quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Recomendação do MPMA requer resolução de problemas no Conselho Tutelar

(Da Assessoria MPE, publicado no ‘Jornal Pequeno’ de São Luis-MA., e por Isinaldo Lopes, no “InoticiaMa”, 28/10/2015)

Para viabilizar o devido funcionamento do Conselho Tutelar de Açailândia (CT), o Ministério Público do Maranhão (MPMA), por meio da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude da Comarca, encaminhou, em 16 de outubro, ao prefeito Juscelino Oliveira, uma Recomendação, solicitando a resolução das deficiências existentes no órgão municipal.

De autoria do promotor de justiça Gleudson Malheiros Guimarães, a Recomendação nº 201501-4ªPJAç também foi enviada à secretária municipal de Assistência Social, Maria de Fátima Silva Camelo, e ao presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia, Manoel Messias Soares Silva.

DEFICIÊNCIAS

Segundo Guimarães, a expedição do documento foi motivada por denúncias dos integrantes do Conselho Tutelar, feitas por meio de Representação ao MPMA, relatando que o órgão atualmente funciona precariamente devido a diversos problemas. Na mesma data da expedição da Recomendação, o MPMA também instaurou o Inquérito Civil nº 022015 sobre o assunto.

Os problemas incluem a falta de transporte e de linha telefônica em funcionamento. O veículo destinado ao órgão está na oficina para reparos e a linha telefônica está cortada por falta de pagamento, pela Prefeitura de Açailândia.

No Conselho Tutelar, faltam, ainda, aparelhos de informática e equipamentos periféricos, além de material de expediente, papelaria, higiene e limpeza.

“As deficiências dificultam ou impedem os atendimentos às crianças, adolescentes e famílias do Município de Açailândia, desacreditando todo o Sistema de Garantia de Direitos [da Criança e do Adolescente]”, destaca o promotor, na Recomendação.

SOLICITAÇÕES

Na Recomendação, o promotor de justiça requer a devolução, em condições perfeitas de uso, do veículo Fiat Uno, destinado ao órgão municipal. As solicitações do documento incluem a regularização do funcionamento da linha telefônica do Conselho.

O MPMA pede, ainda, que a Secretaria Municipal de Assistência Social de Açailândia (Semas) atenda aos pedidos de materiais de expediente, papelaria, limpeza e higiene, além de alimentação, feitos em diversos ofícios do CT à pasta.

Gleudson Malheiros destaca, ainda, a obrigação da Semas de “destinar, mensalmente, ao Conselho Tutelar todo o material e serviços necessários ao seu funcionamento regular”, como determinam o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990) e a Lei Municipal nº 132/1997.

No documento, o representante do Ministério Público solicita o atendimento aos pedidos, no prazo de 15 dias, sob pena de adoção de medidas judiciais cabíveis.



Meu comentário:

No início desta semana, após três semanas, o Fiat Uno enfim deixou a “revisão” e voltou aos serviços do Conselho Tutelar. Mas o telefone (manhã desta quarta-feira, 28/10), nadindas de nada.

Se as condições estruturais do CONTUA ainda são precárias e insuficientes, é lógico que perde a eficácia e a resolutividade do atendimento do órgão municipal zelador dos Direitos da Criança e do Adolescente .

Mesmo assim, na minha opinião, o atendimento às CRinças, Adolscentes, famílias e comunidades (conforme os artigos 98, 100, 101, 129 do ECA) poderia ser um pouco melhor, com mais eficácia e resolutividade, como pedem as Resoluções n.ºs 139/2010 e 170/2014, do C0NANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, que estabelecem os parametros para criação, escolha e funcionamento dos Conselhos Tutelares.

Por exemplo, a jornada semanal de trabalho d@s Conselheir@s Tutelares, que deveria ser de 40 – quarenta- horas, mas fica reduzida a 32- trinta e duas- horas, devido a adoção de um dia de folga, entre segundas e quartas-feiras, para cada Conselheir@...

Ou a descontinuidade do atendimento, afetando a situação de dezenas e dezenas de famílias, caracterizando um ciclo permanente de ameaças e violações de Direitos de suas Crianças e Adolescentes, que acabam ser tornando jovens e até adult@s, sem resolução de seus “casos”.

Enfim, a prefeitura falha, negligenciando e mesmo se omitindo na manutenção do CONTUA, como bem demonstra esta ação do Ministério Público Estadual, através do Promotor de Justiça Gleudson Malheiros Guimarães, mas o próprio Conselho Tutelar de Açailândia poderia “realizar” muito mais, de direito e de fato “resolvendo”.

(Eduardo Hirata)


*************************************************************