Leitores e leitoras tem
me perguntado sobre Hanna Arendt, e a
razão de a ter escolhido para ilustrar o blog. Já escrevi e disse publicamente
que admiro Arendt, a teórica da “banalidade do mal’, mas também das ‘razões do
Totalitarismo” e cuja obra ainda enfatizou DIREITOS HUMANOS, POLÍTICA E CIDADANIA, PARTICIPAÇÃO POPULAR e
CONSELHOS, e isso tudo, digamos assim, ‘é a minha área de atuação – embora mais
focada nos DCA/Direitos da Criança e do Adolescente”.
Mas, como se diz em bom
português, “... tem tudo a ver!”.
Mas também como diz o
povo , “... santo de casa não faz milagre...”, o artigo a seguir pode
representar uma introdução ao pensamento de HANNA ARENDT, contribuindo para
entendamos melhor “ o abacaxi que tentamos descascar...”.
(Eduardo Hirata)
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“Direitos humanos e dignidade
política da cidadania em Hannah Arendt”
(Por Iara Lucia Mellegari Cesar
Augusto Ramos)
O presente artigo tem por objetivo abordar o
tema dos direitos humanos e cidadania sob a perspectiva da filosofia política
de Hannah Arendt.
O artigo retrata, em sua primeira parte, a ilusão
fundacionista dos direitos humanos ante a situação dos apátridas e refugiados,
situação que leva a autora a formular o conceito de cidadania como o direito a
ter direitos.
Na sequência, analisa os elementos que configuram sua teoria
política, tais como: liberdade, ação, pluralidade e espaço público, os quais,
articulados entre si, permitem a formação de um conceito de cidadania baseado
na real participação dos cidadãos na organização política de uma comunidade, em
contrapartida a um conceito meramente formal de cidadania.
Para, finalmente,
abordar o sistema de conselho, instância em que a cidadania é compreendida como
ação vivenciada no espaço público, favorecendo, assim, a possibilidade de
efetivação dos direitos humanos, exercidos como dignidade política dos cidadãos.