E então, é mais um Natal! E como nos
pergunta John Lennon em “Happy Christmas”, que se transformou em hino natalino –
cantado em todas as línguas e versões- “
o que fizemos, o que temos feito, (e para onde vamos ?), que caminho seguir?”
Que a estrela que guiou os pastores
ao estábulo em que nasceu o Menino Jesus, nos guie e ilumine também os nossos
caminhos!
Que o texto de Padre Marcelo Barros
nos oriente a encontrar os caminhos !
Feliz Natal, muita saúde, muita paz!
(Eduardo Hirata)
O caminho de Natal
Hoje, os anjos que nos
anunciam que a Palavra Divina se faz carne e se manifesta em nossa realidade
humana e social são pastores como Dom Pedro Casaldáliga e Dom Tomás Balduíno
que, mesmo com o peso da idade e a saúde frágil, continuam seu cuidado amoroso e
profético em favor dos pequeninos, objeto da predileção divina
(Por Marcelo Barros, jornal “Brasil de Fato”, 23/12/2013)
Aeroportos superlotados e estradas
cheias de veículos mostram que, para as festas de Natal, muitas pessoas viajam,
muitos para reencontrar a família ou amigos, outros para aproveitar as
merecidas férias de final de ano. Esse caminho do Natal que aproxima as pessoas
é bom, mesmo se não tem relação com a origem religiosa da festa.
Conforme os evangelhos, o caminho do
Natal foi trilhado pela primeira vez por pastores de ovelhas que, durante a
noite, tiveram a experiência de ver um mensageiro de Deus e ouvir a notícia do
nascimento de Jesus. O relato conta que, assim que os anjos se foram, os
pastores correram para ver o que de fato acontecera. Os anjos haviam dado um
sinal: “vocês encontrarão um menino recém-nascido deitado em uma manjedoura”. E
eles encontraram tudo conforme lhes fora anunciado.
A primeira coisa que chama a atenção
no caminho do Natal é a enorme contradição entre o esplendor do anúncio dos
anjos e a pobreza do que os pastores encontraram: uma manjedoura e, nela
depositado, uma criança pobre. Hoje, o comércio nos diz que o caminho do Natal
é o dos shoppings, das festas de comilança e consumo. O Evangelho nos convida a
retomarmos o caminho dos pastores e procurar a presença divina no que há de
mais humano e, principalmente, na realidade das pessoas feridas pela pobreza,
pela injustiça e pela marginalidade.
Ao insistir que Jesus nasceu como
migrante, em uma Belém “onde não havia lugar para eles na hospedaria”, a
tradição não quer apenas sublinhar que Deus está presente junto aos
empobrecidos, mas que está para lutar a seu favor contra as injustiças do
mundo.
Os antigos pastores da Igreja
ensinavam que a cruz de Jesus foi feita com a mesma madeira do presépio de
Belém. Era o seu modo de dizer que, ao deitar na manjedoura, Jesus já estava
assumindo sua condição de pobre, marginal e condenado pelo poder do mundo.
Assim como a cruz, também o presépio não era apenas, como em nossas casas,
apenas um enfeite piedoso. O presépio é um sinal da solidariedade de Deus
conosco; um modo de dizer a toda pessoa injustamente marginalizada: Deus está
do seu lado e vem lutar junto com você por sua libertação.
Essa festa de Natal não é uma
repetição da história de Belém. Os cristãos fazem memória do nascimento de
Jesus para proclamar que a presença divina se manifesta na realidade humana e
nos chama a sermos testemunhas do projeto divino em meio aos conflitos e
sofrimentos dos empobrecidos no mundo atual. Nem todo mundo que ornamenta suas
casas com enfeites de Natal e põem na sala imagens de um presépio fazem
verdadeiramente o caminho do Natal.
Não adianta cantar “Noite feliz” e
desejar Feliz Natal se sua ação é contrária à vontade de Deus que é justiça e
vida para todos. Quem dificulta e embarga a demarcação de terras indígenas,
essenciais para a vida e a sobrevivência das comunidades, deve saber que o seu
Natal não é o mesmo do caminho dos pastores de Belém. Ao ferir a justiça e
optar pela ambição humana, essas pessoas seguem o projeto do rei Herodes,
responsável pela morte das crianças pobres de Belém e não o caminho dos
pastores.
Hoje, os anjos que nos anunciam que a
Palavra Divina se faz carne e se manifesta em nossa realidade humana e social
são pastores como Dom Pedro Casaldáliga e Dom Tomás Balduíno que, mesmo com o
peso da idade e a saúde frágil, continuam seu cuidado amoroso e profético em
favor dos pequeninos, objeto da predileção divina.
Cada um/uma de nós tem em sua vida
pessoal aspectos que parecem menos nobres e apresentáveis. Esse lado de nossa
vida pode tornar-se como uma manjedoura na qual a presença divina vem se
manifestar solidária e amorosa. Hoje, Jesus repousa nas palhas de nossa vida
para nos conduzir a uma mudança de vida e à transformação do mundo. Esse é o
caminho novo do Natal.
Noite Feliz
Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus
Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!
Noite feliz, noite feliz
Ó senhor, Deus de amor
Pobrezinho nasceu em Belém
Eis na lapa, Jesus nosso bem
Dorme em paz, ó Jesus
Dorme em paz, ó Jesus
Noite feliz, noite feliz
Noite feliz, noite feliz
Eis que no ar vem cantar
Aos pastores os anjos dos céus
Anunciando a chegada de Deus
De Jesus, Salvador!
De Jesus, Salvador!
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