terça-feira, 20 de junho de 2017

CDVDH-CB REALIZA O “I SEMINÁRIO MUNICIPAL DA SOCIEDADE CIVIL PARA O ENFRENTAMENTO DO GENOCÍDIO E EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE NEGRA”





O CDVDH-CB/Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran realizou na manhã desta terça-feira, 20/06, na Câmara de Vereadores, o “I SEMINÁRIO MUNICIPAL  DA SOCIEDADE CIVIL PARA O ENFRENTAMENTO DO GENOCÍDIO E EXTERMÍNIO DA JUVENTUDE NEGRA”.


O evento representou o ápice do projeto “Juventude Livre para Transformar”, que contou com financiamento do “Fundo Brasil de Direitos Humanos”, e tem como objetivo a prevenção da exclusão social de jovens, principalmente negros(as) e pobres, moradores(as) dos bairros periféricos de Açailândia. Durante um ano, foram executadas ações socioculturais e de  formação cidadã, com 40 – quarenta- jovens ( O Estatuto da Juventude define a faixa etária de jovens entre os 15 e 29 anos), e elaborado um relatório sobre a violência vivenciada pela juventude negra no Maranhão e especificamente, no nosso  município de Açailândia. Outro importante objetivo do projeto é o de dar visibilidade à criminalização da juventude negra, a fim de sensibilizar a sociedade e organismos de segurança pública em relação à agressão institucionalizada que atinge a juventude de forma geral, e em especial, a juventude negra.

O seminário foi aberto por Brigida Rocha e Xico Cruz, e o relatório apresentado por Paulinha, Tamara, Leidiane e Yonná Luma. O relatório trata, entro outros itens, dos conceitos de Genocídio e Violência , e de dados e informações da SMDH/Sociedade Maranhense de Direitos Humanos, Mapas da Violência e Indice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência e Desigualdade Racial, além de dados (precários...) da Secretaria de Segurança do Estado, e uma fala de como a ‘grande mídia’, principalmente a televisão, aborda a questão.

Tratou-se de racismo e preconceito, da insuficiência de políticas públicas afirmativas para a juventude negra, do descaso do “sistema”, e de alguns casos concretas de assassinatos de jovens em Açailândia, sobretudo os que se encontravam em situação de proteção do Estado e da Sociedade, ou que cumpriam medidas socioeducativas privativas de liberdade: Lazaro, EDileno,  Raimundo Nonato, Francisco Clésio, Tiago, Francisco Guilherme, Rafael, “Carequinha”, Galinho, Washington, Darlan, Cleudiane, Cristiane... Também se mencionou (por este que vos escreve)  o assassinato do menino ELSON, em 2009, como emblemático da impunidade e do descaso do “sistema”, tanto penalmente como na atenção com as famílias e comunidades.

O relatório produzido pelo projeto “Juventude Livre para Transformar”, constituindo um substancial documento, está disponível no CDVDH-CB ( Rua Bom Jesus, 576, Centro).
O Grupo “Dançarte” do Núcleo  CDVDH-CB da Vila Bom Jardim também se apresentou, e ao final, o projeto leu a “Carta Repúdio à Violência e Criminalização da Juventude Negra e Pobre de Açailândia: ESTE SANGUE É NOSSO” com proposições e encaminhamentos. A “Carta...” seria assinada e entregue às autoridades e representantes de órgãos e entidades públicas.

Foram registradas, além da presença de representantes do Conselho Estadual de Direitos Humanos,  de representantes do COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Comissão Juvenil e Fórum DCA Açailândia, e do CRAS/Centro de Referência de Assistência Social –Centro.

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Fotos de Aparecida Moreira)







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