(Do G1 MA, 22/05/2014)
Poucos ônibus circulam na capital maranhense nesta quinta.
(Foto: Zeca Soares/G1)
Greve dos rodoviários, em São Luís, deixou Terminal de
Integração com pouco movimento (Foto: Flora Dolores/O Estado)
São Luís amanheceu com
redução do transporte coletivo. Motoristas, cobradores e fiscais começaram a
zero hora desta quinta-feira (22), a greve da categoria. A direção do Sindicato
dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário (Sttrema) foi notificada pelo
Tribunal Regional do Trabalho no Maranhão sobre a determinação de que circulem
na capital, pelo menos, 70% da frota. Em caso de descumprimento, está prevista
multa de R$ 4 mil por hora descumprida.
Justiça determina que
70% dos ônibus circulem em São Luís
A categoria reivindica
um reajuste de 16%, mais ticket-alimentação de R$ 500, entre outros benefícios.
De acordo com o presidente do Sttrema, Gilson Coelho, apenas 30% do transporte
coletivo deve ir para as ruas. "É impossível fazer uma paralisação com
esse percentual, já que a frota real, hoje em dia, é de cerca de 85%. A decisão
é desagradável para nós, mas o trabalhador não vai se acovardar por uma
determinação da Justiça", afirmou.
Segundo Gilson Coelho,
foram realizadas oito reuniões entre a categoria e classe patronal, mas nenhuma
contraproposta 'consistente' foi apresentada pelos empresários. "Os
patrões não estão nem aí para a situação, porque sabem que quando chega na
Justiça eles ganham apoio. Vamos pedir apoio à comunidade".
Devido a paralisação
dos rodoviários, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) informa que nesta
quinta-feira (22) não haverá aula na rede estadual de ensino.
Meu comentário:
São Luís, como São Paulo, e Açailândia do Maranhão, e Brasil
todo... O transporte público é um quadro fantástico de calamidades...
Direito essencial de cidadania, o direito de ir e vir, “... é-
ou deveria ser- no seu exercício que o
cidadão/a cidadã se desloca ao trabalho, à escola, ao posto de saúde...” (
transcrevo mais ou menos o que definiu com toda propriedade a Promotora de
Justiça Camila Gaspar, na audiência pública da noite do último dia 19, na
Câmara Municipal açailandense).
Deveria embarcar ontem à noite para a nossa capital, passagem
comprada na Transbrasiliana, participar
de reunião de comissão do CEDCAMA/Conselho Estadual dos Direitos da Criança e
do Adolescente, entregar relatório e ainda cumprir uma agenda pela malfadada “Força-Tarefa”,
criada a um ano pelo Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento
à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, e teoricamente formada por
representantes do COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente,
CONTUA/Conselho Tutelar, CREAS/Centro de Referência Especializado de
Assistência Social e Fórum DCA/Direitos da Criança e do Adolescente para buscar
“agilizar e resolver” várias situações “pendentes/encravadas” de violações de
Direitos.
E como já dizia o velho Chacrinha “quem não comunica, se
trumbica”, indo ao e-mail para uma última checagem, deparo com o comunicado,
emitido às 1900 horas, que a reunião estava cancelada, em virtude da greve... E
greve e movimento paredista, em São Luis ou qualquer canto país, é de se
acautelar...
E voltando à vidinha de Açailândia, na manhã da quinta-feira,
horário de “pico”, aí por volta das sete horas: na falta ou irregularidade de
horários dos “ônibus emergenciais”, pego um táxi-lotação, na companhia da
estudante adolescente para a aula no
IFMA, de trabalhador e trabalhadora
para o emprego na Vila Ildemar...
Seis reais por dia, é dose, sem dúvida um dos mais caros “transporte público”
do Brasil!
Outra situação de estarrecer e indignar/revoltar: as dezenas
d pacientes que dependem de hemodiálise em Imperatriz, três vezes por semana,
sofrem “o cão” com o “transporte (público, também...)” oferecido por nossa
Secretaria Municipal de Saúde: ônibus, ou micro-ônibus desconfortável,
trepidante/sacolejante...
Três vezes por semanas, esses cidadãos/essas cidadãs vivem
seu calvário, submetidos a uma viagem desconfortável,
torturante, e com certeza, prejudicial ao seu estado de saúde... e muitas
vezes, se recusam a ir, como o senhor, idoso, Geraldo, do Conjunto Progresso II,
e é chamado “nas catracas, lá em Imperatriz, porque não está indo regularmente,
cuidar de sua saúde e vida...”.
E falando no Conjunto Progresso II, e misturando transporte
com trânsito e educação, no mesmo horário que acima mencionei, descendo do
táxi-lotação, deparo com dezenas e dezenas de Crianças, e suas mães, tias,
avós, tentando angustiantes “atravessar a BR”, e três ou quatro pontos, entre o
“trevo do Jardim América” e a pracinha, defronte ao elefante branco do “mercado/UPA”
e templo central da Assembléia de Deus:
ir para a escola (no Jardim América, Vila Capeloza) ou de lá voltar, é outro
calvário, outra tortura...
Afinal, gente tem importância nenhuma, o que importa é o tráfego de veículos, eles é
que tem prioridade!
E o cáos do transporte público (e por consequência, do
trânsito, considerando que em razão do cáos se parte para o transporte
individual, moto ou automóvel, entupindo e infernizando a vida da cidade...) é atribuído,
pela prefeitura, ao “rompimento unilateral da empresa OAM/São Francisco”, que
retirou seus ônibus coletivos, mandando às favas a “concessão pública” que
contratou... é de lascar!
(Eduardo Hirata)
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