E COMO FICA A DESGRAÇA DO TRANSPORTE DOS PACIENTES DE HEMODIÁLISE DE
AÇAILÂNDIA-MA?
As dezenas de pacientes
açailandenses, entre eles idosos e fragilizados como o senhor Geraldo, do
Conjunto Progresso II, sofrem três vezes por semana, o infortúnio, a desgraça e
o calvário do transporte porcaria até Imperatriz, e vice-versa.
Transporte calvário, não, transporte
criminoso, legítimo atentado á dignidade humana. E olhem que isso quando o
ônibus não “dá prego”, como na tarde de ontem, quinta-feira, 29/05, e menos
mal que foi no começo da viagem, ainda no centro da cidade, no procedimento de “recolha
do pessoal”...
Ou então quando o paciente, como
aconteceu inúmeras vezes este ano com o senhor Geraldo, se recusam a “viajar”,
já prevendo a tortura no ir e vir, vencer os cento e cinquenta quilômetros,
descer aos infernos por quase dez horas, retornar “no bagaço feito laranja
espremida, aí por volta da meia-noite...”.
É lógico que a secretaria de saúde, a
prefeita, o conselho municipal de saúde (tudo no minúsculo, sim...) têm pleno
conhecimento deste acinte, desaforo e descaramento aos Direitos Humanos.
Por isso mesmo, Câmara de Vereadores,
Defensoria Pública, Ministério Público, Judiciário precisam agora “entrar”
nessa história vergonhosa, para por fim a essa escabrosidade.
Há muito tempo pacientes e famílias
reclamam, essa submissão a um tratamento desumano, bandido.
Submeter paciente de hemodiálise a
uma viagem dessas, por ruas esburacadas de duas cidades e uma BR também
esburacada, em obras, e perigoso, é um “risco calculado, premeditado, de
atentado á vida e à saúde, um homicídio doloso, com intenção de matar, mesmo,
devagarzinho, mas matar...”.
Não bastasse estas cenas de horror, a
família ainda é esculhambada por funcionária que confunde alhos com bugalhos,
misturando coisa, ao alegar que deveria a família reclamar, solidarizar-se com
ela pelos cinco meses de salários atrasados, ou pelo pagamento atrasado da
locação do ônibus, e outras barbaridades do tipo...
De fato, temos aí mais um exemplo
acabado e perfeito da “excelência” desta atual administração municipal, em sua
política de saúde.
E então, como ficará o transporte
desses cidadãos e cidadãs, ao seu direito de ir e vir para seu tratamento, em
condições de dignidade e respeito, conforto e satisfação?
Ou vai se enfiar no rolo do caos do
transporte público municipal, outra, de fato, “excelência” da nossa
administração?
(Fotos de Raquel Correia da Silva Tavares, filha do senhor Geraldo)