Com o grito de ordem “Piquiá,
reassentamento já”, a população do município garante solidariedade aos
moradores do bairro.
Diferente do primeiro ato público realizado no município de Açailândia,
que reivindicou problemas nacionais em sintonia com as centenas de
manifestações ocorridas em todo país, hoje (26) a cidade vai fazer diferente.
Haverá uma manifestação pelo centro da cidade, com concentração na Praça do
Pioneiro, a partir das 17h. Na pauta de reivindicações está uma problemática
bem peculiar à região, é o caso de Piquiá de Baixo.
A população do município e a maioria dos moradores do bairro garantem
uma manifestação pacífica que tem como principal reivindicação a cobrança pela
rapidez no processo de reassentamento das famílias que residem no bairro Piquiá
de Baixo. Vão cobrar à prefeitura a aprovação do projeto urbanístico e
habitacional do novo bairro e a imediata desapropriação do terreno para onde
serão transferidas as famílias.
De acordo com os organizadores da manifestação, será cobrado também a
ação das empresas siderúrgicas e da Vale S.A.
As atividades dos manifestantes começaram na noite dessa terça-feira
(25) com um ato na Câmara Municipal de Açailândia, onde as pessoas viraram as
costas para os vereadores presentes, simbolizando a não concordância com o
trabalho que vem sendo executado pelos vereadores. Os moradores de Piquiá
participaram usando máscaras para demonstrar que já não conseguem mais viver no
bairro por conta da poluição.
Hoje, as atividades iniciam com uma coletiva de imprensa, às 9h no
prédio da OAB do município. Na ocasião os organizadores do ato público vão
falar sobre a pauta de reivindicações e do percurso da manifestação.
Piquiá
de Baixo
Piquiá de Baixo é um bairro industrial do município de Açailândia com
aproximadamente 300 famílias que há três décadas sofrem os impactos
socioambientais causados por cinco siderúrgicas. São comuns os casos de
problemas de saúde, acidentes e desrespeito as leis ambientais no local.
Há dois anos os moradores conseguiram a desapropriação de um terreno de
38 hectares para a construção do bairro, mas a população ainda não recebeu da
prefeitura a área destinada ao projeto.
(Da JnT/Justiça nos Trilhos, 26/06/2013)
(Foto: área prevista
para receber o povo de Pequiá de Baixo. Para
quando mesmo?)