(Do “Portal da ANDI”,SP,
14-08-2014, citando a Folha de S. Paulo –
SP)
A proposta da
Confederação Brasileira de Futebol (CBF) de diminuir de 14 para 12 anos a idade
permitida para o vínculo de garotos com clubes, o que hoje é vetado pela
Constituição, coloca de um lado a entidade e de outro o Ministério Público do
Trabalho (MPT) e entidades dedicadas à defesa do Estatuto da Criança e do
Adolescente (ECA).
"Imagino que a proposta será rejeitada
pelo parlamento. É inconstitucional", disse Rafael Dias Marques,
coordenador nacional do Combate à Exploração do Trabalho da Criança e do
Adolescente (Coordinfância), do MPT.
Nesta terça (12), a Folha publicou entrevista
com o coordenador da categoria de base da CBF, Alexandre Gallo, que abordou a
dificuldade da entidade e dos clubes brasileiros para formar atletas com a
impossibilidade de tê-los por mais tempo em centros de formação.
"Entendemos que
qualquer criança alojada em um clube está participando de campeonatos, ou seja,
está sendo preparada para se transformar em jogador de futebol profissional.
Isso se configura em desporto de rendimento, o que é trabalho", disse
Marques.
O MPT tem denunciado alguns clubes nos últimos
anos por terem em seus centros de treinamento (CTs) garotos com menos de 14
anos. Em 2013, o Cruzeiro foi multado em R$ 100 mil.
(De Eduardo Hirata, da Secretaria Executiva do Fórum DCA
Açailândia- Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran)
Aqui em Açailândia do Maranhão, recentemente o
COMUCAA/Conselho Municipal com dos Direitos da Criança e do Adolescente aprovou
apoio com recursos do FIA/Fundo para a Infância e a Adolescência, a projetos
desenvolvidos entre agosto e dezembro de 2014, com atividades de “futebol de
base”, para três “escolinhas de futebol”: Bom de Bola Bom de Escola, Coração da
Vila e Pé do Atleta.
E o COMUCAA, articulado com o Conselho Tutelar e o Ministério
Público Estadual, monitora e fiscaliza a aplicação desses recursos, cuidando
para o ECA não seja desrespeitado.
Também se ressalta o trabalho da AEFA/Associação das
Escolinhas de Futebol de Açailândia, cujo atual presidente é o Carlos Augusto
Figueiredo Santana, militante DCA/dos Direitos da Criança e do Adolescente, já
tendo sido Conselheiro Municipal e agora Conselheiro Tutelar suplente.
Nas escolinhas de futebol, o significado do “futebol de base”
é o do esporte educacional.
Embora o fato de jovens
açailandenses hoje serem jogadores profissionais, em times de “ponta” e até
internacionais, não se tem notícia de que menores de quatorze anos de idade
tenham sido “destinados” a cts profissionais de clubes brasileiros ou
estrangeiros, sobretudo graças a este cuidado multinstitucional.
O COMUCAA, nos últimos dez anos, praticamente não falhou ano sem
apoiar financeiramente o “futebol de base” das escolinhas de futebol de
Açailândia-MA, mas há notória falta de apoio governamental e de uma verdadeira
política municipal de esporte de base,
educacional e comunitário.
(Foto: o Presidente da AEFA, Carlos Augusto)
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