quinta-feira, 26 de junho de 2014

(Exploração sexual de Crianças e Adolescentes) - “ A outra Copa”









(Informe da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia  –            Centro de Defesa da Vida e do Direitos Humanos Carmen Bascarán)

A reportagem de Roberto Cabrini, no programa do SBT, “Conexão Repórter”, de 25/06/2014, mostrou a realidade da exploração sexual infanto-juvenil no Brasil acentuada no oba-oba da Copa de futebol da FIFA..... Uma sociedade que permite isso acontecer está fadada ao caos. Ainda são poucos e poucas os que combatem esse crime.

_ "A outra Copa", o lado obscuro da Copa do Mundo. O espaço onde o dinheiro manda e tudo parece à venda._

Roberto Cabrini comandou uma investigação de semanas a fio e constata o aumento dos abusos em tempos em que gente do mundo inteiro ocupa o cenário nacional.

Um mercado clandestino, obscuro, lucrativo, onde as crianças são as que mais perdem.

Crianças de 12, 14, 15 anos à venda para o sexo.

Vistas grossas, intermediários e, muitas vezes, o consentimento dos pais.

Os bastidores de uma realidade de nossa nação. O Brasil do futebol, do samba, da descontração e da amizade é também o país do turismo sexual e, o pior, da exploração sexual de menores.

Uma parcela dos estrangeiros que chegaram ao Brasil para os jogos do Mundial foi atraída também por essa rotina de impunidade. Apesar de todas as campanhas contra a prática, nossa investigação revela que a situação está longe de ser controlada.

Uma história que costuma começar lá fora: a venda da promessa de sexo fácil.

A reputação de que o Brasil abriga uma espécie de paraíso do sexo proibido, onde a impunidade é a marca principal.

Um submundo que atrai uma parcela de turistas internacionais, de interesses escusos que se juntam a brasileiros do mesmo tipo e se misturam a torcedores legítimos da Torre de Babel do festival da Copa....


Meu comentário:

E ainda vem Luciano Huck, da Tv-Globo, “botar mais gasolina na fogueira”, incentivando jovens brasileiras a buscarem “parceiros estrangeiros... aproveitando a copa do mundo de futebol...”... E convenhamos que boa parte deles vem atrás delas aqui no Brasil...

Como o trabalho infantil, a exploração sexual de Crianças e Adolescentes, bem como o abuso sexual, se “incorporam” à cultura brasileira do “...é uma coisa normal, não tem nada demais, as meninas e jovens brasileiras são precocemente sexualizadas, é resultado do clima, da mistura das três raças... quando tem violência, é coisa de gente doente... isso de abuso e exploração é frescura dos Direitos Humanos...”, me dizia, imaginem, um professor.

(Para o OIT- Organização Internacional do Trabalho -, a exploração sexual comercial  de Crianças e Adolescentes  constitui uma das piores formas de trabalho infantil).

Em Açailândia do Maranhão, por  exemplo, “... se tornou banal, rotina e costume, uma vergonha a omissão da sociedade e do governo, que fazem vista grossa...”, me diz uma professora.

E assim como Cabrini e o SBT, até que a imprensa local faz sua parte, informando, noticiando, mas o “sistema” não responde à altura: a denúncia anda desmoralizada (... que é que adianta denunciar pras autoridades, que não fazem nada, e acaba sobrando prá quem faz a denúncia, me diz uma estudante de Serviço Social).

Se  suspeit@s e abusadores(as) e exploradores(as) aqui de Açailândia do Maranhão, ficam na maioria esmagadora impunes (conta-se nos dedos de uma mão a punição exemplar exigida pela Constituição Federal, em seu artigo 227, § 4º), por outro lado o “sistema” também não dá muita atenção às vítimas e suas famílias, bem como às comunidades impactadas, como também determina a lei e política sócio-assistencial.

É, definitivamente, a treva!

(Eduardo Hirata)

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