(Do Portal do Veras, 24/05/2014)
Açailândia - O
Presidente do Sindicato dos Taxistas de Açailândia Sr. Francisco das Chagas (O
Sorriso), e toda a diretoria do SINPRAVA preocupados com a situação do
transporte público da cidade estiveram reunidos na noite desta sexta-feira,
23/05, com representantes de entidades estudantis.
Na reunião realizada na
sede do sindicato localizada no Jardim de Alá, estiveram presentes vários
membros do Movimento Estudantil Independente (MEI) representado por Niltinho
Santiago, e alguns Líderes estudantis da (UESA) União dos Estudantes
Secundaristas de Açailândia representado por Francisco Aires.
Na oportunidade
debateram sobre a causa dos estudantes, que continuam sofrendo na hora de
pegarem uma condução alternativa para chegarem aos seus destinos, até aquele
momento eles (a) não tinham conseguido fechar uma parceria com os taxistas para
efetuarem o pagamento da meia passagem que é um direito constitucional no
transporte público.
No encontro realizaram
uma espécie de votação, para decidirem coletivamente sobre a situação dos
jovens, a maioria dos taxistas, cerca de oitenta e cinco 85 taxistas votaram a
favor dos estudantes.
O SINPRAVA e seus
associados decidiram juntos e passarão a partir de agora a aceitarem as
carteirinhas de estudantes, bastando para isso os alunos (a) apresentarem no
momento do embarque o documento comprovatório para que paguem somente o valor
de meia passagem.
Essa foi uma decisão
conjunta da maioria dos profissionais do transporte alternativo entre os
representantes dos estudantes que estarão trabalhando juntos em parceria até
que se resolva de vez a questão do transporte público em Açailândia.
Meu comentário:
(Eduardo Hirata)
Pela notícia, sente-se a ausência do poder público, no caso o
prefeitural, nesta “parceria” e acordo entre estudantes e os táxi-lotação.
Na audiência pública da noite do dia 19 último, mesmo “in off”,
lideranças comunitárias e bancárias tentaram conversar com o presidente do
SINPRAVA, para discutir essa possibilidade, o da imediata utilização do vale-transporte
pelos(as) trabalhadores(as) e “carteirinha de estudante”, nos táxis-lotação.
Mas não houve clima, naquele burburinho de “final de sessão”,
para conversas mais produtivas.
Mas certamente que não deixa de ser uma “saída”, paliativa,
para a situação vergonhosa que vive Açailândia em relação ao “transporte
público”. Simplesmente não há “ônibus coletivo”, a menos que passem de hora em
hora ou hora e meia e hora e meia... Nos horários de picos, “passageiros(as)
intermediários(as)”, ficam a ver navios, e ou pegam um moto-táxi, ou se
deslocam a pé, mesmo (é mais saudável...)... Passou da hora de alguém de alguma
fiscalização pertinente dar uma olha nos ônibus das linhas dos assentamentos,
que saem e chegam da Praça do Mercado, manhã e tarde...Cidadãos e cidadãs do
campo açailandense não merecem tamanho
descaso com seu “transporte público”, concessão municipal, já não
bastasse esquecidos(as) em outras “políticas públicas” pelo governo...
Pessoas idosas, com deficiência, acessibilidade reduzida,
quem diz que elas conseguem exercer sua cidadania, seu sagrado direito de ir e
vir, deslocar-se pela cidade?
Aplausos para a “parceria estudantes + táxis-lotação, pela
meia-passagem”, mas por que não, de imediato, cada táxi-lotação destinar um
assento, uma vaga, para pessoa idosa, ou, na medida do possível, pessoa com
deficiência/acessibilidade reduzida?
Isso, no imediato, já, agora, hoje, enquanto o poder público
busca equacionar o problema no curto prazo, com a sugestão de que alugue
imediatamente um ônibus com elevador (a
OAM/São Francisco teria 14- quatorze- desses ônibus...), para transporte de
cadeirantes.
Também de imediato, a saúde resolver melhorar, propiciando
mais conforto e dignidade aos cidadãos e
cidadãs açailandenses que dependem de hemodiálise em Imperatriz: três vezes por
semana, são submetidos(as) a uma calvário e a uma tortura, em transporte trepidante,
sacolejante, totalmente inadequado ao seu estado de saúde.
Como ocorre com o senhor Geraldo, idoso residente no Conjunto
Progresso II, que de vez em quando, avaliando o quanto sofre na viagem de ida e
volta, não vai, e depois sofre o constrangimento de uma reprimenda do médido: “...
tá faltando, hein, tem que fazer o tratamento...”.
Mas paralelamente a essas medidas emergenciais, paliativas, o
poder público, e para isso ele existe, que comece a cumprir, executar o que
diz, o que pede a lei: solução no médio prazo, e em definitivo, só se a lei for
rigorosamente cumprida...