(Por Lilian Primi, na revista
Caros Amigos, edição 198)
Nas
mãos de interesses privados, manutenção de Metrô e trens se torna precária
e sistema inseguro
A
corrupção nos contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens
Metropolitanos (CPTM) com empresas privadas vem acompanhada de uma
mudança no conceito de gestão que resulta na piora do serviço e
aumento no número de falhas na operação e nos acidentes.
A
alteração ocorreu tanto na forma de contratação de obras quanto na
rotina de manutenção de trens e trilhos, colocando a vida de usuários e
funcionários do sistema sob risco constante.
“Vocês estão numa roleta russa”, disse um
engenheiro da manutenção do Metrô ao operador, durante
procedimento de teste. “Estávamos testando um dos trens da frota K,
que tinha acabado de vir da reforma. Estão todos com problema”, disse o
operador.
Para
entender como os mal feitos afetam o cotidiano da população, a reportagem da
Caros Amigos procurou operadores de trens, técnicos de manutenção,
engenheiros e diretores tanto da CPTM quanto do Metrô, que
descreveram um quadro assustador.
Pressionados, apenas os dirigentes
sindicais, protegidos pela garantia de estabilidade, concordaram em
falar abertamente. Os demais, como o operador que recebeu o alerta do
engenheiro, só falaram com a garantia de que não seriam identificados.
A
pressão sobre os funcionários faz parte da blindagem construída pelo
governo paulista na gestão pública e que garante permanência do
cartel em São Paulo, investigado pelo Conselho Administrativo de
Defesa Econômica (Cade) e liderado pela Siemens e Alstom em conluio
com o tucanato. “Eles tiraram o acesso ao sinótico (painel que mostra a
movimentação de trens) dos maquinistas para evitar o monitoramento do
número de falhas”, conta José Floriano de Araújo Júnior, diretor
executivo do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias
da Zona Central do Brasil (Sindicato da Central do Brasil).
A
medida veio depois que até mesmo a conservadora e tucana Rede Globo
noticiou a média de panes elétricas nos trens da CPTM da linha 9
(Esmeralda), que foi de uma pane a cada 2,2 dias em 2012. “Agora
temos apenas os avisos do centro de operações para saber como está a
linha”, completa.
A
blindagem envolve também os promotores do Ministério Público Estadual
(MPE) e os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), com
apoio da base tucana na Assembleia Legislativa do Estado de São
Paulo (Alesp), que postergam e esticam ao máximo o trâmite dos
contratos.
O líder
da bancada do PT na Alesp, Luiz Claudio Marcolino, cita o caso do
consórcio Consmac, formado pela Alstom e pela CAF, para manutenção de
trens da CPTM, firmado em 2002. “Levou cinco anos tramitando no TCE e
a irregularidade só foi referendada pela Alesp em setembro de 2012.
Só então foi encaminhado para o MPE”, diz Marcolino. O inquérito foi
instaurado em novembro do mesmo ano por iniciativa do
promotor Marcelo Milani.
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Meu comentário:
E depois, ainda querem bater e
condenar só no “mensalão, no PT, no Lula e na Dilma”, deixando de lado a “privataria
tucana”.
Justifica-se, os(as) manipulados(as)
e alienados(as) pelo poder da Rede Globo, revista Veja e asseclas
assemelhados...
Insistir e focar no “mensalão” é um
desvio de rota imensurável, e o tema da prevenção e do combate à corrupção fica
em plano secundário, ainda mais agora que se aproxima outro período eleitoral,
em 2014.
Tratar do tema “prevenção e combate à
corrupção” impõe isenção política-partidária, não dá prá você defender ou
desancar PT, PSDB, PSB, PTDB, PR e outros PQPs...
Como se a corrupção brasileira fosse
exclusividade no, pelo e do PT de Lula e
Dilma!... Quanta hipocrisia, quanta ignorância, quanto extremismo!...
A corrupção política-administrativa e
empresarial no Brasil é muito séria, e implica também em corruptos(as) e
corruptores(as) individuais...
Prevenir e combater a corrupção é
fazer o que faz, por exemplo, o “Programa Nacional de Educação Fiscal”, da
SEFAZ-MA/Secretaria de Estado da Fazenda do Maranhão (com Francisco de Assis de
Oliveira Filho) ou o “Núcleo de Combate à Corrupção”, da CGU/Controladoria
Geral da União, com o auditor Welliton Resende.
É andar por esse Maranhãozão,
efetivando palestras, seminários, oficinas, com estudantes, lideranças
comunitárias, conselheiros(as), com o povo, e de quebra, se quiserem,
vereadores(as), e os(as) próprios gestores(as) municipais...
Como aconteceu
final de semana que passou, aqui em Açailândia-MA: “Controle Social –
Fortalecer o Controle é fortalecer a Cidadania!” (matérias no jornal “Jornal do Maranhão”, edição 529, 21 a 27/09/2013).
E Educação, Informação e Formação é a solução,
a médio prazo, sem dúvida!
Devagar se vai longe, ou água mole em
pedra dura tanto bate que até fura!
(Eduardo Hirata)