quarta-feira, 8 de junho de 2016

“Me deu uma coisa na cabeça”, diz menor que matou cães e uma pessoa a facadas na Zona Rural de Açailandia




(Do blog “Antonio Marcos”, 07/06/2016, Açailândia-MA)


Foi apresentado no início da noite desta segunda-feira (06), na Delegacia Regional de Açailandia, um caso no mínimo inusitado, um menor de 17 anos de idade que confessa ter matado a facadas, dois cães e um ex-colega de trabalho. O fato aconteceu por volta das 23h do último Domingo (05) no Povoado Novo Bacabal, Zona Rural de Açailandia.
Ao ser indagado pelo Delegado Tiago Filipini (Titular do 1º Distrito Policial) sobre o porquê de ter cometido os crimes, o menor que é viciado em drogas, confessa a autoria dando riqueza de detalhes.
O jovem relata que estava indo pra casa em companhia da vítima, seu ex-colega de trabalho quando deu “uma coisa ruim na cabeça” e quando se deu conta já tinha desferido uma facada na vítima identificada apenas como “Mineirinho”, que ficou com as vísceras de fora, vindo a óbito no local.
Antes de matar o ex-colega de trabalho, o menor matou dois cães sob alegação de ter sido atacado por eles, e corou os pneus de veículo que se encontrava estacionado nas proximidades.
A apreensão do suspeito foi efetuada por uma guarnição da Força Tática da 5ª Companhia Independente de Polícia Militar de Açailandia, composta pelo Cabo Fernando e Soldados Rocha e R. Santos.


·         Não, não é um caso inusitado, extraordinário. É de um quadro cotidiano, tornando-se costumeiro, rotineiro, comum... Cada vez mais e mais Adolescentes (e Crianças), vitimados(a)  pelo abandono material e intelectual, diante das inabilidades familiares e do “poder público”, se envolvem no “mundo das drogas, da criminalidade”, impotentes diante do avassalador “sistema” que corrompe e desvirtua suas mentes e corpos, e diante do descaso, da fragilidade e da incompetência do “sistema de garantia de Direitos”, que não detecta, não previne, e porisso, não atende e não ‘trata’ quem precisa...
Pelos Conselho Tutelar, CRAS, CREAS, escolas, saúde pública,  Defensoria Pública, Ministério Público, Judiciário, Policias Civil e Militar, chegam e “passam” os casos, numa contabilidade que nunca fecha, pela irresolutividade...
A comprovação se confirma com noticias como essa, desse jovem. “Me deu uma coisa na cabeça “ não é apenas e tão somente a resposta dele, mas de quase toda uma geração entregue à própria sorte em nosso município.
A própria família, a sociedade, o”poder público”, certamente têm coisas muito mais importantes a cuidar, do que dar atenção ao “futuro da nação”: o que importa é o agora, é o presente...

(Eduardo Hirata)


*************************************************************************