sábado, 12 de julho de 2014

O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa 24 anos! Entre idas e vindas se consolida em Açailândia do Maranhão.

(Eduardo Hirata, da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia – Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán)

Neste domingo, 13 de julho, o ECA comemora 24 anos de “existência legal”.

Ainda não está consolidado, implementado, ainda falta um bocado, aqui em Açailândia do Maranhão.

Mas, sem dúvida, podemos dizer que neste Estado, um dos maiores violadores de Direitos de dos Crianças e Adolescentes, avançamos!

Graças ao ECA, temos o básico, em termos de instituições e equipamentos sociais, para prevenir e combater essas violações de direitos, Digamos, pelo menos uma “estrutura, uma rede nominal e física” – o SGD/Sistema de Garantia de Direitos. Falta-nos fazê-lo “funcionar” de maneira articulada, integrada, mobilizada.

Os Conselhos Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (COMUCAA) e Tutelar (CONTUA), assim como o Fundo Municipal para a Infância e a Adolescência (FIA), os três principais instrumentos institucionais previstos pelo ECA para a efetiva garantia dos Direitos de Crianças e Adolescentes, são tidos, há um bom tempo,  como exemplo e referência em todo Maranhão e mesmo Estados vizinhos.

Embora uma baque tremendo em  todo 2013, com a mudança de administração municipal após oito anos, com repercussões funestas ainda neste 2014: pela primeira vez em uma década, o FIA não contou com “doações”, sempre da ordem de centenas de milhares de reais; uma tumultuada eleição para o Conselho Tutelar, que enfrentou(a) uma de suas piores crises internas, que resultou em três comissões especiais de investigação de condutas de conselheiro e conselheiras tutelares (uma ainda em andamento, e duas arquivadas pelo COMUCAA, sob protestos); ano sem nenhuma formação continuada para o SGD (exceto para candidat@s a conselheir@s tutelares), etc, etc.

Mas as conquistas ao longo destes 24 anos-  a representação de Adolescentes como membro efetivo , Conselheir@, do COMUCAA; a autonomia concreta do FIA (embora os tradicionais e regulares atrasos nos “repasses” do tesouro municipal, determinados em lei); a atuação da sociedade civil organizada, através do Fórum DCA; a participação em duas CPI-Comissões Parlamentares  de Inquérito, do Estado, que investigou a exploração sexual e o trabalho infantil, nos anos 2003-2004 e 2009-2010; etc, etc – superam de longe os “baques”.

Temos, então, aqui em Açailândia do Maranhão, motivos mais que suficientes para comemorarmos os 24 anos do ECA!  

Como temos para comemorar em todo o Brasil, como contribuiu o artigo a seguir:


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Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)  completa 24 anos


Neste período, o  Estatuto se consolidou como principal instrumento de promoção e garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes
 

(Com base na publicação do “Portal Brasil”, 11/07/2014, tendo como fonte a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República)



No domingo (13), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completa  24 anos de criação. Neste período, o Estatuto ganhou robustez e se consolidou como o principal instrumento de construção de políticas públicas para a promoção e garantia de direitos de crianças e adolescentes.

“Trata-se de um instrumento imprescindível para a sociedade brasileira. Comemorar o aniversário do ECA significa também comemorar a garantia de direitos básicos e fundamentais de milhares de brasileirinhos e brasileirinhas, que por meio deste importante instrumento, passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direito, imputando ao Estado e à sociedade a missão de protege-los”,




afirma Ideli Salvatti, ministra da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Ela explica que apesar de ser uma das legislações voltadas ao segmento mais evoluídas do mundo, o desafio de proteger Crianças e Adolescentes de graves violações de direitos humanos é um dever constante para o País. “União, estados e municípios devem estar sempre vigilantes para combater violações e avançar na promoção de direitos. Precisamos nos prevenir não só das violações mais conhecidas, como exploração e abuso sexual, abandono, trabalho infantil, violência física e psicológica, mas também das formas de violações, com especial atenção para os crimes virtuais”, destacou.

A aprovação da Lei Menino Bernardo, que dispõe sobre o Direito de Crianças e Adolescentes serem educadas livres de castigos físicos e humilhantes, assim como a sanção da lei que qualifica como crime hediondo a exploração sexual  de Crianças, Adolescentes e vulneráveis, foi citada pela ministra como importantes avanços que fortalecem o Estatuto.

Estatuto da Criança e do Adolescente

O documento é um marco da proteção à infância no País e substituiu o Código de Menores. Criado em 1927, o Código de Menores representava um avanço já que trazia à tona uma legislação específica para Crianças e Adolescentes, inclusive com a ideia que Crianças fossem separados das prisões e instituições de adultos.  No entanto, trazia na sua essência um olhar para a infância pobre, abandonada e em conflito com a lei para garantir a ‘ordem social’. Era um sistema focado na proteção e assistência através da justiça e assistência social marcando de forma pejorativa o termo ‘menor’.

A promulgação do ECA, em 1990, trouxe uma nova perspectiva, de prioridade absoluta às Crianças e aos Adolescentes e como Sujeitos de Direitos. Inspirado na Convenção das Nações Unidas pelos Direitos da Criança, de 1989, que o Brasil foi o primeiro País a ratificar. Outra grande novidade foi que, pela primeira vez na nossa história, a construção desse marco legal previa a articulação de um sistema com vários atores.



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