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Muito se fala em atividades de prevenção à
criminalidade, às drogas, à violência, que hoje apavoram a sociedade
(açailandense, maranhense, brasileira). Muito se fala em ‘prevenção, prevenção,
prevenção... – prevenir prá não remediar...).
O esporte, já se sabe, é uma dessas atividades com enorme capacidade de
prevenir, desde que levado a sério como “educação, formação de cidadania”,
muito mais antes de formação profissional, de “carreira”, o que vem, na base da
“comercialização-industrialização” do futebol de base, por exemplo, distorcendo
o significado de verdadeira “educação e cidadania”.
Aqui em Açailândia do Maranhão, o esporte “educacional” é levado pouco a
sério, mantido aos trancos e aos barrancos, com recursos minguados e
praticamente nulo apoio governamental, que deveria propiciar essa “educação
esportiva” ao universo de Crianças e
Adolescentes, mas não é o que se constata.
Como exemplos vergonhosos, as dificuldades de participação nos Jogos
Escolares, o calvário anual das escolinhas de futebol, que contam com algum
recurso, absolutamente insuficiente, do FIA/Fundo Municipal para a Infância e
Adolescência, deliberado pelo COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança
e do adolescente, desde sempre.
O orçamento municipal continua sendo uma “peça de ficção” (uma piada de
mau gosto...), como insistentemente definido pelas próprias autoridades “competentes...
Embora a comunidade esportiva das escolinhas de futebol e do futebol de
base, ainda praticamente informais, e a comunidade dos DCA/Direitos de Crianças
e Adolescentes, a duras penas e em longos anos, conseguiram consignar no
orçamento anual (neste 2017: R$ 100.000,00 – cem mil reais) dotação especifica “Apoio ao futebol de base”.
Enquanto isso, o extermínio declarado da juventude horroriza Açailândia,
bem como estarrece os índices de criminalidade e violência...
Não há tratamento (quem disse que bala e taca é tratamento que
resolve?...), não há prevenção...
Aproveitemos então para lermos a nota da ONU, a seguir :
.......
Agência da ONU lança programa de prevenção à criminalidade pelo esporte
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) lançou na
semana passada programa esportivo com o objetivo de prevenir a criminalidade
entre jovens. O projeto-piloto está sendo realizado no Brasil — nas cidades de Brasília e Rio de Janeiro —, antes de ser expandido para outros países de América Latina, África
Austral e Ásia Central.
O programa “Vamos Nessa” foca nos esportes como forma de construir
resiliência entre jovens, ampliando suas habilidades para a vida e aumentando
sua consciência sobre as consequências da criminalidade e do abuso de drogas. O
objetivo é influenciar positivamente as atitudes e prevenir comportamentos
antissociais e de risco.
Os esportes têm um importante potencial de melhorar a qualidade de vida
das pessoas: além da atividade física, ajuda a desenvolver habilidades de
integração social e pode oferecer, principalmente aos mais jovens, um
sentimento de pertencimento, lealdade e apoio.
Um dos componentes-chave do projeto é o desenvolvimento de habilidades
para a vida. Para isso, o UNODC desenvolveu um manual para auxiliar
treinadores, assistentes sociais e outros profissionais que trabalham com
jovens de 13 a 17 anos.
Formado por dez aulas, o programa foi desenhado para ter como alvo uma
determinada quantidade de habilidades para a vida que podem ser ensinadas em
centros esportivos e em escolas, assim como em outros locais de convívio
comunitário.
“Fornecer habilidades para a vida — uma série de habilidades pessoais e
sociais que permitem à juventude lidar efetivamente com as demandas da vida
cotidiana — melhora sua capacidade de interagir com os outros, desenvolver
relacionamentos positivos e lidar com o estresse e a insegurança. Isso os
ajudará a minimizar fatores de risco e maximizar fatores protetivos em relação
a comportamento antissocial, crime, violência e abuso de drogas”, afirmou o
principal treinador da iniciativa, Peer van der Kreeft.