Durante
toda essa quinta-feira (18) ocorreu o movimento “Ocupa Açailândia”, mais uma
manifestação a exemplo do que está acontecendo no Brasil. Dessa vez o ato teve
início as 8h30 em frente a Prefeitura Municipal de Açailândia. Estudantes,
membros da Associação dos Moradores de Piquiá de Baixo representantes da
Central Única dos trabalhadores do Brasil (CUT) e comunidades dos assentamentos
rurais Francisco Romão e João do Vale participaram do ato. Além disso, contou
com o apoio de entidades como Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos e
Rede Justiça nos Trilhos.
Dentre
as reivindicações está a luta pelo passe livre, a falta de água nas comunidades
rurais e principalmente a resolução do processo de reassentamento do bairro
industrial Piquiá de Baixo. De acordo com William Pereira, membro da Associação
Comunitária dos Moradores de Piquiá de Baixo, a permanência das organizações se
estenderia até que o poder público municipal se pronunciasse com algum
encaminhamento prático “Estamos aqui reivindicando nossos direitos; nós vamos
permanecer até o caso de Piquiá de Baixo ser resolvido” disse ele.
Durante
o ato, estiveram presentes no local os defensores públicos Leonardo Tupinambá e
Camila Gaspar. De acordo com Leonardo Tupinambá a promotoria pública
providenciará na segunda feira (22) um ofício para cobrar da Prefeitura a analise
do projeto urbanístico e habitacional do novo bairro que já foi apresentado
pelos moradores. A Prefeitura alega que não tem nenhum engenheiro que faça a
avaliação do projeto até o momento.
Na
tarde os manifestantes paralisaram a BR222, em frente ao Parque de Exposição
por aproximadamente duas horas. Filas imensas de carros se formaram dos dois
lados da pista. Em nenhum momento a Prefeita do município, Gleide Santos
apareceu para negociar com os manifestantes.
Lentidão
A
lentidão na resolução do caso do reassentamento do Piquiá de baixo continua
sendo a principal pauta das mobilizações do município. São várias as situações
de descaso da prefeitura com as 320 famílias de Piquiá de Baixo que vivem em
situação de risco nas áreas poluídas pelas siderúrgicas.
Segundo
o professor Milton, “a prefeita expressou recentemente em audiência pública que
é um caso que ela só vai resolver daqui há oito anos. A vida não pode estar
sujeita a essas condições, aguardando por oito anos uma providência do poder
público municipal” diz ele.
Para
pressionar o município, foi iniciada no mês passado a campanha “Piquiá quer Viver” com o objetivo de
divulgar o emblemático caso de Piquiá e pressionar o poder público. A campanha
consiste na assinatura de uma lista online organizada pela Aliança
Internacional de Habitantes. Até o momento tem 650 assinaturas de pessoas de
mais de 40 países.
Rede Justiça nos Trilhos