Assassinatos de jovens equivalem 3,5 chacinas da Candelária por dia
E o BRASIL, segundo
as pesquisas, ainda quer porque quer reduzir a maioridade penal, endurecer as
leis e “botar em cana” boa parte de nossa juventude...
Com a juventude
exterminada, qual será nosso futuro como nação?
(Eduardo Hirata)
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(Do “Portal da ANDI”, 24/07/2015)
Assassinatos de jovens equivalem 3,5 chacinas da Candelária por dia
O Brasil registrou 10.136 assassinatos
de jovens entre 11 e 19 anos em 2013, em média 28 mortos por dia, o que
equivale a 3,5 chacinas da Candelária perpetradas diariamente, de acordo com o
sociólogo Júlio Jacobo Waiselfisz, autor do estudoMapa da Violência e
coordenador da Área de Estudos sobre Violência da Faculdade Latino-Americana de
Ciências Sociais (Flacso).
A chacina da Candelária ocorreu na noite de 23
de julho de 1993, deixando mortos oito jovens de 11 a 19 anos, em frente à
Igreja da Candelária, no centro do Rio. Os autores foram PMs e as vítimas eram
moradores de rua que freqüentavam as imediações da igreja e dormiam no local.
Waiselfisz falou na abertura da audiência
pública “Jovens Vítimas da Violência e Justiça Reparadora para os Familiares”,
realizada na sede do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do
Rio. Segundo ele, o perfil das vítimas jovens que sofrem violência é de cor
negra, pobre e pouco escolarizado e os índices vêm aumentando a cada ano. “Os
índices de violência nesta faixa etária [11 a 19 anos] foram crescendo
drasticamente ao longo desses anos. Entre 1993 e 2013, praticamente
quadruplicaram os níveis de violência. A chacina da Candelária foi a ponta de
um iceberg que já existia no Brasil”, disse o sociólogo, durante a audiência
pública, com a presença do ministro Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República.
De acordo com os dados nacionais apresentados
por Waiselfisz, o índice de jovens negros, entre 16 e 17 anos, mortos no ano de
2013, é de 66,3 por 100 mil habitantes. O de jovens brancos, na mesma faixa
etária, é de 24,2 por 100 mil.
Quanto à escolaridade, 82% das vítimas
de assassinatos no país tinham até sete anos de estudo, o que equivale ao nível
fundamental. Na faixa etária de 16 e 17 anos, 93% dos mortos são homens. Pepe
Vargas destacou que os números são um alerta de que as chacinas não
cessaram: “A violência sobre adolescentes e jovens aumentou no Brasil
nesses últimos anos. Precisamos fazer um grande pacto nacional pela redução de
homicídios. O governo está discutindo, sob a coordenação do Ministério da
Justiça, uma proposta para a construção deste pacto”.
Os dados completos do estudo Mapa da
Violência 2015 podem ser acessados no endereço www.mapadaviolencia.org.br.
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