sexta-feira, 17 de junho de 2016

Conanda reitera posição contrária à redução da maioridade penal







Conanda reitera posição contrária à redução da maioridade penal



( Assessoria de Comunicação da SEDH-PR, 13/06/2016)




O Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda) reiterou seu posicionamento contrário à redução da maioridade penal. Na última semana, durante assembleia ordinária, o colegiado publicou nota em que classifica como inconstitucional a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 33/2012, que tramita no Senado e prevê a redução da idade penal nos casos de crimes hediondos (com exceção do tráfico de entorpecentes) e de roubo qualificado. O Conanda solicitou aos senadores que rejeitem a proposta e convocou os defensores de direitos da criança e do adolescente a se manterem contrários a qualquer retrocesso e ataque a direitos historicamente conquistados.


Para o Conselho, a mudança na idade penal fere um direito fundamental e o princípio da proteção integral, desconsiderando a condição peculiar de desenvolvimento da criança e do adolescente. O Conanda acredita que essa medida não pode ser apontada como solução para a grave questão da violência no Brasil e defende a implementação efetiva do Estatuto da Criança e do Adolescente e do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE).


As unidades socioeducativas devem seguir os preceitos legais para ressocializarem os adolescentes, segundo o Conselho. Atualmente, esses espaços, na avaliação do Conanda, são marcados pela violência, superlotados e sem estrutura suficiente para suportar o quantitativo de internos.


Na última reunião, o Conanda tratou também das graves violações de direitos humanos registradas no sistema socioeducativo do Ceará e recomendou o afastamento do Secretário do Trabalho e Desenvolvimento Social do estado, Josbertini Clementino, por descumprir medidas emergências para solução da crise do sistema. Solicitou ainda a extinção do modelo de parcerias com entidades não governamentais; contratação imediata de 450 profissionais socioeducadores; oferta de ensino fundamental e médio e obras para ampliação de unidades de internação no interior do estado e na capital.


ECA: Em julho de 2016, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completará 26 anos. Para marcar a data, o Conanda reiterou, na última assembleia, a importância da manutenção dos direitos conquistados a partir desta lei e manifestou seu repúdio a quaisquer tentativas que impliquem em retrocessos. Citou como ameaças, além da discussão sobre a redução da idade penal, o aumento do tempo de internação e ameaça às políticas sociais e à própria estrutura executora das políticas da infância e adolescência.


Também destaca como desafios o alto índice de homicídios na adolescência; a longa permanência em instituições de acolhimento; o desrespeito ao direito de opinar e participar; e a exclusão de crianças e adolescentes indígenas, quilombolas e de outros povos tradicionais.


Em relação aos avanços conquistados após o ECA, o Conanda cita a ampliação do acesso à escolarização, a superação da extrema pobreza (por meio do Programa Bolsa Família), a proteção à saúde materna, ampliação da cobertura vacinal e redução da mortalidade infantil, a diminuição do trabalho infantil e a erradicação do sub-registro de nascimento.



·        Aqui em Açailândia do Maranhão, o conselho correspondente, o  COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, nunca assumiu , na palavra e  na cão, o “posicionamento” do CONANDA,lembrando que em 2014, em Brasília, os conselhos dos direitos da Criança e do Adolescente (CDCAs), mais os da Juventude e outras organizações (como por exemplo, a Pastoral da Juventude), manifestaram firme disposição de enfrentar o “movimento” pela redução da idade penal...


Ano passado (2015), a Comissão Juvenil do  Fórum DCA Açailândia, em seu encontro anual de “Adolescentes Protognistas”, tratou do tema da redução da maioridade penal, sob o lema “18 razões peça não redução da idade penal” decidindo também que neste 2016, este tema seria o foco de suas atividades, que são financiadas pelo FIA/Fundo Municipal para a Infância e a Adolescência, controlado pelo COMUCAA.


No calendário do COMUCAA, não consta nenhuma “ação” assim “maior” contrária à redução da idade penal (e infelizmente, não é novidade que temos  conselheir@s e ex-conselheir2s, recentes, inclusive tutelares,  favoráveis  à  redução da idade penal...).


Espera-se que em torno de 13 de julho, aniversário de 26  do ECA/Estatuo da Criança e do Adolescente, o COMUCAA  se lembre da data e pelo menos “face alguma coisa” so bre o tema em pauta...


***********************************************************************