quarta-feira, 26 de junho de 2013

Piquiá de Baixo é pauta de reivindicações nas manifestações de Açailândia



Com o grito de ordem “Piquiá, reassentamento já”, a população do município garante solidariedade aos moradores do bairro.

Diferente do primeiro ato público realizado no município de Açailândia, que reivindicou problemas nacionais em sintonia com as centenas de manifestações ocorridas em todo país, hoje (26) a cidade vai fazer diferente. Haverá uma manifestação pelo centro da cidade, com concentração na Praça do Pioneiro, a partir das 17h. Na pauta de reivindicações está uma problemática bem peculiar à região, é o caso de Piquiá de Baixo.

A população do município e a maioria dos moradores do bairro garantem uma manifestação pacífica que tem como principal reivindicação a cobrança pela rapidez no processo de reassentamento das famílias que residem no bairro Piquiá de Baixo. Vão cobrar à prefeitura a aprovação do projeto urbanístico e habitacional do novo bairro e a imediata desapropriação do terreno para onde serão transferidas as famílias.

De acordo com os organizadores da manifestação, será cobrado também a ação das empresas siderúrgicas e da Vale S.A.  As atividades dos manifestantes começaram na noite dessa terça-feira (25) com um ato na Câmara Municipal de Açailândia, onde as pessoas viraram as costas para os vereadores presentes, simbolizando a não concordância com o trabalho que vem sendo executado pelos vereadores. Os moradores de Piquiá participaram usando máscaras para demonstrar que já não conseguem mais viver no bairro por conta da poluição.

Hoje, as atividades iniciam com uma coletiva de imprensa, às 9h no prédio da OAB do município. Na ocasião os organizadores do ato público vão falar sobre a pauta de reivindicações e do percurso da manifestação.

Piquiá de Baixo

Piquiá de Baixo é um bairro industrial do município de Açailândia com aproximadamente 300 famílias que há três décadas sofrem os impactos socioambientais causados por cinco siderúrgicas. São comuns os casos de problemas de saúde, acidentes e desrespeito as leis ambientais no local.

Há dois anos os moradores conseguiram a desapropriação de um terreno de 38 hectares para a construção do bairro, mas a população ainda não recebeu da prefeitura a área destinada ao projeto.


(Da JnT/Justiça nos Trilhos, 26/06/2013)

(Foto: área prevista para receber o povo de Pequiá de Baixo. Para quando mesmo?)