quarta-feira, 23 de maio de 2018
(Do blog “Folha de Cuxá/Josinaldo Smile”)
A CAMPANHA QUEM NÃO LIGA, TAMBÉM
VIOLENTA!” lançada no começo do mês de maio/2018 pelo
comandante do 26º Batalhão Tenente Coronel Diniz, em conjunto com
representantes da Sociedade civil organizada e do poder público. Tem ação
programada para acontecer na próxima terça-feira (29 de maio de 2018) na Vila
Ildemar. A atividade envolve a participação de diversos órgãos públicos que
farão a conscientização e entrega de material informativo.
A ação é
coordenada pela “POLÍCIA MILITAR
DE AÇAILÂNDIA” (26º BPM) entre o poder público e a sociedade, com
atividades de conscientização desenvolvidas em locais estratégicos da cidade, a
iniciativa tem o objetivo de chamar a atenção da sociedade para o assunto. A
campanha tem por objetivo levar para toda a comunidade os telefones dos Órgãos
que atuam no Sistema de Garantia dos Direitos/SGD no eixo de defesa dos
direitos: Conselho Tutelar, Disk 100, Delegacia Especial de Atendimento à
Mulher/Polícia Civil, Disk 180 e da Polícia Militar, com objetivo de que o
cidadão diante de suspeita de maus tratos, abandono, violência contra a pessoa
idosa, pessoa deficiente, mulher, criança e adolescente, entre outros, deve
denunciar! Será implantada por bairro e inicialmente começará pela Vila
Ildemar. que deverá receber 7.000 (sete mil folderes) e 7.000 (sete mil) ímãs
de geladeiras, sendo que serão entregues o total de 50.000 (cinquenta mil)
materiais informativos da campanha, alcançando todas as residências do
município.
·
“Quem não comunica, se trumbica!” já dizia Chacrinha, o “Velho Guerreiro”...
E “prevenir é melhor que remediar!”, velha máxima popular ainda em voga
sociológicas...
De verdade, a comunicação,
a divulgação, a denúncia, tem alta validade tanto da prevenção como no “tratamento/responsabilização”
nas situações de ameaças e ou violações dos Direitos Humanos.
Daí, a importância
desta campanha, e parabéns, não só à PM-MA., mas sobretudo ao José Alves
Bezerra, ex-conselheiro tutelar, que tem se empenhado, já há seis anos, na
busca de “comunicar e divulgar”, sensibilizando e conscientizando a sociedade à
denúncia e á ‘cobrança’.
Infelizmente, e
isso se constata no dia-a-dia, o “sistema” tarda e falha, no atendimento e na
apuração às denúncias feitas pelo ‘povo’. Sejam as ameaças e ou violações às
Crianças e Adolescente, pessoas idosas e com deficiência, mulheres...
As reclamações são
muitas, e muitos(as) denunciantes ou dizem que já cansaram de denunciar, sem
nenhuma efetividade/resolutividade, ou sequer foram ‘atendidas’, ou ‘ denunciei
e só deu prá minha radiola’. Reclamam das desculpas e justificativas dos órgãos
oficiais de atenção (Conselho Tutelar, CRAS, CREAS, Policias Civil e Militar,
Defensoria Pública, Ministério Público, Judiciário). Pior ainda: órgãos entre
si não se entendem, não se articulam, não se mobilizam para o atendimento.
Sobretudo são
reclamações/denúncias oriundas de escolas, entidades populares, a gente do ‘povo’,
como a da professora que já denuncia, há anos, suspeitas de maus-tratos e
abusos a seus(suas) alunos(as), e fica por isso mesmo; ou da avó que já não ‘vai
mais atrás de socorro’, na tentativa de ‘controlar’ seus9suas) netos(as),
negligenciados(as) pelos pais/pelas mães; ou da associação de moradores que diz
que “... agora, só Jesus na causa”, ou de senhoras do Jacu que cansaram de
denunciar sobre pontos de drogas (“... lavamos as mãos, como fez Pilatos,
tentamos fazer nossa parte”, disse uma delas).
Resumo da ópera:
para que campanhas meritórias como essa, de iniciativa da PM e do José Alves
Bezerra, tenham concretude, efetividade, é preciso que o “sistema” se articule,
mobilize, cumprindo com o que determina o ECA/Estatuto da Criança e do
Adolescente, ali no seu artigo 88. Só assim “o povo” realmente se
conscientizará do valor e da importância da denúncia, da prevenção às ameaças e
violações de Direitos Humanos, que aqui em Açailândia beiram o absurdo
intolerável, e todos(as) somos mais que testemunhas cotidianas e costumeiras
dessa realidade.
(Eduardo Hirata)
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