sábado, 15 de março de 2014

AUDIÊNCIA PÚBLICA COMUCAA 2013 DEIXOU A DESEJAR, CONFORME LIDERANÇAS COMUNITÁRIAS









(Informe da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia - Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran/CDVDH-CB)



O COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia-MA, realizou na manhã da última quinta-feira, 13/03, no auditório da Secretaria Municipal de Educação, sua “Audiência Pública”, de prestação de contas e atividades referentes ao ano de 2013.

O COMUCAA é o órgão público municipal formulador e controlador das ações em todos os níveis, no que diga respeito aos Direitos da Criança e do Adolescente, conforme o ECA, Lei Federal n.8.069/90, artigo 88, II. Articula e mobiliza o SGD/Sistema de Garantia de Direitos- rede de atendimento, que são os  órgãos e instituições, governamentais e não-governamentais que atuam na promoção, proteção e defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente E ainda monitora, delibera, fiscaliza e avalia políticas públicas e ações sociais por estes direitos.  

E a Lei Municipal n.º 132/97, que deu nova redação à Lei n.º 42/91, detalha o  que é, quais as competências, como se compõe, como deve funcionar. Essa lei tem o reforço de Resoluções  do CONANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança, como as de n.º 105, 106, 137 e 139.

Na “Audiência Pública 2013”, o COMUCAA apresentou a prestação de contas do FIA/Fundo Municipal para a Infância e a Adolescência, o relatório de atividades e o plano de aplicação do FIA com as prioridades de investimentos para 2014.

Para um líder comunitário presente na Audiência, a mesma deixou a desejar: “Eduardo, ficou a mesma coisa das audiências das prestações de contas da Prefeitura, a última, você viu, só o Secretário e o Controlador falaram, e prestaram conta em menos de cinquenta minutos, mostra um monte de números e coisas acontecidas, mas pouco explica e não abre para analisar... E nem distribui pra gente um escrito, pra´gente ver melhor, com calma...”

Para outra liderança DCA (Direitos da Criança e do Adolescente), “...foi frustrante, pois todos sabem que teve muitos problemas e foi um ano de retrocesso, e isso foi pouco analisado”.

Começou em janeiro com uma renovação total na representação (seis membros titulares e seis suplentes, somando doze...) governamental, que continuou na presidência (com a Conselheira Ivanize Mota Compasso Araújo) , que já vinha de nove anos consecutivos. E terminou em dezembro com renovação quase total da representação civil, com igual número de membros (a composição do COMUCAA, por lei, é paritária). Com o diferencial que a sociedade civil assumiu a presidência (com o Conselheiro Ismael Martins de Sousa, da Associação de Esportes Coração da Vila).

O “novo Conselho” iniciou com o processo de escolha do Conselho Tutelar mandato junho 2013 a janeiro 2016 em andamento, e os projetos de entidades não-governamentais para 2013 praticamente aprovados, recursos do FIA praticamente aprovados, Regimento Interno atualizado (após processo de elaboração de quase dois anos) e aprovado, ações como processo de capacitação e implantação em práticas restaurativas e justiça juvenil restaurativa pela Rede Maranhense de Justiça Juvenil em desenvolvimento (e que vinha desde 2006).

Os “problemas 2013” surgiram justamente aí: o “novo” COMUCAA complicou o processo eleitoral do Conselho Tutelar, ao revogar item do regulamento aprovado em 2012, e após recursos de pré-candidatos, não atendido,   mesmo com recomendação do Ministério Público Estadual, obrigou-se este a uma decisão mais rigoroso, “revogando a revogação do Conselho. Esse fato dividiu o próprio grupo de então pré-candidatos(as), com consequências ainda hoje sentidas.

E alterou, até de maneira autoritária, “mandando refazer”, projetos de entidades já aprovados, e subtraindo valores o que atrapalhou e prejudicou todos os seis projetos, não apenas os “refeitos”, atrasando-os.

E o Regimento Interno, contestado não por conselheiros(as), mas pelo assessor do Conselho, Raimundo Rodrigues da Silva continua “indefinido” até hoje: vale o de 2008? Ou o de 2012? Ou...?

O “Relatório de Atividades” apresentado pela Conselheira Secretária Maria Cristina da Silva Conceição (que em 2013 representava a sociedade civil pela APAE e agora representa a Secretaria Municipal de Educação) omitiu alguns acontecimentos/atividades importantíssimos, como por exemplo, as três Comissões Especiais instituídas pelo COMUCAA, para apurar denúncias contra membros do Conselho, sendo duas contra um único, o Conselheiro Tutelar Glen Hilton Pereira Soares, por “omissão de socorro/negligência de atendimento”, que se deliberou “arquivar” e a outra de “vazamento de denúncia pelo sistema nacional Disque 100”, ainda em andamento, agora no âmbito do Município. A terceira Comissão Especial do COMUCAA para apurar denúncias contra membros do Conselho Tutelar (Conselheiras Edna Maria Alves dos Santos e Lucinete Freitas de Aguiar) também concluiu pelo arquivamento.

Outras omissões observadas no “Relatório...” foram a “desistência de Açailândia” junto às atividades da Rede e atividades da “Força-tarefa”, criada para buscar acompanhar e agilizar as ações penais em andamento, nos casos de violações de Direitos da Criança e do Adolescente, bem como buscar ações civis indenizatórias e melhor atendimento/assistência às vítimas, suas famílias e comunidades.

Em meio à profusão de “reuniões” citadas no “Relatório...”, omitiu-se uma importantíssima, acontecida no dia 05 de novembro, em São Luís, justamente na pauta de ações da “Força-tarefa”.

Mas a maior reclamação de quem participou da Audiência do COMUCAA 2013, foi  “...a falta de umimpresso,  como disse um líder comunitário, coisa escrita,  que antes tinha”.

O que demonstra um certo desencontro no COMUCAA: assim como toda Açailândia, uma Conselheira só tomou conhecimento do texto final do Relatório como das prestações de contas e plano de aplicação, na tarde da véspera da Audiência, e reclamou: “... mas esta Audiência, sua realização, foi decidida aqui no dia 15 de janeiro,e agora fica tudo para a última hora, a gente sem tempo de ver direitinho o que tem de aprovar?”

(Fotos de Nildene Silva)


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