A entrega do projeto representa um avanço na luta por
uma moradia digna às famílias de Piquiá de Baixo.
Na próxima terça-feira (21) acontece audiência pública
para apresentação e entrega do projeto urbanístico e habitacional do novo
bairro para os moradores de Piquiá de Baixo. A audiência foi convocada pelo
Promotor de Justiça Leonardo Rodrigues Tupinambá, da segunda Promotoria de Justiça
e acontece às 9 horas, na Câmara Municipal de Açailândia.
, o
Os representantes dos moradores vão apresentar oficialmente
o projeto que foi elaborado com a assessoria técnica do Centro de Trabalhos
para o Ambiente Habitado (Usina CTAH) em conformidade com as necessidades das
famílias que compõem o bairro.
A entrega do projeto às autoridades do município representa
um avanço na luta por uma moradia digna às famílias de Piquiá de Baixo. Há
décadas elas sobrevivem ao lado de cinco siderúrgicas, sofrendo com a poluição.
Após muito trabalho da Associação Comunitária dos Moradores com o apoio da
igreja e de entidades não governamentais como Rede Justiça nos Trilhos e Centro
de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos (CDVDH), a população conseguiu na
justiça ser reassentada para um novo local.
No dia seguinte (22) o mesmo acontece em audiência, às
14h30, no auditório da Escola Superior da Defensoria Pública do Estado do
Maranhão, em São Luís. Após a aprovação, começa o trabalho de procura das
linhas de financiamento para a construção do bairro.
“Essa é
apenas uma das etapas do reassentamento. Muitas outras ainda têm que
ser efetivadas para tornar o reassentamento possível e retirar as famílias
dessa condição indigna. Por exemplo, é necessário que a em presa Vale também
assuma a sua responsabilidade pela situação e repare esse
dano contribuindo com recursos para a construção das casas”, afirma
Sislene Costa, membro da Rede Justiça nos Trilhos. O projeto é a base para a continuidade do
processo de reassentamento dos moradores.
(Rede Justiça nos Trilhos)
(Meu comentário:
Espera-se que o Estado/governos federal, estadual e
municipal, tomem jeito, e com as empresas siderúrgicas e a Vale, resolvam de
vez, em definitivo, essa questão do reassentamento do povo do Pequiá de Baixo.
Não é possível, não se
pode demorar, é intolerável protelar uma solução. Vida, saúde, moradia,
liberdade, respeito, são Direitos inalienáveis, indiscutíveis, e o que tem sido
cometido com esse povo, ao lado de quase trinta anos, é um verdadeiro
holocausto.
São mais de mil pessoas, seres humanos, plenos de dignidade.Crianças,
idosos(as)...povo violado, povo espoliado.
É se criar vergonha na
cara, e assegurar aquele povo o que ele merece, uma melhor qualidade de vida,
uma reparação pelo calvário e sofrimento que tem passado. Se o Estado quiser, e
ele pode, basta vontade política, a situação se resolve... (Eduardo Hirata)