“Do Obama: A espionagem
continua, mas vai ficar tudo bem”
(Eduardo Hirata)
E um ‘elemento’ desse
naipe ainda é Prêmio Nobel da Paz. Aliás, há muito que este prêmio se opõe em
dúvida...
Mas o país hegemônico,
que se acha o paladino mundial da justiça, da democracia, da paz, estão na
mesma altura, ambos se merecem: é país das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki,
das guerras da Coréia e do Vietnã, do Iraque e do Afeganistão, dos assassinatos
de Saddam Hussein e Bin Laden, de Guantanamo, dos drones... Que quis impor a
ALCA, que se acha o dono do planeta
Terra...
O triste é,
brasileiros(as) continuarmos ‘macacos de
auditório’ dos estadunidenses, colônia americana, da cultura a Disneylândia...
E aplaudimos o
presidente que manda matar em outros países, e exila seus cidadãos que
denunciam, tudo com base em espionagem...
E os outros é que são
terroristas! É de lascar, hipocrisia das grossas!Bandidagem pura, sem tirar nem
por!...
***************************************************
(Estados Unidos) A espionagem
continua, mas vai ficar tudo bem
Obama finge ceder à
pressão externa e os aliados vão fingir acreditar. A hipocrisia da diplomacia
venceu
(por José Antonio Lima
— publicado 17/01/2014, revista Carta Capital)
Em um longo e aguardado discurso
realizado nesta sexta-feira 17, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama,
afirmou que Agência de Segurança Nacional (a NSA) vai espionar governos de
países aliados e amigos apenas em casos especiais. Seria uma boa notícia, caso
a promessa de cessar o escândalo denunciado em 2013 pelo ex-NSA Edward Snowden
não estivesse acompanhada de tantos adendos que a tornam praticamente vazia.
Ainda assim, isso não deve ser um problema para governos como os de Brasil e
Alemanha, líderes da gritaria contra a NSA – a fala de Obama tem tudo para
apaziguar os aliados e normalizar as relações desses com Washington.
Obama optou por falar sobre a
espionagem de líderes estrangeiros no fim de seu discurso. E escolheu uma das
frases bem humoradas que costuma usar para tratar de assuntos sérios. “Os
líderes de nossos amigos próximos e aliados merecem saber que, se eu quiser
saber o que eles pensam sobre um assunto, vou pegar o telefone e ligar, em vez
de recorrer à vigilância”. A descontração, entretanto, não esconde o fato de
que a espionagem continuará, quando for necessária. O próprio Obama revelou isso ao dizer que as
comunicações dos chefes de estado e governo de aliados e amigos não serão
monitoradas “a não ser que haja um convincente fim de segurança nacional”. Quem
define se um assunto é ou não de segurança nacional para os EUA são, como se
sabe, os próprios EUA.
A justificativa para a manutenção da
espionagem, ainda que atenuada, veio em seguida: todos os governos espionam, os
EUA só fazem isso de uma forma melhor. “Vou ser claro: nossas agências de
inteligência vão continuar a coletar informação sobre as intenções dos governos
ao redor do mundo, da mesma forma como os serviços de inteligência de todas as
outras nações fazem”, afirmou Obama. “Não vamos pedir desculpas simplesmente
porque nossos serviços são mais efetivos”, disse.
Obama aproveitou o discurso para
salientar as contradições não apenas de seu governo, mas daqueles que criticam
Washington. O presidente dos EUA afirmou que, em privado, muitos líderes
reconhecem a importância da vigilância feita pelos norte-americanos e lembrou
que as capacidades de monitoramento dos EUA “ajudam a proteger não apenas nossa
nação, mas também nossos amigos e aliados”.
O discurso de Obama consagra a
hipocrisia na diplomacia, algo que não é apenas comum, mas necessário nas
relações entre os países. Uma vez surgido o escândalo, o governo brasileiro,
entre outros, manifestou indignação com a espionagem. E estava coberto de razão
ao fazer isso, pois as revelações feitas por Snowden romperam o véu de sigilo
que cobre a diplomacia, colocando na berlinda a soberania nacional.
Pressionado pelo Brasil e por outros
países, Obama fez o que eles desejavam: um discurso de mea culpa, que servirá
ao menos para salvar a face dos espionados. Com o passar do tempo, as relações
vão melhorar, Dilma Rousseff (ou seu eventual sucessor) pode até mesmo fazer a
visita de Estado a Washington adiada no ano passado e tudo ficará bem. Pelo
menos até surgir o próximo Snowden.
*****************************************************************