quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

“RETROSPECTIVA DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE AÇAILÂNDIA-MA: 13 FATOS QUE MARCARAM 2013”



“RETROSPECTIVA DIREITOS DE CRIANÇAS E ADOLESCENTES DE  AÇAILÂNDIA-MA: 13 FATOS QUE MARCARAM 2013”








Inicio neste 02 de janeiro de 2014, uma retrospectiva 2013, em relação a Política Municipal de Atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente,com base na atuação e desempenho de seus principais órgãos, o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente/COMUCAA, o Conselho Tutelar/CONTUA e o Fundo Municipal para a Infância e Adolescência/FIA.


A cada dia, um fato, e começo com o principal órgão responsável por essa Política de Atendimento, o COMUCAA, que na definição do ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente, artigo 88,II;  das Resoluções CONANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente n.º 105 e 106/2005 e da Lei Municipal n.º 132/97  é órgão formulador e controlador dessa Politica, além de gerir o FIA (ECA, artigo 88, IV; Resolução CONANDA n.º 137/2010 e Lei Municipal n.º 136/97).


                          I  –  2013  no COMUCAA e ao FIA


1)COMUCAA   começa 2013  com mudanças na composição :

2013 começou com nova composição representante do governo municipal (a representação civil teria mandato até dezembro, e assim foi). E nova Diretoria (Conselheira Presidente: Ivanize Mota Compasso Araújo- Secretaria de Assistência Social/SEMAS; Conselheira Vice-Presidente: Eulália . Manteve-se a Tesouraria com a Conselheira Ivanete da Silva Sousa-Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran/CDVDH-CB e a Secretaria com a Conselheira Cleane Rodrigues da Silva, da Associação de Moradores da Vila São Francisco e Jardim América, que em março foi substituída pela Conselheira Maria Cristina da Conceição Silva, da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais/APAE.

2)... E desfazendo de deliberações do COMUCAA anterior...

O “novo COMUCAA” começa sua gestão 2013 com ‘gosto de gás’, desfazendo, atropelando e revogando deliberações anteriores , e que causaram dificuldades e problemas internos, no funcionamento e desempenho do Conselho ao longo do ano. Entre elas,

* alterações em dois projetos do Protagonismo Infanto-Juvenil financiados pelo FIA, e aprovados em duas etapas, em dezembro de 2012 e pela próprio “novo COMUCAA”, com Resolução baixada pela Diretoria e tudo o mais, e que prejudicaram seriamente Adolescentes Protagonistas e as entidades executoras dos projetos, a Associação de Moradores de Açailândia/AMA, e a Rádio ARCA FM (Comunitária), com desdobramentos ainda para 2014;

* no regulamento do processo eleitoral do CONTUA 2013-2016, que exigiu uma “intervenção” do Ministério Público Estadual, para que se obedecesse a regulamentação original, aprovada em 2012, e que causou um profundo ‘racha’ entre os(as0 então candidatos(as) a Conselheiros(as) Tutelares, que repercute ainda hoje internamente no órgão zelador  dos Direitos, individuais, de Crianças e Adolescentes (ECA, artigo 131);

*Indefinição quanto ao Regimento Interno/RI: o mais antigo, de 2008, e um mais atual, aprovado em dezembro de 2012.

3) Considerando suas atribuições COMUCAA fez pouco...

Embora suas muitas atribuições, encargos  e responsabilidades institucionais (por exemplo, as elencadas na Lei Municipal n.º 132/97), o COMUCAA deixou a desejar em sua atuação, tida por militantes como uma das mais fracas em toda a sua história de mais de vinte anos.

Como exemplo, depois de quatro anos de participação em atividades formativas na Rede Maranhense de Justiça Juvenil, e que buscava implantar em Açailândia as ‘práticas restaurativas e a justiça juvenil restaurativa’, como importantes e fundamentais ações na política municipal de atendimento das medidas socioeducativas para adolescentes em conflito com a lei, o COMUCAA não se empenhou realmente, junto as Secretarias de Assistência Social e de Educação, e de maneira ampliada junto a todo o Sistema (de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes/SGD) e a rede de atendimento,  não cumprindo seu papel essencial de articulador, mobilizador, monitor, fiscalizador,e avaliador de políticas públicas e ações sociais, e nosso município ‘abandonou’ a Rede Maranhense de Justiça Juvenil.

Embora, pelo seu GT/Grupo de Trabalho – o Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes/PLANO DE ENFRENTAMENTO, - tenha cumprido a agenda da “Semana Municipal de Combate”(maio), determinada em lei, não conseguiu efetivar o “Dia MARIA MARTA”, em agosto, e também previsto em lei.

Sobre a Política e Plano Municipal de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção a(o) Trabalhador(a) Adolescente/PLAMETI, um descaso e  omissão que beiram o absurdo, comprovada com a explicita e vergonhosa exploração de Crianças e Adolescentes em atividades laborais, pelas ruas, avenidas,brs, praças, feira/mercado; lava-jatos e oficinas; lanchonetes- restaurantes- casas noturnas-, residências...

E ainda no primeiro semestre de 2013, na tentativa de buscar soluções – sociais e judiciais – para casos encravados, irresolvidos, impunes de violações de Direitos, como os referentes às CPI Estaduais de 2003-2004 e 2009-2010, “Provita”, assassinados na FUNAC, menino desaparecido ELSON, MARIA MARTA, e outros, o COMUCAA, através do Grupo de Monitoramento, constituiu, provocado pela Paróquia Santa Luzia, Centro Comunitário Frei Tito, CDVDH-CB/Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran e Secretaria Executiva do Fórum DCA, uma “força-tarefa”, em conjunto com o CONTUA, o CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social e Fórum DCA, que praticamente ‘não saiu do lugar’ (embora tenha realizado uma viagem a São Luís para uma reunião com o Provita). Sobre a “força-tarefa”, dedicaremos um capítulo especial nesta “Retrospectiva 2013 DCA”.

A formação continuada do SGD e da rede de atendimento, exigida como política pública permanente pela Resolução CONANDA n.º 112/2006, pela primeira vez nos últimos nove anos, não foi realizada. Como exceção, duas formações especificas, para os(as) candidatos(as) ao CONTUA 2013-2016, no primeiro trimestre, e para os(as) Conselheiros(as) civis, escolhidos(as) pelas entidades eleitas  em 07 de dezembro.

4)  COMUCAA se desgasta   apurando  o Conselho Tutelar...

 Boa parte do seu “tempo 2013”, o COMUCAA usou apurando possíveis irregularidades no CONTUA, constituindo duas comissões especiais: a primeira, que apurou denúncia do CDVDH-CB, de omissão de socorro da parte do Conselheiro Tutelar, a um ‘ex- Menino do Trem’, inocentando-o; a segunda que apurou denúncia contra o mesmo Conselheiro Tutelar, de vazamento de denúncia encaminhada pelo Disque 100 nacional, e que agora tramita no âmbito da Procuradoria do Município. Em ambas as situações, ‘sobraram e sobram’ muitas dúvidas quanto as conclusões do Conselho, que certamente demandarão ainda em 2014.

E para complicar um pouco mais o quadro, mais uma denúncia, desta vez de falta de ética e interferência das Conselheiras Tutelares Edna Maria Alves dos Santos e Lucinete Freitas de Aguiar, na assembleia de escolha das entidades não-governamentais ao COMUCAA dezembro 2013-dezembro 2015.

Para apurar esta terceira denúncia contra o CONTUA, o COMUCAA já constituiu Comissão Especial, que deverá funcionar a partir deste início de janeiro 2014.

Essa situação toda repercute negativamente no relacionamento entre ambos os Conselhos,, com reclamações, mágoas e ressentimentos de lado a lado, o que acaba prejudicando os verdadeiros objetivos desses Conselhos, que é a promoção, a proteção e a defesa dos Direitos de Crianças e Adolescentes, de acordo com o ECA e a toda legislação pertinente. AO COMUCAA, cabe de maneira coletiva, difusa, e ao CONTUA, de maneira individual, inclusive á família da Criança ou Adolescente atendido(a), por ameaça ou violação de seus Direitos.

5) Orçamento Criança e Adolescente: COMUCAA pouco atuou

 Outra importante e fundamental atribuição do COMUCAA (ECA, artigo 4º) , na busca de assegurar Direitos de Crianças e Adolescentes, é sua atuação junto ao “Orçamento Municipal”. Afinal, ‘politica pública só acontece com recurso, com verba, com orçamento’.
Foi um 2013 de fraca atuação do COMUCAA, deixando quase tudo, quanto ao ‘orçamento’, para a representação do CONTUA e do Fórum Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente/Fórum DCA Açailândia.

E foi um ano importante, de elaboração e aprovação do PPA/Plano Plurianual, previsão orçamentária para os próximos quatro anos (2014 a 2017) e orçamento básico do município, no qual o Poder Executivo manifesta suas intenções quanto ás políticas públicas, programas, projetos, atividades, o que pretende fazer com os recursos (receita) previstos.

6) FIA: atrasos nos repasses atrapalham o COMUCAA...

Em relação ao FIA, mais uma vez foi um ano de atrasos nos repasses do Tesouro Municipal, que se limitam ao ‘nunca menos de um por cento do FPM/Fundo de Participação dos Município’, que criaram transtornos sobretudo às entidades executoras de projetos. No final do ano, uma delas sofreu constrangimentos, com cheques seguidamente ‘devolvidos’...

Os projetos desenvolvidos em 2013, com financiamento do FIA:

1. “Arte e Comunidade: estratégia de inclusão no Pequiá, da Paróquia São João Batista, no valor de R$ 79.986,45 (setenta e nove mil e novecentos e oitenta e seis reais e quarenta e cinco centavos);

 2. “Construindo a Cidadania”, do CDVDH-CB/ Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran, no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);

 3. “Novo Olhar”, das Associações de Moradores da Vila São Francisco e Jardim América/ de Moradores da Vila Capeloza, no valor de R$ 80.000,00 (oitenta mil reais), e

4. “Saber Viver II”, da AMA/Associação de Moradores de Açailândia, no valor de R$ 63.736,00 (sessenta e três mil reais e setecentos e trinta e seis reais).

Dois outros projetos, “Adolescentes tem vez, voz e voto”, da Comissão Juvenil do Fórum DCA para execução da AMA., no valor de R$ 35.000,00 (trinta e cinco) mil reais, e “Protagonismo em Comunicação”,da Rádio ARCA FM Comunitária, no valor de R$ 120.000,00 (cento e vinte) mil reais, aprovados igualmente em janeiro, sofreram alterações profundas, com valores reduzidos,  determinadas pelo COMUCAA, de tal maneira que acabaram totalmente desfigurados.

E no dia 20 de dezembro, o COMUCAA anuncia que, depois de dez anos seguidos recebendo doações de empresas para o FIA, não contará como estes recursos para 2014: a Vale, que doaria R$ 150.000,00- cento e cinquenta mil reais, e a EATE/TBE, com R$ 10.000,00 – dez mil reais-, cancelaram as doações, os motivos ainda não foram ‘oficializados’.

E o COMUCAA já tinha aprovado seu “Plano de Aplicação”, contando com estas e outras doações empresariais, o que também foi aprovado no Orçamento do Município.

7) Falta de participação adia assembleias e reuniões...

Pelo menos três assembléias ordinárias e duas extraordinárias, e dezenas de reuniões de Comissões Permanentes e Especiais, e dos Grupos de Trabalho, deixaram de acontecer, por falta de quórum. A baixa participação dos(as) Conselheiros(as), no geral, foi uma das questões mais levantadas e discutidas no Conselho, sem que se chegasse a uma boa solução. Mas concluiu-se que isso foi fator agravante para a baixa produtividade do COMUCAA em 2013. Tanto assim que se obrigou a adiar sua Audiência Pública anual de “prestação de contas à sociedade”, prevista para dia 20 de dezembro., para 24 de janeiro de 2014.pois sequer conseguiu aprovar o Relatório Geral do ano.

O COMUCAA, a mais de uma década reconhecido e admirado como um dos melhores Conselhos Municipais do Maranhão, neste 2013 literalmente ‘pisou na bola’.

A Diretoria alegou que foi induzida pela seu assessor, Raimundo Rodrigues da Silva, a muitos erros, desencontros, negligências e omissões. E também ao fato de que ele, assessor também de outros cinco Conselhos, da política de assistência social, além de atividades junto a Associação Estadual de Conselheiros e  ex-Conselheiros Tutelares do Maranhão, pouco esteve disponível ao COMUCAA.

Tal fato demonstrou a fraqueza do COMUCAA e de sua Diretoria, sem autoridade, poder e gestão sobre sua equipe de apoio técnico e administrativo, colocado pela administração municipal. Essa ‘equipe’ foi composta ainda por um bacharel de Direito, Carlito Alves, que em doze meses na verdade não esteve a serviço do COMUCAA, embora ocupasse na sede  uma sala; uma agente administrativa. Maria de Fátima Sousa Silva, veterana no Conselho, mas desde final de 2011 envolvida em irregulares na aplicação de recursos do FIA, situação apurada pelo COMUCAA mas não definida pela administração municipal (e já no final do ano, mais uma agente administrativa);  um motoboy,não exclusivo, e duas zeladoras.

8) Empossada  nova representação civil no COMUCAA

E em dezembro, no apagar das luzes, em conjunto com o Fórum DCA, o COMUCAA concluiu o processo de escolha da representação civil para a gestão dezembro de 2013 a dezembro de 2015, com a assembléia realizada no dia 07 de dezembro, a formação prévia dos(as) Conselheiras entre os dias 12 e 28, e a posse no dia 20 de dezembro de 2013.

O Fórum DCA definiu Ismael Martins de Sousa, o “Ismael Coração da Vila”, conselheiro tutelar entre junho de 2007 e junho de 2013, como próximo Conselheiro Presidente, e Manoel Messias Soares, da ASCOSVI, como Conselheiro Vice-Presidente.

Importante dizer que após praticamente treze anos com a Presidência do COMUCAA ocupada pela representação governamental, desta vez se cumprirá a alternância/paridade, e a representação terá a Presidência.
A representação da sociedade civil que assumiu em 20 de dezembro de 2013, para mandato de dois anos (até 20 de dezembro de 2015), está assim constituída:

Maria Lucia Alencar Lima Costa, titular, e Terezinha Pereira Soares, suplente (Associação de Moradores da Vila São Francisco e Jardim América); Dinair Silva Lima, titular, e Idelvânia Lopes da Silva, suplente (Associação de Moradores da Vila Capeloza); Luciana de Jesus Carvalho Freitas, titular, e Zeneide Alves Gonçalves Leite (Associação Comunitária Bom Samaritano); Ismael Martins de Sousa, titular, e Gele Maria de Sousa Santos, suplente (Associação de Esportes Coração da Vila); Manoel Messias Soares Silva, titular e Cezar Augusto Souza, suplente (Associação Comunitária e Social da Vila Ildemar); Alex Pereira dos Santos, titular, e Thais Gabrielle Souzsa\da Silva (Associação de Moradores de Açailândia).


A representação governamental definiu Ivanize Mota Compasso Araújo como Conselheira Tesoureira, e Maria Crsitina da Conceição Silva, como Conselheira Secretária, mas agora como representante da Secretaria de Educação.

E imediatamente após a posse da representação civil, e de duas novas Conselheiras governamentais (além de Maria Cristina,  Linda Grace Barberino, pela Secretaria de Saúde), o COMUCAA entrou em recesso, até a manhã de 06 de janeiro de 2014.


(continua)