segunda-feira, 30 de setembro de 2013

“FÓRUM DE CONTROLE SOCIAL DE AÇAILÂNDIA-MA”: AINDA NÃO FOI DESTA VEZ SUA CRIAÇÃO




“FÓRUM DE CONTROLE SOCIAL DE AÇAILÂNDIA-MA”: AINDA NÃO FOI DESTA VEZ SUA CRIAÇÃO


(da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia, com informações e fotos de Francisco Sousa, do Sinidcato dos Bancários)


Aconteceu nesta manhã de sábado 28/09, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Rua Santos Dumont, Centro, uma reunião ordinária de entidades de classe, conselhos municipais e movimentos sociais que tem por finalidade  criar o “ Fórum de Controle Social de Açailândia-MA”,  a fim de atuar no campo das Políticas Públicas, no controle dos recursos públicos  garantindo o exercício da transparência no uso dos mesmos, e integrando, para fortalecer e potencializar os Conselhos Municipais, no cumprimento de seu papel institucional.


A proposta está aberta para todas as entidades e movimentos sociais parceiros, principalmente, todos os conselhos municipais instituídos no município de Açailândia-MA com a finalidade de criar o “Fórum de Controle Social de Açailândia-MA”, em breve.


É um processo de discussão e formação que se efetiva desde setembro de 2011, quando da realização em nossa cidade, da “I Conferência Regional da Transparência e do Controle Social”, passando por momentos de formação em “Controle Social, Conselhos, Participação Popular, Políticas Públicas e Orçamento”, em parcerias do CDVDH-CB/Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran, COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, CME/Conselho Municipal de Educação, CONTUA/Conselho Tutelar de Açailândia, SINPROESEMMA/ , SINTRASEMA/Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Açailândia, FETRAM/Federação Estadual dos Trabalhadores Municipais, com o Núcleo de Combate à Corrupção, da CGU/Controladoria Geral da União; SEFAZ/Secretaria de Estado da Fazenda do Maranhão; TCE/Tribunal de Contas do Estado e TCU/Tribunal de Contas da União.

Nesta reunião da manhã  de sábado 28/09, estiveram presentes  representantes de(a):


 ADEFIA/Associação dos Deficientes Físicos de Açailândia (João Luis), Fórum DCA Açailândia (Eduarto Hirata), SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO MARANHÃO (Francisco Sousa), SINPROESEMMA (Neurene e Izabel), MOVIMENTO ESTUDANTIL INDEPENDENTE (Danne Hévila), CONSELHO MUL. DA EDUCAÇÃO (Júlia e Milrilene) e CDVDH/CB(James Dean).


“EXISTEM QUESTÕES SOCIAIS, EM AÇAILÂNDIA-MA, QUE TODOS OS CONSELHOS MUNICIPAIS DEVEM ATUAR PARA PREVALECER DE FATO A IMPLEMENTAÇÃO DAS POLÍTICAS PÚBLICAS. DESSA FORMA, É URGENTE A INTEGRAÇÃO, VIA FÓRUM DE CONTROLE SOCIAL, DE TODOS OS ORGANISMOS SOCIAIS EXISTENTES NO MUNICÍPIOS”, afirma Francisco Sousa.


Diante do baixo quórum (apenas um conselho municipal esteve presente), resolveu-se por articular uma nova reunião, para meados de outubro, pela “Comissão Provisória Pró-Criação do Fórum de Controle Social de Açailândia-MA”, que continua com as entidades SINPROESEMMA/Núcleo local; CDVDH-CB e Fórum DCA Açailândia.  

sábado, 28 de setembro de 2013

CEDCA-MA NA ASSEMBLÉIA DE SETEMBRO 2013 TRATA DE PESQUISA “CRIANÇAS E ADOLESCENTES VIVENDO NA CLANDESTINIDADE NOS TRENS DA EFC” E OUTROS ASSUNTOS





CEDCA-MA NA ASSEMBLÉIA DE SETEMBRO 2013 TRATA DE PESQUISA “CRIANÇAS E ADOLESCENTES VIVENDO NA CLANDESTINIDADE NOS TRENS DA EFC” E OUTROS ASSUNTOS

O CEDCA-MA/Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente do Maranhão realizou na quinta-feira, 26, sua assembléia mensal ordinária, referente ao mês setembro de 2013.

Na pauta, vários assuntos:

1)    Carla Serrão e Jeane Pires, da Agencia Matraca, apresentaram um resumo da pesquisa “Crianças e Adolescentes Vivendo na Clandestinidade nos Trens da Vale”, de 2012, em fase de finalização, e que será foco de encontro agendado para dia 05 de novembro, em São Luís, com gestores(as)  de assistência social, educação e saúde; conselhos municipais e tutelares; prefeitos(as) de municípios maranhenses e também paraenses ao longo do “Corredor Carajás/Estrada de Ferro Carajás”;

2)    Elaboração do “Plano Estadual de Atendimento Socioeducativo 2014-2013”, que terá um seminário dias 06,07 e 08 de novembro;

3)    Situação das unidades de atendimento socioeducativo, face aos indeferimentos de registro pelo CEDCA; interdição pelo Judiciário e pedidos de interdição pelo MPE, e adiamento de licitações para construções, reformas, ampliações e melhorias, pela SINFRA;

4)    Resolução do CONANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, sobre “Protagonismo/Participação de Crianças e Adolescentes”; 

5)    Mobilização para a Implementação do “Plano Estadual de Convivência Familiar e Comunitária”; etc.

O CEDCA-MA resolveu adiar a visita a Açailândia, do dia 09/10 para o dia 22, também de outubro, para melhores preparativos da pauta, e ainda visitar no próximo dia 10 de outubro, pela manhã, o CPCA/Complexo de Proteção à Criança e ao Adolescente da Beira-Mar (RFFSA), em São Luís, que vive condições precárias de funcionamento, e a tarde, realizar assembléia extraordinária.  


Participaram da assembléia do CEDCA-MA: Ana Amélia Braga (SES/Secretaria de Estado da Saúde), Ana Lucia Muniz Costa (SEPLAN/Secretaria de Estado de Planejamento), Creuziane Barros (Instituto PLAN Internacional), Jamilda Ribeiro (SEDES/Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social), Lidia Vasconcelos (Instituto Formação), Maria Betânia Magalhães (CRESS/Conselho regional de Serviço Social), Maria Ribeiro Conceição (CDMP/Centro de Defesa Padre Marcos Passerini), Quésia Barros (PAMEN/Pastoral do Menor de São Luís), Rosangela (FUNAC/Fundação Estadual de Assistência á Criança e ao Adolescente ) e Eduardo Hirata (CDVDH-CB/Centro  de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran).



“ECA NA ESCOLA COMO INSTRUMENTO DE GARANTIA DE DIREITOS E DEVERES ARTIGO 53 A 59”: REUNIÃO COM GESTORES/AS DE ESCOLAS MUNICIPAIS.





“ECA NA ESCOLA COMO INSTRUMENTO DE GARANTIA DE DIREITOS E DEVERES ARTIGO 53 A 59”: REUNIÃO COM GESTORES/AS DE ESCOLAS MUNICIPAIS.

O COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia, por provocação do CONTUA/Conselho Tutelar, e em parceria com o MPE/Ministério Público Estadual, CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social e a PM/GEAP-PROERD, realizou na manhã desta sexta-feira, 27/09/2013, no auditório da Câmara de Vereadores, Rua Ceará, Centro, entre 0930 e 1215 horas, uma reunião com Gestores/as das Escolas da rede pública municipal de ensino.

O tema da reunião versou em torno do “ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente como Instrumento de Garantia de Direitos e Deveres Artigo 53 a 59”. E conforme os Conselhos COMUCAA e CONTUA, tinha por objetivo discutir e buscar soluções para muitos dos problemas envolvendo Crianças e Adolescentes estudantes e as escolas, além de procurar diferenciar claramente o    que é “indisciplina” de “ato infracional”, pois muitas vezes o CONTUA é acionado e interpelado indevidamente, sendo o caso simplesmente de indisciplina escolar que deve ser tratada internamente.

Entre as muitas falas, momentos de debates e encaminhamentos/proposições, destacamos:

O Promotor de Justiça Gleudson  Malheiros Guimarães enfatizou que a reunião equivalia a uma “reunião de trabalho”, e colocou aspectos legais  quanto ao papel da escola nas questões de ameaças e violências. Ressaltou que realmente não dá para buscar resolver problemas suspendendo, transferindo ou “expulsando” estudantes, pois fere o direito de acesso e permanência na educação pública. E que a Secretaria Municipal de Educação deve ter uma equipe multidisciplinar para atender essas situações.

Em resposta às colocações do Promotor de Justiça, representantes da Secretaria de Educação (Andreia Ferraz, Elaine Cristina, Fabiane e ao final a própria Secretária, Ivanete Carvalho), anunciaram a criação da equipe multidisciplinar, formada inicialmente por três assistentes sociais e psicopedagoga, concursadas, e que atuarão inicialmente em quatro polos, mas se estenderá por toda a rede (78-setenta e oito escolas-, cidade e campo).

E apresentaram várias ações atualmente desenvolvidas pela Secretaria, justamente procurando mobilizar as comunidades escolares (gestores, professores, servidores, pais, estudantes) em relação a Direitos e Deveres, como a série de palestras em andamento.

    A Secretária Ivanete Carvalho destacou a necessidade de um trabalho conjunto, integrado, de direito e de fato “em rede”, o que colocou também a Técnica Educacional Eline Nascimento, ressaltando ainda uma ação de protagonismo infanto-juvenil com estudantes de municípios vizinhos, juntamente com o Selo UNICEF ( Açailândia é município certificado, desde deembro de 2012, e ela também ação do COMUCAA no sentido de mobilização em torno do Selo).

A s representantes da Secretaria pautaram uma reportagem da TV-Mirante, divulgada no JM 2ª edição da última segunda-feira, de uma “briga” de duas adolescentes de escola da rede municipal, fardadas. E as colocações feitas pela Conselheira Tutelar Lucinete Freitas de Aguiar, em entrevista, sobre denúncias de maus-tratos, por parte de professores e gestores. Lucinete afirmou que nestes três meses do atual mandato do CONTUA, já são muitas sim as denúncias. A Secretária Municipal Ivanete Carvalho garantiu reunir-se com o CONTUA para tratar dessas denúncias. E que a Secretária está empenhada, inclusive com advogado, em resolver essas situações, como aconteceu recentemente numa escola, em grave incidente.

Eline, ex-Conselheira Municipal de dois mandatos, disse também da impunidade, que desacredita a ação das autoridades perante à população, citando casos como os chamados “Provita e Meninos do Trem da Vale”, e que essa impunidade estimula a violência.

Manoel Sobrinho, da Coordenação de Inspeção Escolar, reconheceu que o quadro da violência nas escolas é muito grave e sério, mas que a Secretaria faz o que pode e que as escolas tem que ter iniciativa e criatividade para tentar resolver os casos, antes de repassar ás outras autoridades.

O representante do Fórum DCA Açailândia, e Conselheiro Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescentes, este que vos escreve, disse que reuniões como essa eram frequentes (pelo menos anualmente) e que deveriam ser rotineiras, diante do quadro de violência nas escolas que vivemos. Falou sobre os objetivos e metodologia da “Rede Maranhense de Justiça Juvenil”, da qual Açailândia participou ativamente, de 2008 a 2012, e que este ano praticamente abandonou. E são ações (a cultura da paz, as práticas restaurativas, os círculos de paz e restaurativos) que muito contribuiriam com as escolas, além do atendimento socioeducativo. Sobre a equipe multidisciplinar da Secretaria de Educação, relembrou a Coordenação de Apoio ao Educando, e disse que uma atuação integrada com outros serviços e programas, como o CRAS, CREAS, NMIES, etc, potencializaria o atendimento às Crianças e Adolescentes estudantes e suas famílias.

Um Gestora escolar tratou do papel e do relacionamento com o CONTUA, que hoje entende melhor, mas destacou que muitos(as) gestores(as) assim como ela, envolvem-se profundamente na tentativa de resolver situações difíceis que sofrem seus/suas alunos(as), mesmo com poucos recursos e apoios. E fez um apelo, que as escolas precisam de ajuda e de parcerias para enfrentar os problemas que vivem seus estudantes, famílias e comunidades, pois se sentem impotentes para atuar e buscar mudanças e melhorias.

A Coordenadora do EJA, Professora Márcia, disse da dificuldade de palestras com estudantes e pais/responsáveis, pois são mais de mil e quatrocentos estudantes no turno noturno, e solicitou recentemente ao Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes, uma palestra especifica e não foi atendida.

A Coordenadora do CREAS, Angela Marcia, respondeu que de fato se recebeu o pedido, mas era preciso reunir, planejar, e o pedido foi “muito em cima da hora”.

 Eline Nascimento ressaltou que em anos anteriores, uma equipe do Grupo e da Secretaria se disponibilizava para atividades educativas com as comunidades, inclusive no campo, realizando dezenas delas durante o ano. E quanto às assistentes sociais, é preciso discutir sobre sua função e jornada de trabalho em Açailândia (que é de 30-trinta- horas semanais, segundo dito na reunião), mas boa parte também trabalha em outros municípios e outras atividades.

O Soldado PM Assiroaldo Bomjardim representou o PROERD/Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência, e o GEAP/Grupo de Apoio às Escolas, ações da Policia Militar do Maranhão desenvolvidas em parceria com o sistema educacional.

A Conselheira Municipal Maria Cristina da Conceição Silva, representando o COMUCAA, conduziu a reunião, destacando a participação do Promotor de Justiça Gleudson Malheiros Guimarães, as dificuldades de mobilização no atendimento dos Direitos de Crianças e Adolescentes, e que é preciso muita humildade para um trabalho efetivo com os estudantes.
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quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Juiz acusado de irregularidades no caso das adoções em Monte Santo-BA é afastado





(Do G1, publicado em  23 de setembro de 2013)


O plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta segunda-feira (23), por unanimidade, afastar das funções o juiz da Bahia Vitor Bizerra e abrir procedimento disciplinar para apurar se houve irregularidade na decisão que autorizou a adoção de cinco crianças na cidade de Monte Santo, no interior da Bahia.

 Ao final da apuração, o CNJ pode decidir pela aposentadoria compulsória do magistrado, punição mais severa no âmbito do conselho.

 O caso foi revelado pelo Fantástico em outubro do ano passado. Segundo a reportagem, os cinco irmãos foram retirados pela polícia da casa dos pais biológicos em junho de 2011 e levados para morar em Campinas e Indaiatuba, no estado de São Paulo, por decisão de Vitor Bizerra sem que a família ou o Ministério Público fossem ouvidos.

 No fim do ano passado, as crianças retornaram para casa da família biológica por decisão de outro juiz, Luiz Roberto Cappio. Atualmente, Bizerra atuava na comarca de Barra, também no interior da Bahia.

 O advogado Rinaldo Mouzalas de Souza e Silva, que falou no CNJ em nome de Vitor Bezerra,  negou que o magistrado estivesse envolvido em irregularidades e ofereceu a quebra dos sigilos fiscal, bancário e telefônico. O advogado argumentou que as crianças eram mal tratadas e rebateu a reportagem veiculada pelo “Fantástico”. “As notícias veiculadas pela Rede Globo são diferentes da realidade”, afirmou – leia mais argumentos da defesa abaixo.

 O corregedor-nacional do CNJ, Francisco Falcão, que coordena a apuração, propôs abertura de procedimento e o afastamento cautelar “até decisão final deste feito ou até que o plenário entender conveniente ou oportuno”. O magistrado manterá seu salário, mas ficará impedido de ir ao local de trabalho e utilizar veículo oficial.

 Durante seu voto, Falcão afirmou que, antes da concessão da guarda para famílias de São Paulo, o juiz não ouviu os pais biológicos e nem os avós paternos ou maternos.

 “Suas vozes acabaram tendo eco somente no ano seguinte, quando foram ouvidos pelo então magistrado da comarca [Cappio], que designou audiência de oitiva [depoimento] da genitora das crianças nos processos, o que ocorreu aos 20/08/2012, quando ela assim relatou a forma como foram retirados seus filhos”, disse Falcão.

 O corregedor citou ainda declarações dadas à imprensa que “comprovariam que as crianças foram retiradas dos pais sem qualquer cautela, sem que tivessem ciência formal dos motivos, sem oportunidade de defesa”.

 “Nos processos analisados, constatam-se, em tese, falhas graves, demonstradoras, também em tese, de que o magistrado não cumpriu, nem fez cumprir, com exatidão e serenidade, as disposições legais e os atos de ofício como são de seu dever”, completou o corregedor.

 O corregedor destacou ainda que um ofício do Conselho Tutelar foi enviado para a comarca de Monte Santo no dia 8 de junho de 2011 e que uma semana depois o juiz já tinha autorizado a ida das crianças para São Paulo.

 “O certo é que não consta nos processos que o magistrado tenha buscado outra solução no seio da própria família, ou mesmo na comunidade ou região conforme seria de rigor antes de tomar medidas mais enérgicas”, destacou.

Francisco Falcão citou ainda que Bizerra é alvo de investigação na Bahia por ter supostamente praticado grilagem de terras e de ter usado de meios ilegais para retirada de invasores de suas terras.

 Ao acompanhar o corregedor, o conselheiro Flávio Sirangelo destacou que a abertura do procedimento disciplinar e o afastamento seriam necessários porque os fatos narrados afetam a dignidade da pessoa humana.

“Estamos diante de um caso de elementos veementes de descumprimento da ordem jurídica processual. De ordem que afeta pessoas, a dignidade da pessoa humana”, afirmou o conselheiro.
 Defesa do juiz

 Em nome da Associação de Magistrados Brasileiros (AMB), o advogado Emiliano Alves citou relatos sobre a situação da criança mais nova, então com dois meses de idade. A mulher que a adotou disse que ela estava com infecção no couro cabeludo, tumor e com nítidos sinais de maus tratos.

 Alves citou que foi a mulher foi prejudicada após ser apontada por participar de suposto esquema de tráfico de pessoas, enquanto, na realidade, seguiu todos os trâmites para obter a guarda da criança.

 O advogado Rinaldo Mouzalas de Souza e Silva disse, em sustentação oral no CNJ, que o pai das crianças era “um criminoso temido na cidade”. “Respondia por roubo a mão armada e estupro. [...] A mãe seria usuária de drogas. [...] Naquela família, nem os país, tios e nem os avós, tinham qualquer carinho pelas crianças. A razão da celeridade é uma só, a menor de dois meses corria o risco de morrer”, afirmou.A família sempre negou envolvimento com crimes.

 O defensor do juiz explicou ainda que as crianças foram enviadas para São Paulo somente porque não havia nenhum abrigo por perto. “[O juiz Vitor Bizerra] nunca se envolveu em tráfico de pessoas.”


(Meu comentário:

E aqui em Açailândia do Maranhão, como andam as coisas no campo da “promoção, proteção e defesa do Direito de Crianças  e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária”, definido no ECA., Lei Federal n.º 8.069, na “lei da adoção: n.º 12.010/2009” , em um bocado de outras leis, planos– como os nacional, estadual e municipal, denominados PCFC/Planos de Convivência Familiar e Comunitária- e mais nosso Código Civil e nossa Constituição da República?

Já escrevi por muitas vezes que por aqui “as coisas vão mal... e quase ninguém aí pro azar – como diz o povo...”.

A grande maioria das  situações de Crianças e Adolescentes, e suas famílias, sob  acolhimento institucional, nas duas entidades locais, uma pública municipal, e outra confessional-comunitária, francamente atropelam explicitamente o ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente. Mesmo assim, o município insiste e investe em acolhimento institucional, e não demonstra interesse em outros programas e ações, como “família acolhedora”, ou incentivo á adoção com seriedade no cadastro...

Desrespeita-se o tempo máximo de “acolhimento”, confundem-se os “regimes e modalidades de atendimento”, situação provisória e excepcional passa a ser continuada, permanente...

Casos de “adoções”, suspeitas de irregularidades tais como as reveladas nas cidades da Bahia, não são novidade por aqui, como ainda se pratica na “adoção ao modo SESP...”.

Situações de Crianças e Adolescentes irmãos/irmãs, que tiveram/têm  seus Direitos à Família e Comunidade violados, como separação de grupos acolhidos instituídos, foram/são comuns...

Crianças e Adolescentes entregues sob guarda são abandonados(as), expulsos(as), e fica por isso mesmo, sem responsabilização dos(as) guardiões(ãs)...

Há muito pouco “investimento” público nas famílias fragilizadas, e o atendimento é deficiente, precaríssimo, perpetuando o ciclo de ameaças e violações de Crianças e Adolescentes dessas famílias...

O ECA este ano completa 23 – vinte e três – anos, mas infelizmente é “mais uma lei”, no modo hediondo que vemos a lei no Brasil, ou seja, nem aí...

No discurso, Direitos de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária é prioridade, família é prioridade, são focos das políticas públicas sociais, a começar pelo nome do maior dos programas sociais brasileiros, o “Bolsa-Família”...

Na prática, a verdade é muito contrário... À revelia de quem tem o dever de ofício de “fazer mudar as coisas” CONTUA, CRAS, CREAS, DPE, MPE, Judiciário, ou seja, o tal do “poder público” e ainda  todos e todas nós...



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segunda-feira, 23 de setembro de 2013

“FORÇA-TAREFA” para levantamento e atualizações de casos pendentes de violações de Direitos de Crianças e Adolescentes: Fórum DCA Açailândia espera ação do COMUCAA-CONTUA e CREAS





A reunião ordinária semanal do ¨”Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes de Açailândia-MA”,  da terça-feira 17/09/2013”, deliberou pela formação de uma “força-tarefa”, composta pelo COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, CONTUA/Conselho Tutelar e CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

A “força-tarefa”, proposta pelo Fórum DCA Açailândia, tem por objetivo levantar e atualizar vários casos de violência sexual pendentes, tanto do ponto de vista  policial-judicial, como de atendimento  psicosocial, e se deve sobretudo à provocação do Centro Comunitário Frei Tito/Paróquia Santa Luzia, do Pequiá, referindo-se, em reunião do Grupo de Monitoramento, no mês de julho, e questionando ao CONTUA e CREAS “como está a situação de vítimas e famílias relacionadas ao caso da delegada de polícia Clenir Reis? Tem mesmo vitimas? Estão sendo atendidas?...”  

Entre estes casos, o do menino desaparecido, desde dezembro de 2009, ELSON, do Assentamento Planalto I; o de MARIA MARTA, os chamados casos “PROVITA”, de então duas adolescentes, em 2005, “retiradas” desde então de Açailândia para proteção; as situações relacionadas às CPI 2003 e 2009, que hoje demandam, morosamente, ações judiciais e nenhum acompanhamento/atendimento às vítimas e suas famílias (cujas Crianças e Adolescentes continuam sofrendo num “ciclo permanente” de ameaças e violações de Direitos...)...

Embora a maioria das situações pendentes estejam relacionadas à violência sexual contra Crianças e Adolescentes, e suas famílias, o Fórum DCA Açailândia pautou os casos dos adolescentes e jovens assassinados na FUNAC estadual, bem como as situações de egressos(as) das medidas socioeducativas privativas de liberdade, da ilha-capital e de Imperatriz.

Outra situação de grave violação de Direitos de Crianças e Adolescentes, está vinculada ao atendimento/cumprimento do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar, sobretudo relacionada ao acolhimento institucional pelas duas entidades locais (a Casa Abrigo e a Casa Lar), à colocações familiares e adoções “irregulares” ou negligenciadas/omitidas, sem acompanhamento/assistência, como exige a lei.

Os resultados da “força-tarefa” deverão constar da pauta de visita do CEDCA-MA/Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, para uma avaliação e busca de encaminhamentos resolutivos.

Na situação de violência sexual contra Crianças e Adolescentes, recentemente o Ministério Público Estadual, através da Promotora de Justiça Camila Gaspar, emitiu uma Recomendação ao Delegado Regional de Polícia Vital Rodrigues, no sentido de que já na investigação policial, se assegure o devido atendimento psicosocial a vítima(s) e família(s).

E quem deve assegurar também este atendimento é o Conselho Tutelar, que tem esta atribuição pelo ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente, artigos 98, 100,101, 129 e 136, Incisos I, II e III, alíneas  a) e b).

Já o CREAS, de acordo com o SUAS/Sistema Único de Assistência Social, o PNAS/Política Nacional de Assistência Social e a Tipificação Nacional de Serviços Socio-Assistenciais, deve assegurar a atenção psicosocial, a defesa jurídica e outros encaminhamentos/atendimentos, conforme o caso.


O “Grupo de Monitoramento” tem reunião prevista para a manhã desta terça-feira, 24/09, a partir das 0900 horas, no CREAS (órgão coordenador do Grupo), e o Fórum DCA Açailândia conta que a “força-tarefa” realizará a missão para a qual foi estabelecida.

sábado, 21 de setembro de 2013

CORRUPÇÃO É RISCO DE VIDA PARA USUÁRIOS E FUNCIONÁRIOS





(Por Lilian Primi, na revista Caros Amigos, edição 198)



Nas mãos de interesses privados, manutenção de Metrô e trens se torna precária e sistema inseguro

A corrupção nos contratos do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) com empresas privadas vem acompanhada de uma mudança no conceito de gestão que resulta na piora do serviço e aumento no número de falhas na operação e nos acidentes.

A alteração ocorreu tanto na forma de contratação de obras quanto na rotina de manutenção de trens e trilhos, colocando a vida de usuários e funcionários do sistema sob risco constante.

 “Vocês estão numa roleta russa”, disse um engenheiro da manutenção do Metrô ao operador, durante procedimento de teste. “Estávamos testando um dos trens da frota K, que tinha acabado de vir da reforma. Estão todos com problema”, disse o operador.

Para entender como os mal feitos afetam o cotidiano da população, a reportagem da Caros Amigos procurou operadores de trens, técnicos de manutenção, engenheiros e diretores tanto da CPTM quanto do Metrô, que descreveram um quadro assustador.

 Pressionados, apenas os dirigentes sindicais, protegidos pela garantia de estabilidade, concordaram em falar abertamente. Os demais, como o operador que recebeu o alerta do engenheiro, só falaram com a garantia de que não seriam identificados.

A pressão sobre os funcionários faz parte da blindagem construída pelo governo paulista na gestão pública e que garante permanência do cartel em São Paulo, investigado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e liderado pela Siemens e Alstom em conluio com o tucanato. “Eles tiraram o acesso ao sinótico (painel que mostra a movimentação de trens) dos maquinistas para evitar o monitoramento do número de falhas”, conta José Floriano de Araújo Júnior, diretor executivo do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Central do Brasil (Sindicato da Central do Brasil).

A medida veio depois que até mesmo a conservadora e tucana Rede Globo noticiou a média de panes elétricas nos trens da CPTM da linha 9 (Esmeralda), que foi de uma pane a cada 2,2 dias em 2012. “Agora temos apenas os avisos do centro de operações para saber como está a linha”, completa.

A blindagem envolve também os promotores do Ministério Público Estadual (MPE) e os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado (TCE), com apoio da base tucana na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), que postergam e esticam ao máximo o trâmite dos contratos.

O líder da bancada do PT na Alesp, Luiz Claudio Marcolino, cita o caso do consórcio Consmac, formado pela Alstom e pela CAF, para manutenção de trens da CPTM, firmado em 2002. “Levou cinco anos tramitando no TCE e a irregularidade só foi referendada pela Alesp em setembro de 2012. Só então foi encaminhado para o MPE”, diz Marcolino. O inquérito foi instaurado em novembro do mesmo ano por iniciativa do promotor Marcelo Milani.
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Meu comentário:

E depois, ainda querem bater e condenar só no “mensalão, no PT, no Lula e na Dilma”, deixando de lado a “privataria tucana”.

Justifica-se, os(as) manipulados(as) e alienados(as) pelo poder da Rede Globo, revista Veja e asseclas assemelhados...

Insistir e focar no “mensalão” é um desvio de rota imensurável, e o tema da prevenção e do combate à corrupção fica em plano secundário, ainda mais agora que se aproxima outro período eleitoral, em 2014.

Tratar do tema “prevenção e combate à corrupção” impõe isenção política-partidária, não dá prá você defender ou desancar PT, PSDB, PSB, PTDB, PR e outros PQPs...

Como se a corrupção brasileira fosse exclusividade no, pelo  e do PT de Lula e Dilma!... Quanta hipocrisia, quanta ignorância, quanto extremismo!...

A corrupção política-administrativa e empresarial no Brasil é muito séria, e implica também em corruptos(as) e corruptores(as) individuais...

Prevenir e combater a corrupção é fazer o que faz, por exemplo, o “Programa Nacional de Educação Fiscal”, da SEFAZ-MA/Secretaria de Estado da Fazenda do Maranhão (com Francisco de Assis de Oliveira Filho) ou o “Núcleo de Combate à Corrupção”, da CGU/Controladoria Geral da União, com o auditor Welliton Resende.

É andar por esse Maranhãozão, efetivando palestras, seminários, oficinas, com estudantes, lideranças comunitárias, conselheiros(as), com o povo, e de quebra, se quiserem, vereadores(as), e os(as) próprios gestores(as) municipais...

 Como aconteceu final de semana que passou, aqui em Açailândia-MA: “Controle Social – Fortalecer o Controle é fortalecer a Cidadania!” (matérias no jornal “Jornal do Maranhão”, edição 529, 21 a 27/09/2013).

E Educação, Informação e Formação é a solução, a médio prazo, sem dúvida!

Devagar se vai longe, ou água mole em pedra dura tanto bate que até fura!

(Eduardo Hirata)



sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Área dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia em crise! Até quando Conselhos COMUCAA e CONTUA?





Uma professora, ex-conselheira municipal dos direitos da criança e do adolescente, me perguntou agora à tarde:

 “Eduardo, que crise é essa nos Conselhos?  Por que chegou a este ponto? Que coisa feia, que vergonha! Quando isso vai resolver?”

Nas redes sociais, em e-mails, nas ruas e praças, me abordam, questionam, até “cobram”...

Em verdade, a “área” dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia, assim definida conforme as Leis Municipais n.º 132 e 136/97, e a Lei n.º 387/2012, com seus principais órgãos, os Conselhos Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMUCAA) e Tutelar (CONTUA), vive sem dúvida, a maior “crise” de sua história, de mais de vinte e dois anos.

São dias, aliás, praticamente três meses, de muita turbulência, com prejuízo direto no atendimento dos Direitos de Crianças e Adolescentes, pois os dois Conselhos deixam de cumprir com suas principais atribuições
 (o COMUCAA, conforme o artigo 88, II e IV, do ECA; a Resolução CONANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente n.º 105/2005- Parâmetros para Criação e Funcionamento dos  Conselhos dos Direitos da Criança e do Adolescente,  e a Lei Municipal n.º 132/97, artigos 6º a 10,
 e o CONTUA, conforme o artigo 136 do ECA, a Resolução CONANDA n.º 139/2010- Parâmetros para Criação e Funcionamento de Conselhos Tutelares,  e a Lei Municipal n.º 132/97, artigo 17)
 para cuidarem de questões funcionais de conselheiro tutelar, de primeiro mandato, denunciado duas vezes em menos de dois meses de mandato, iniciado no dia 06 de junho passado...


De fato, o COMUCAA tem uma pauta atravancada, atrasada e pendente, de muitas questões importantíssimas para a política municipal de atendimento dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia:
 formação continuada de atores da rede de atendimento e SGD/Sistema de Garantia de Direitos, para assegurar qualidade e eficiência dos programas e serviços; implantação das Práticas Restaurativas e Justiça Juvenil Restaurativa; implementação do PCFC/Plano Municipal de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária;
 Enfrentamento da Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes; Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalho Adolescente; monitoramento do atendimento às medidas sócio-educativas; etc, etc.

Já o CONTUA, colegiado de cinco membros, que atende em tempo integral (“horário de expediente normal”, de 40-quarenta- horas semanais, mais plantões diários noturnos, de final de semana e feriados)
 nas situações de ameaças e violações aos Direitos individuais de Crianças e Adolescentes e suas famílias, adotando as medidas previstas nos artigos 98 a 102, e 129, do ECA.,
além da fiscalização de entidades de atendimento, juntamente com o Ministério Público e Judiciário estaduais, de acordo com os artigos 95 a 97, do mesmo ECA,
pública e notoriamente está dividido, entre acusações  do conselheiro Glen Hilton a  dois membros de persegui-lo por questão política-partidária, chegando a dizer que ambos são do PT, conforme publicado no blog do Gilberto Freire, em 02/08/2013;
e agora acusa a conselheira tutelar coordenadora de ter motivado a denúncia do vazamento da denúncia do Disque 100, e causado toda essa crise atual,
 quando na verdade, no final de julho, o colegiado foi unanime em denunciá-lo e afastá-lo).

Não bastasse este ambiente conflituoso,desidioso, interno no CONTUA,  o “blog Rei dos Bastidores”, de  20/09, publica que a conselheira tutelar Ivônia Sandra, também empossada em 06 de junho, renunciou ao cargo em meados de agosto, por não aguentar as pressões...

Uma Comissão Especial do COMUCAA, constituída em 20/08, deveria concluir seus trabalhos de apuração de vazamento da denúncia encaminhada pelo Disque ao CONTUA, no dia de hoje.

Tal não aconteceu, e não há convocação breve prevista para o plenário do COMUCAA apreciar e votar o Parecer dessa Comissão Especial, o que significa dizer que a situação deve se arrastar, aprofundando “a crise”, pelas próximas semanas.

Não se diga que nunca houve “crise” na história dos DCA/Direitos da Criança e do Adolescente,  de Açailândia, pelo contrário, foram dezenas, envolvendo um ou outro, ou ambos os Conselhos, mas como a atual, realmente,  nenhuma...

Urge que se resolva essa situação, administrativa ou judicialmente,
 a política de atendimento e as atribuições dos Conselhos na promoção, proteção e defesa dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes, neste quadro de muita violência e desrespeito a esses Direitos,
 é que não continuar prejudicada, por conta dos entreveros que hoje engalfinham os Conselhos COMUCAA e CONTUA.

Em tempo, a conselheira tutelar  que renunciou, Ivônia Sandra, no primeiro mandato e com dois meses de trabalho,  e o conselheiro tutelar Glen Hilton, pivô da atual crise,  são neófitos na “área” dos Direitos da Criança e do Adolescente, e Humanos.

E infeliz e lamentavelmente,  profetizavam algumas vozes, devido a acontecimentos discutíveis durante o processo de escolha do atual CONTUA, entre janeiro e maio, que haveria problemas no horizonte, e logo, e é  o que se constata hoje...

Para contribuir na reflexão deste triste momento, nada melhor que rememorar o artigo de Antonio Carlos Gomes da Costa, pedagogo mineiro, que formou na equipe criadora do ECA, nos idos finais dos anos oitenta, e falecido, aos 61- sessenta e um- anos, no dia 04 de março de 2011, em Belo Horizonte.

Para Conselheiros(as) dos Direitos e Tutelares, ele é  “O Mestre”:
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(do Portal Promenino)

Capacitação prévia dos conselheiros tutelares


O Conselho Tutelar é uma nova institucionalidade criada pela lei 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Ele foi elaborado para separar, nas atribuições dos juízes de menores, a função assistencial da função judicante.

 A função judicante, própria da justiça, é resolver conflitos com base na lei.

Já a função assistencial trata-se de receber, estudar e encaminhar casos de natureza puramente assistencial.

O grupo de redação do Estatuto da Criança e do Adolescente optou pela Doutrina da Proteção Integral das Nações Unidas e, portanto, decidiu separar as funções judicante e tutelar na justiça de menores, resgatando o verdadeiro papel da magistratura.

 A decisão de que o Conselho Tutelar fosse eleito pelos cidadãos partiu da vontade política de que ele não fosse um Conselho Tutelado.

 Sua função consiste em receber, estudar e encaminhar casos, atuando com base no exercício de dois poderes: o poder de requisitar serviços e o poder de peticionar ao Ministério Público, caso a Requisição de Serviços não seja atendida, cabendo ao Ministério Público ingressar na justiça da infância e da juventude com a Ação Civil Pública.

O Conselho Tutelar é uma instituição típica da democracia brasileira, que resultou da Constituição de 1988, segundo o Deputado Ulisses Guimarães, a Constituição Cidadã.

Naquele momento de reconstrução democrática da vida nacional, nossa democracia deixou de ser apenas representativa, para tornar-se, também, uma democracia participativa.

 O artigo 1º da Constituição Federal determina que “todo o poder emana do povo e será exercido por seus representantes eleitos ou, diretamente, nos termos desta Constituição”.

O Conselho Tutelar tornou-se, por esta via, uma das primeiras instituições da democracia representativa, tornando-se o equivalente, no Direito da Criança e do Adolescente, ao que representa o PROCON (Proteção e Defesa do Consumidor) no Código do Consumidor, ou seja, um órgão garantista da exigibilidade dos direitos assegurados nas normas internacionais, na Constituição e nas leis voltados à população infanto-juvenil.

"Aqueles que verdadeiramente se comprometeram com a causa dos direitos da criança e do adolescente devem trabalhar e lutar para que essa capacitação prévia deixe de ser uma exceção e passe a ser uma regra"
O grande problema é que, em muitas partes do Brasil, os conselheiros tutelares vêm sendo eleitos pela força de interesses alheios aos direitos da criança e do adolescente.

 Isso acarreta na eleição de pessoas despreparadas para o exercício das funções acima descritas.

 Muitos municípios decidiram pela realização de uma seleção prévia para o credenciamento de pessoas aptas a se candidatarem ao cargo de conselheiro tutelar.

 Essa é uma providência de caráter saneador, que resgata o verdadeiro sentido desse serviço público de tão grande relevância.

Em tais municípios, verificou-se uma considerável diminuição do uso instrumental do cargo de conselheiro tutelar como trampolim para o tráfico de influências no nível da política municipal.

Por outro lado, verificamos que essa ainda não é uma prática generalizada e que, freqüentemente, o poder local faz uso abusivo e irregular dessa institucionalidade inovadora para fins clientelistas e fisiológicos, desfigurando, assim, o caráter inovador desse colegiado de tipo novo.

A capacitação prévia dos conselheiros tutelares e a fiscalização do processo de seleção democrática pelo Ministério Público são as garantias com que hoje os cidadãos brasileiros contam para assegurar o compromisso ético, a vontade política e a competência técnica exigidos para uma verdadeira política de promoção e defesa dos direitos da população infanto-juvenil em nosso país.

Com base nesse raciocínio, podemos concluir que a capacitação prévia dos conselheiros tutelares, mais do que um problema de natureza técnica, possui uma inarredável dimensão ética e política.

 Trata-se de evitar o desvirtuamento de uma instituição que nasceu para ampliar o exercício da democracia participativa no Brasil do pós-regime militar.

Portanto, todos aqueles que verdadeiramente se comprometeram com a causa dos direitos da criança e do adolescente devem trabalhar e lutar para que essa capacitação prévia deixe de ser uma exceção e passe a ser uma regra em nosso país.

A democracia, podemos concluir, é boa para a criança e para o adolescente, e estes – como diz Emílio Garcia Mendez –, por sua vez, são bons para a democracia.


(Foto: Antonio Carlos Gomes da Costa, por Gastão Guedes)
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