terça-feira, 7 de outubro de 2014

Violência sexual contra Crianças e Adolescentes: Caso “PROVITA” – dez anos de impunidade e descaso socioassistencial




Completando dez anos, neste inícío de outubro de 2014, o assim chamado caso “PROVITA”. Duas então meninas, treze anos de idade, vítimas de exploração sexual, foram arrancadas  “das ruas”, de suas famílias, círculos de amig@s, comunidade, e por se prestarem a testemunhar, revelando as entranhas e os podres da “rede de exploração sexual de Crianças e Adolescentes em Açailândia do Maranhão”, foram incluídas no programa federal de proteção, o “PROVITA”.

O desencadear do caso se deu após denúncias do comunicador radiofõnicoJorge Quadros e pelo jornal “Açai Folha”, hoje “Jornal do Maranhão”!.

Neste “processo inicial”, louve-se a integração, agilidade,resolutivida e eficácia do “sgd/sistema de garantia de direitos dos Direitos”, sobretudo CONTUA/Conselho Tutelar e Ministério Público, em parceria com outras instituições, tanto ´públiocas como privadas-comunitárias. E o “PROVITA” assegurou seu papel maior, o de preservar a integridade física e a vidas das meninas.

Mas pouco tempos depois, após “ingressarem” no PROVITA, o “sgd” açailadense, principalmente a rede socioassistencial, que deve(ria) ser articulada e mobilizada pelo CONTUA e pelos CRAS e CREAS (Centros de Referência de Assistência Social e de Referência Especializado de Assistência Social), simplesmente deixou o             “caso PROVITA” ao léu, e hoje, vergonhosamente, não cumprindo com seu dever de assistir, atender, cuidar, zelar, das vítimas-famílias-comunidades, mantem-se não só num silêncio sepulcral como numa inércia absurda. Descaso, desinteresse, omissão.

O “caso”, foi escancarado na CPI/Comisão Parlamentar de Inquérito da Exploração Sexual no Maranhão, de 2009-2010, presidida pela deputada estadual Eliziane Gama (com méritos, eleita deputada federal no ultimo dia 05).

Tramita uma ação penal, impetrada pelo Ministério Público Estadual, desde 2007, que corre em segredo de justiça, e sequer sem decisão de primeiro grau.

Mas o que estarrece é a total desatenção socioasssistencial com as vitimas e suas famílias, sequer merecedoras de visitas de cortesia e de apoio moral.

Inadmissível que assim seja: foram duas meninas, então com treze anos, arrancadas abruptamente, da noite para o dia, de suas famílias, das vidas que bem ou mal construíam, e dez anos depois, como fica? Como desabafa uma familiar: “justiça porca essa do Brasil, nossa menina é que foi condenada, nossa família é que foi punida!...”

Dez anos de “caso PROVITA”! Dez anos de impunidade! Dez anos de descaso e omissão socioassistencial!

Menos mal que alguns setores do judiciário (juiz, promotor...), as Paróquias Santa Luzia e São João Batista, o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran buscam, aos trancos e barrancos, que pelo o “caso PROVITA” não seja esquecido, e que se vislumbre, mesmo ao longe, umaluz no final do túnel!

O “caso PROVITA” é uma outra situação exemplar, que carimba o que vem sendo colocado e cobrado, não só por nós, mas pelo advogado Ernos Sorvos, Presidente da OAB local ( “... o sistema que não fecha, a incompletude do sistema...”), ou pelo Major Comandante da 5ª CIA PM, Eurico Alves (“... não adiante uma instituição fazer seu papel se o sistema não se articula, não se integra...é preciso deixar de discurso, cansei de hipocrisia...”.