sábado, 22 de junho de 2013

MPL sai das ruas para não se confundir com extrema direita (entrevista de LUCAS MONTEIRO, uma das lideranças do movimento paulista)





(Por Bob FernandesTerra Magazine)


O Movimento Passe Livre (MPL), que lidera as manifestações pela redução da tarifa do transporte público em todo o Brasil, tem uma atuação que eles denominam de "horizontal", com 40 ou 50 integrantes.

Lucas Monteiro, 29 anos, é uma das lideranças encarregadas de falar com a imprensa.


Em conversa com Terra Magazine, na manhã desta sexta-feira (21), ele informa que, para evitar a apropriação do movimento pela extrema direita, e a violência nas ruas, o MPL não convocará mais protestos em São Paulo.

 Lucas reafirma que não fala por outros Estados, mas imagina que, nas cidades em que houve a "vitória", com a redução da tarifa, o mesmo se dará.


Terra Magazine – Lucas, não lhe parece que as coisas estão saindo do controle e que há uma extrema direita indo para as ruas, tentando se apropriar das manifestações?


Lucas Monteiro - Sim, eu concordo. Ontem (quinta-feira, 20) foi a última manifestação, não vamos mais chamar manifestações nas ruas… não vamos chamar mais nesse momento. O movimento conquistou a vitória que a gente buscava. Um vitória popular, da população, e não podemos deixar que isso seja confunfido e apropriado e que a violência tome as ruas…


Ontem, em vários lugares do Brasil, ficou claro uma pregação de ódio contra partidos, na Avenida Paulista era claramente uma gente de extrema direita, ou não?


Em São Paulo, tinha gente de esquerda, mas quem estava atuando daquela forma, com aquela violência, era mesmo gente da direita.


Vocês não temem que porções com esse viés fascista busquem se apropriar das manifestações?


Sim, há essa tentativa desse pessoal, eu concordo que eles estão agindo e não é assim que se faz política. Vamos continuar pautando a questão do transporte, buscando a tarifa zero, mas, no momento, não vamos mais chamar manifestações.


Vocês não acham que erraram ao convocar outra manifestação depois de ter obtido a vitória da diminuição da tarifa?


A manifestação já estava convocada, não tinha como desconvocar, e se a gente não fosse para a rua ontem, aí sim que só teria esse pessoal de direita.


O Movimento Passe Livre não fará mais manifestações só em São Paulo ou no Brasil todo?


São Paulo não fará mais manifestações nesse momento, mas não posso falar pelos outros Estados.


Para não se confundirem com quem está agindo com violência nas ruas?


Também para impedir que eles tentem se apropriar das manifestações. 


Vocês estão conversando com o MPL em outros Estados?


Sim, nós conversamos.


E eles também vão parar?


É provável que sim nos lugares onde já foi obtida a vitória. Estamos conversando, mas não falamos por eles.

( Meu comentário:

CAI FORA, DIREITA!

Aqui em Açailândia do Maranhão, a manifestação do dia 20/06 foi apenas o pontapé inicial de um movimento de luta, que já definiu algumas pautas, conforme uma das lideranças (formadas por estudantes da UEMA, do IFMA, de outras instituições universitárias e de ensino médio; bancários/as, sindicalistas, defensores/as de direitos; trabalhadores/as rurais, sem terra, sem teto, enfim gente ligada a movimentos sociais e historicamente participante, militante e ativista das causas e lutas populares).

Entre elas, inserir-se nas lutas nacional e estadual, começando pela “não à PEC/proposta de emenda constitucional 37, que reduz o poder de investigação e atuação do Ministério Público”, e que tem um ato público nesta quarta-feira, 26/06, nacionalmente, e aqui em Açailândia já marcado para a Praça do Pioneiro, às 1700 horas.

Aqui no município, a prioridade é lutar, no curto prazo, pela redução do preço da tarifa do transporte coletivo (de R$2,50 para R$ 2,00), melhoria na oferta e na qualidade deste transporte público, com mais linhas, horários e um terminal de integração central.

Outra pauta prioritária trata do Pequiá de Baixo, e a “remoção” de suas mais de trezentos famílias, situação que vem adiando a muito tempo. Já tem um plano, com projeto arquitetônico-urbanístico pronto, terreno escolhido e desapropriado e recurso para sua compra,  agora falta mais vontade, empenho e competência dos poderes públicos, articulados pela Prefeitura,  efetivaram suas partes e obrigações.

O calamidade do atendimento da agência local da CEF/Caixa Econômica Federal é outra prioridade. Não dá mais para aceitar e tolerar aquelas filas diárias, submetendo centenas de usuários/as à humilhação e ao descaso.

Um “campus” da UFMA é a quarta reinvidação prioritária, de curto prazo.

E como já vem acontecendo em todo o país, a partir das justificativas das lideranças do MPL paulista, que desfechou toda esta movimentação nacional, impedir quie a direita conservadora, com suas pautas retrógradas, ofensivas aos Direitos Humanos prezados hoje em todo o mundo, e violadoras de convenções que nosso Brasil assinou, como por exemplo, a redução da idade penal, ou esse espanto da “cura gay” patrocinada pelo deputado federal dublê de pastor, Marcos Feliciano (duramente criticado ontem pelo presidente da Câmara de Deputados, Henrique Alves), lamentavelmente presidente da Comissão de Direitos Humanos.

Partidarizando “a coisa”, oportunistas pedem até o impedimento da Presidente Dilma, ora vejam, e outras reinvidicações do tipo que nada tem a ver com o momento, mas tipificam a tentativa clandestina e sorrateira da direitona, saudosa da ditadura, em influenciar a juventude e os manifestantes do “tsunami” atual.
  
Então, nesta quarta-feira, 26/06, Açailândia estará na Praça do Pioneiro, às 1700 horas, contra a PEC 37!

Eduardo Hirata)

(Nas fotos, Lucas Monteiro e Ninna Capello, lideranças do MPL)