terça-feira, 10 de junho de 2014

“1º FÓRUM COMUNITÁRIO DO SELO UNICEF MUNICÍPIO APROVADO EDIÇÃO 2013-2016” DE AÇAILÂNDIA-MA INFELIZMENTE RESULTOU ABAIXO DO ESPERADO











(Informe da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia- Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán)



 Infelizmente, mas conforme a Secretaria Executiva do Fórum DCA (dos Direitos da Criança e do Adolescente) Açailândia- Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascarán vinham prevenindo (leiam nossas últimas postagens e artigos no “Jornal do Maranhão”), o “1º Fórum Comunitário do Selo UNICEF Município Aprovado Edição 2013-2016 Amazônia”, ficou bem abaixo do esperado, em comparando com a mesma atividade da Edição 2009-2012.

Os motivos? Podem ser resumidos nas falas finais,  de protestos, do Professor Ruben Reis, do Assentamento Sudelândia, e da representante da Pastoral da Criança, Maria do Socorro Alves.

O Professor  foi claro e direto: “... isso não foi um fórum- não teve debate, não tivemos respostas aos problemas, saímos daqui sem um plano de ação, sem algo concreto do que fazer para  enfrentar a violência contra Crianças e Adolescentes, o abuso e a exploração sexual”.

A representante da Pastoral da Criança foi enfática ao definir “...desorganização...” enquanto apresentava proposta para tentar “ajeitar as coisas” e definir concretamente encaminhamentos do Fórum.

A Professora Eline Nascimento, representante da Secretaria de Educação,  monitora de dois grupos de trabalho (os de números 5 e 7), foi clara em citar igualmente a “desorganização”: apesar de ser destacada para monitorar os grupos 5 e 7, o material que lhe foi entregue correspondia ao grupo 6...

Bem antes do final do evento, por volta das 0900 horas, duas horas depois do previsto para inicio, conforme convite oficial,  o líder comunitário, de pessoas idosas e com deficiência João Luís Soares retirou-se para a Câmara Municipal, juntamente com a Vereadora Maria de Fátima Silva Camelo e o Presidente da Seccional da OAB/Ordem dos Advogados do Brasil, onde aconteceria mais uma audiência pública sobre o caos no transporte público açailandense. O líder comunitário  reclamou,  que deveria haver melhor planejamento, não deixar dois eventos públicos de tanta importância para a sociedade acontecerem no mesmo horário.

Depois de duas horas e pouco,   da “etapa de acolhida e recepção”, o cerimonialista Jasiel Alves convida para uma apresentação artística, os meninos das escolinhas de futebol Bola de Ouro, Coração da Vila, Cruzeirinho, Ferroviário e Pé de Atleta, dos professores Albeci, Carlos Augusto e Messias.

Em seguida, formou a mesa de abertura e das falas, com pouco mais de uma hora de duração.

Nas falas, o Conselheiro Ismael Martins de Sousa, Presidente do COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, órgão coordenador do “1º Fórum Comunitário”, destaca a importância do mesmo, fez menção a participação d@s Adolescentes, representados pela Conselheira Adolescente Thays Gabriele Silva Sousa, e abriu oficialmente o evento.

O representante do Ministério Público Estadual/MPE, Ronedy Carvalho, assessor do Promotor de Justiça da Infância e da Juventude Gleudson Malheiros Guimarães, apontou a contradição entre o município que possui uma certificação internacional mas ao mesmo tempo deficiências sérias e graves no atendimento, na sua base. “ O município precisa sair dessa contradição”, salientou o assessor ministerial Ronedy, e que “toda essa problemática está sendo vista e acompanhada pelo MPE”,  conclamando tod@s para séria reflexão.

O Coordenador do Bolsa-Familia, João Ivo Filho, mencionou Tagore: “ Toda Criança é a prova que Deus confia nos homens”, e reconheceu “falta muito para que tenhamos uma estrutura básica de atendimento”.

O Soldado PM Jose Carlos Sousa Lima, representando a 5ª Companhia de Polícia Militar, comandada pelo Major Eurico Alves, destacou os objetivos e ações do PROERD/Programa Educacional de Resistência às Drogas, desenvolvido junto a menin@s dos 5º e 6º anos do ensino fundamental, bem como outras parcerias e açõe da PM em prol da sociedade, tratou da questão do “crack”, do policiamento comunitário e de uma nova filosofia de policia, a da “polícia de proximidade”;

A Delegada de Polícia da Mulher, Silviane, a menos de um mês em Açailândia , apresentou-se, disse estar começando a inteirar-se da realidade e dos problemas, e que vai atuar firme na prevenção e combate dos crimes contra Crianças e Adolescentes.

A Secretária Municipal de Assistência Social, Zetinha Sampaio Alves Guimarães, fez  referências à Articuladora do Selo UNICEF Edição 2009-2012, e atualmente Conselheira Tutelar, Lucinete Freitas de Aguiar; a adesão do município à atual Edição;  a parceria estreita entre o COMUCAA e o Articulador do Selo, Apostolo Osvaldo Cruz Costa; a “II Semana do Bebê” no final de 2013;as ações que a SEMAS vem desenvolvendo, e comprometeu-se com todo o aparato e recursos de sua secretaria para a melhoria da qualidade de vida de nossas Crianças e noss@ Adolescentes, e parceria com a Delegacia da Mulher e do CRAM/Centro de Referência e Atendimento à Mulher.

A Secretaria Municipal de Cultura, Eulália Dias do Norte, representou a Prefeita Gleide Lima Santos, em viagem a Brasília, e ressaltou que o Selo é uma conquista que precisa ser mantida, propondo que do Fórum resulte um protocolo para ser tratado diretamente com a Prefeita, para sanar as deficiências no sistema de atendimento apontadas pelo Conselho Tutelar/CONTUA.

O Apostolo Osvaldo Cruz Costa encerrou o momento das falas, agradecendo a tod@s presentes, sobretudo dos assentamentos e povoados, o apoio da Prefeitura através da SEMAS,  a disposição de toda a rede, e que o Fórum resultaria em bons  frutos à sociedade.

Encerradas as falas das autoridades, o facilitador do “1º Fórum Comunitário”, Raimundo Rodrigues da Silva, Assessor do COMUCAA, explicou sobre a metodologia dos “cartões verde e vermelho”  dos trabalhos em grupos- mapa dos Direitos e questionário individual- com @s participantes distribuídos em sete (07) grupos, numerados nos crachás, e ressaltou que a primeira atividade já acontecera, com questionário – tarjas-  respondido por tod@s e já em mãos da sistematização do evento.

Entre 1030 e 1100 horas foi servido pela organização, um lanche, e em seguida, iniciou-se os trabalhos de grupos, que custaram um pouco a se “encaixar”, na falta de alguns(mas) monitores(as), a cargo da organização do evento.

As representações campesinas (Sudelândia, California, Corrego Novo, Novo Bacabal), bem como do Piquiá/Plano da Serra, reclamaram da falta do “mapa de suas comunidades/regiões”,  para o “trabalho de mapeamento de equipamentos e serviços públicos nas áreas e politicas de administração, assistência social, educação, esporte e lazer, justiça e segurança e saúde”, somente o mapa da cidade (mesmo assim, incompleto, conforme muitas reclamações: não havia o Residencial Tropical, o Jardim Glória, entre outros bairros da cidade).

No preenchimento do questionário extenso, também muitas reclamações, a maioria das pessoas desconheciam os equipamentos e serviços, seus objetivos e atividades, bem como localizações.

Mas a maior reclamação ficou por conta do tempo exíguo para o trabalho dos grupos, prejudicados ainda pela falta de lanche, o que levou muit@s merendar com os trabalhos em pleno andamento, pelo material distribuído incompleto e o mapa de difícil leitura, e também pelo esvaziamento da “plenária do Fórum”, que iniciou segundo a organização, com duzentas pessoas, mas no andamento dos trabalhos em grupos, resumia-se a no máximo sessenta participantes.

O “atropelo” foi tão grande que a “plenária dos cartões verde e vermelho” aconteceu com alguns grupos ainda trabalhando...

Enfim, ao final, antes mesmo das “conclusões”, a plenária resumia-se a menos de trinta pessoas, que discutiram “o que  fazer” com a produção dos grupos.

Para se ter uma idéia desta triste “etapa” final, monitores e relatores de grupo já haviam se retirado, e não entregaram as produções dos mesmos á organização do evento...

O que prejudicou, e muito, o desempenho e os resultados do Fórum, foi o atraso de mais de três horas e meia para o início dos trabalhos propriamente ditos, dos grupos, onde conheceriam, debateriam, avaliariam  a realidade da vida de Crianças e Adolescentes, e planejariam uma ação, um plano para dois anos, a ser então avaliado pelo “2º Fórum Comunitário”.

Foram mais de duas horas para a acolhida e credenciamento;  mais de uma hora para formação da “mesa” e fala das autoridades; mais de meia hora entre apresentação cultural, boas vindas, orientações pelo facilitador; acabou sobrando pouco mais de hora para trabalhos em grupos e individual, e “plenária”.

O facilitador Raimundo Rodrigues propôs que um representante da cada um dos sete grupos mapeasse sua produção no "mapa grande”, o que foi rejeitado, contrapondo a quatro propostas, apresentadas por este que vos escreve,  pelas representantes da Pastoral da Criança, Maria do Socorro Alves  e da Secretaria de Educação, Eline Nascimento, e pelo Professor Ruben Reis, do Assentamento Sudelândia.

Aprovou-se pelo@s participantes remanescentes a proposta da Professora Eline Nascimento, que deverá então ser trabalhada pelo COMUCAA e Articulação do Selo UNICEF, que é a de “sistematizar” junto a@s monitores(as) e relatores(as) dos grupos.

No máximo em um mês, de acordo com o Articulador do Selo UNICEF, Apostolo Osvaldo Cruza Costa,  o relatório final do “1º Fórum Comunitário” estará finalizado e disponível a toda sociedade.

Agora, também o COMUCAA e a Articulação devem se preocupar, e de imediato, com a formação da “Comissão Intersetorial de Mobilização pelo Selo UNICEF” (ou Comitê Pró-Selo) e pela “Comissão de Mobilização de Adolescentes”, sem que o as recomendações do UNICEF não serão atendidas e o sucesso das atividades vindouras, assim como de todo o programa, poderá ser seriamente comprometido, não podendo mais se repetir o “erros, esquecimentos, desencontros” do “1º Fórum Comunitário”.

O trabalho e o esforço de toda equipe – a organização do evento-  foi grande, “mas assim em cima da hora”, sem de fato  termos tido “mobilização social”, e daí, esses resultados pífios.

(Fotos de Josinaldo Smile)