quinta-feira, 9 de junho de 2016

Audiência Pública da Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados tem a participação co Presidente do CONANDA, Fábio Paes, e protestos contra fala de Marcos Feliciano

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara de Deputados, na manhã e começo da tarde desta quinta-feira, 09/06, realizou uma Audiência Pública, para tratar da situação da violência sexual contra Crianças , Adolescentes, jovens e mulheres, no foco nacional devido ao “caso do estupro coletivo contra uma jovem de 16 anos de idade, no Rio de Janeiro”.

A sessão foi presidida pelo deputado Luiz Couto (PT-PB), e contou como na mesa de palestrantes, com o Conselheiro Presidente do CONANDA/Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, Fábio Paes.

Ele destacou a atuação do C0NANDA no enfrentamento dessa situação, contra a “cultura do estupro”, ressaltando as questões cultural, estrutural  e de mudança curricular escolar, a partir dos primeiros anos do ensino fundamental.

O CONANDA deverá, a partir da Audiência Pública, publicar uma “cartilha” para o enfrentamento, e “baixar” uma Resolução para melhorar o enfrentamento.

Disse que o “sistema (sgdca/sistema de garantia de direitos de Crianças e Adolescentes”, que deveria proteger, acaba violando esses direitos, e deu como exemplo,o o fato de que grande parte dos Conselhos Tutelares é composto por “fundamentalistas religiosos, conservadores”, que na prática, não tem nada de defensores e zeladores de direitos, o que foi confirmado pela conselheira tutelar do DF., que afirmou “... somos 200- duzentos – no DF., mas a maioria de fato são fundamentalistas e negam direitos sexuais de Crianças e Adolescentes, e culpam as mulheres”.

Estarrecedor o depoimento de uma militante de Direitos Humanos, indígena, que relatou que foi estuprada aos quinze anos, e que é “tradição”, como fato “colonialista”, o estupro das jovens e mulheres indígenas.

Citado pelo deputado Chico Alencar, do PSOL, irrompeu na Audiência o deputado marcos Feliciano (PSC), que ratificou que, para ele, não existe “cultura do estupro” de jeito nenhum, que o brasileiro não é estuprador por cultura, mas por um bando de delinqüentes que não respeitam mulheres.  A presença de Marcos Feliciano acirrou os ânimos e levantou protestos, com apupos, vaias e cantorias das participantes da Audiência. Eleafirmou que o “problema é a erotização” e eu cabe à família, unicamente, a ‘educação sexual”, não podendo a escola tratar do assunto, ao contrário do que defende o Presidente do CONANDA.

A Audiência Pública ressaltou ainda a importância do ECA/Estatuto da Criança e do Adolescente e na Lei Maria da Penha, no enfrentamento à violência sexual.   
(Foto: Fábio Paes, Conselheio Presidente do CONANDA)


(Por Eduardo Hirata)


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