sábado, 26 de maio de 2018

Justiça manda soltar assassino de Dorothy Stang






Ministro do STF Marco Aurélio concede habeas corpus a um dos mandantes do crime, ocorrido em 2005
Da Redação - Brasil de Fato | São Paulo, 25 de Maio de 2018



O fazendeiro Regivaldo Galvão, preso desde 2017 pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, recebeu o benefício de um habeas corpus concedido pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quinta-feira (24). 


Stang foi morta a tiros no dia 12 de fevereiro de 2005 no município de Anapu, no Pará. A promotoria do Estado afirma que a missionária foi morta em retaliação por seu trabalho em defesa da criação de assentamentos para trabalhadores rurais em terras públicas, reivindicadas também por fazendeiros e empresas madeireiras da região. 

Regivaldo Galvão havia sido condenado a 30 anos de prisão em 2010, mas aguardava julgamento dos recursos em liberdade, até que, em 2017, o próprio STF determinou sua prisão. Outras quatro pessoas também foram condenadas a penas que variam de 17 a 27 anos de prisão.

Vitalmiro Basos de Moura, o Bida, é apontado como mandante do crime, junto a Regivaldo. Ele cumpre pena em regime domiciliar desde 2015, por determinação do juiz Luiz Trindade Júnior, da 5ª Vara Penal de Altamira.

Perseguição

A Comissão Pastoral da Terra (CPT), entidade na qual a freira atuava, divulgou nota à imprensa sobre a decisão do STF.

"A Diretoria e Coordenação Executiva Nacional da CPT, comprometidas com o povo da terra, das águas e das florestas, reiteradamente têm se expressado sobre como a impunidade alimenta cotidianamente a violência contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo brasileiro e seus aliados. O caso da missionária era uma exceção à regra, possivelmente por ser estrangeira de nacionalidade estado-unidense, pois os acusados de sua morte foram julgados e condenados", aponta o texto.

"Vivemos a lamentável situação em que autoridades de diversas instâncias, tanto do Executivo, quanto do Legislativo e do Judiciário dão o suporte que esses latifundiários precisam para continuar impondo seus interesses sobre os povos e comunidades", segue a nota.

"Quem se atrever a levantar a voz em favor dos sem terra, dos camponeses pobres, posseiros, ribeirinhos e de outras comunidades rurais certamente vai enfrentar a perseguição".

Edição: Diego Sartorato


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*** Nesse nosso Brasil injusto e desigual, no qual o judiciário é um mantenedores, com essas suas ‘interpretações’ absurdas da lei. Com essas decisões, esse judiciário só faz aumentar seu descrédito, e o dito popular “...No Brasil,  o crime compensa – e como compensa!”.

E viva nosso ‘stf’, o derradeiro guardião da justiça e da lei!


(Eduardo Hirata)