sexta-feira, 25 de maio de 2018

Nota pública do Conanda a respeito dos óbitos de adolescentes em medida socioeducativa no centro de internação provisória do 7º batalhão de polícia militar em Goiânia/GO - 25/05/2018






Em nota o Conanda manifesta sua indignação com as mortes ocorridas no Centro de Internação Provisória do 7º batalhão de Polícia Militar em Goiânia/GO e comunica seu repudio a utilização do espaço da Polícia Militar como ambiente para adolescentes que cometem ato infracional, ainda que em internação provisória, o que viola os direitos de adolescentes sob a tutela estatal.


 O CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE – CONANDA,


 instância máxima de formulação, deliberação e controle das políticas públicas para a infância e a adolescência na esfera federal, criado pela Lei nº 8.242, de 12 de outubro de 1991, é o órgão responsável por tornar efetivos os direitos, princípios e diretrizes contidos no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990,
informa que está acompanhando a situação do Sistema Socioeducativo do Estado do Goiás.


O CONANDA vem a público manifestar sua indignação com as mortes ocorridas no Centro de Internação Provisória do 7º batalhão de Polícia Militar em Goiânia/GO e comunica seu repudio a utilização do espaço da Polícia Militar como ambiente para adolescentes que cometem ato infracional, ainda que em internação provisória, o que viola os direitos de adolescentes sob a tutela estatal.

O CONANDA requisita que o Exmo. Governador do Estado do Goiás José Eliton tome todas as medidas necessárias para a devida apuração, responsabilização criminal e civil e promova ações para que os adolescentes não tenham seus direitos violados.

Reafirma-se ainda que os adolescentes que cometeram ato infracional devem ter seus direitos garantidos em conformidade com os princípios do Estatuto da Criança e do Adolescente, bem como a Lei 12.594/2012 que institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase).

Por fim, este conselho se solidariza com o luto e a dor das famílias dos atingidos dentro da unidade de internação e firma o compromisso de zelar pela proteção à vida e aos direitos humanos dos adolescentes em cumprimento de medida socioeducativa.


25 de maio de 2018.


CONSELHO NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE


(Foto: “O Popular” de Goiânia, 25/08/2018)


*** Goiânia, como aqui Açailândia do Maranhão: ...já se tornou banal a violência letal contra adolescentes e jovens, sobretudo pobres, negros, pardos. Com a “aprovação”, lamentavelmente, de boa parte de nossa população cristã e civilizada...
O pior, no entanto, que nenhum órgão público, criado e mantido com obrigação de promover, proteger, defender Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes ( e se comprova, um ‘sistema’ ineficiente diante da realidade brutal de assassinatos nos últimos vinte anos, inclusive de Adolescentes e Jovens sob ‘tutela estatal- (municipal, estadual)’-, emite sequer uma “nota pública, de repúdio”, e pior ainda, fica tudo por isso mesmo...
É “ o calar, o silêncio, que consente”...

(Eduardo Hirata)

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