segunda-feira, 11 de novembro de 2013

“FORÇA-TAREFA” DO GRUPO DE MONITORAMENTO CORRE RISCO DE EXTINÇÃO






“FORÇA-TAREFA” DO GRUPO DE MONITORAMENTO CORRE RISCO DE EXTINÇÃO


Há cerca de dois meses e meio, o “Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes ”, gt/grupo de trabalho vinculado ao COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia-MA e constituído por diversas instituições, tanto públicas-governamentais como não-governamentais, das áreas polícial-segurança-judicial, social-educacional-sanitária, comunitária, confessional, classista, associativa, de cidadania e controle social (o conjunto forma o chamado SGD/Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes, ou rede de atendimento dos Direitos)  decidiram criar uma “Força-Tarefa”, para atualizar, avaliar e buscar resolver situações pendentes/encravadas, mas ainda com repercussões e consequências familiares e sociais, e jurídicas.

A provocação direta que resultou na criação da “Força-Tarefa” partiu de representantes, Irmão Antonio Soffientini e José Albino,  da Paróquia São João Batista e do Centro Comunitário Frei Tito,  ambas entidades  do Distrito Industrial do Pequiá, referindo-se diretamente ao chamado caso “PROVITA”: duas meninas, então com treze anos de idade, em 2005,  vítimas de abuso e exploração sexual e foram incluídas no programa de proteção, como testemunhas: a ação judicial, de 2007, ainda não teve decisão sequer de primeiro grau, os processados andam livres, leves e soltos, e só estas meninas, famílias e comunidades foram/estão sendo penalizadas, sem atenção e zelo por parte do Estado/governos e seus órgãos, atividades, projetos, programas, políticas de atendimento...).

Mas  considerou-se outras situações irresolvidas, jurídica (penal e civilmente) e socialmente, como os casos da “os das CPI 2003-04 e 2009-2010, o do menino desaparecido ELSON, o de MARIA MARTA – e das jovens Edinete e Gerlene-, os casos da van (que podem ser atribuídos ao caso da Delegada de Policia Clenir Reis, ora afastada), o caso “Lindomar da loja 100 limites”; casos referentes a acolhimento institucional e colocação familiar/guarda-adoção, sobretudo a partir das unidades de acolhimento locais – Casa Abrigo e Casa Lar-; os dos adolescentes na FUNAC, quando cumpriam medidas socioeducativas de internação,...

A “Força-Tarefa” então foi constituída por representantes das entidades COMUCAA (a Conselheira Secretária Maria Cristina da Conceição Silva) , CONTUA/Conselho Tutelar de Açailândia (o Conselheiro Tutelar Glen Hilton Soares Pereira), CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social (a Assistente Social Angela Marcia Lima Silva)  e Fórum DCA/ Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia (este que vos escreve).

No entanto, após várias reuniões, encontros, contatos, não se avançou praticamente nada: a mobilização social, que seria encargo do COMUCAA, sequer deu um primeiro passo; o atendimento psicossocial a vítimas e suas famílias (que a imprensa e sociedade raivosa de direita sempre “cobram” dos DH/Direitos Humanos: “... cadê os Direitos Humanos que só se preocupam com os bandidos, as autorias de crime, e não estão nem aí pras vítimas?...”), que caberia ao CONTUA- órgão que requisita serviços- e CREAS- órgão que atende psicossocialmente situações de violações de Direitos-  articularem, vem sendo omitido.

Nesta semana que encerra, três atividades estavam previamente agendadas para a “Força-Tarefa”, sendo a primeira uma viagem a São Luís, entre dias 04 e 06, para contatos com o CEDCA-MA/Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Maranhão e o PROVITA, em busca de esclarecimentos, informações e apoios. Viagem realizada, inclusive com representante do Protagonismo das Famílias de Vítimas de Violência, senhora Maria de Jesus Reis Silva, e contatos muito bons efetivados, mas com a falta de um ator fundamental, o CREAS, o que deixou a “Força-Tarefa” capenga... O CREAS não foi pela falta de recursos, segundo sua coordenadora, Rosaurea Ferraz, embora a viagem agendada há praticamente um mês...

O segundo compromisso seria  um contato em Imperatriz, dia 06,  em situação de evidências de desrespeito ao Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária de uma jovem, por anos “abrigada” em Açailândia e daí saindo para guarda-provisória,  situações  que vem acontecendo continua e seguidamente no acolhimento institucional, já muito discutidas entre COMUCAA, CONTUA, Fórum DCA e Assistência Social, mas sem “soluções”. Não se cumpriu o compromisso, e não se tem uma explicação convincente para tal.

E o terceiro compromisso seria uma reunião, com a família do menino desaparecido ELSON, e a comunidade do Assentamento Planalto I, que cobram a quase quatro anos soluções para este caso. Essa reunião já foi agendada anteriormente pela “Força-Tarefa” por duas vezes, antecedida por outra, com representantes destas quatro instituições e mais do judiciário local. Aconteceria, finalmente, na manhã deste sábado, 09/11, mas por falta de transporte, não viabilizado pela Prefeitura, mais uma vez a família de ELSON e a comunidade ficam “a ver navios”, sem respostas e explicações para a impunidade e para a precariedade e descaso em resolver em definitivo, judicialmente, e atender socialmente.

O COMUCAAm conforme as Conselheiras Ivanize Mota Compasso Araújo, Presidente, e Maria Cristina da Conceição Silva, Secretária,    colocará o assunto “Força-Tarefa” em discussão em sua próxima assembléia, prevista para a manhã da quarta-feira, 13/11.

E a Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia, exercida pelo CDVDH-CB/Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran exige que a “Força-Tarefa” se empenhe para alcançar os objetivos e metas para que foi criada, buscando “encarar” a morosidade na ação judicial como na atenção social, ambas situações que configuram descaso e impunidade.

(Eduardo Hirata, as Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia)