, um depois do outro,
pelas noites que passei chorando e você acordada,
desculpe, mãe!
Pelas palavras malcriadas do adolescente que eu era,
pela ingratidão daquele dia
em que você pediu carinho e eu fugi,
pelas mentiras que eu disse, sabendo que a feria,
pelas vezes que eu a achei chata por pegar no meu pé,
desculpe, mãe!
Por ter voltado menos vezes do que deveria,
por achar totalmente
que não tinha mais nada a aprender com você,
por não entender o seu processo de envelhecimento,
desculpe, mãe!
Acho que nunca conseguirei entender o que é ser mãe.
Felizmente, você sabe o que é ser mãe.
E é por isso que olho para você e,
com um imenso "desculpe",
grito feliz o meu "obrigado".
Eu nem sempre soube ser filho.
Felizmente, a senhora nunca se esqueceu de ser mãe.