quinta-feira, 24 de agosto de 2017

• DO SIGNIFICADO DO ESTADO LAICO







Aqui em Açailândia do Maranhão, o governo e a administração pública têm, sim, religião...

Por exemplo, as sessões da Câmara Municipal iniciam com leituras de versículos bíblicos.

Conselhos, idem. E outras repartições...

Só após as devidas orações a ‘deus, Jesus Cristo’ – e por aí se constata que a religião adotada por nosso governo municipal, representante do Estado Brasileiro Democrático de Direito -, é que se parte para as questões propriamente “públicas”...

Sou católico apostólico romano, bissexto, e não vou mais às sessões da Câmara, estou deixando de comparecer a assembléias e reuniões de Conselhos e outros órgãos: não consigo mais entender “tanta religiosidade” misturada e tudo junto com as questões de políticas públicas...

A seguir, noticia da “Carta Capital” sobre o assunto.

Mas não vai dar em nada, já se viu o que aconteceu na votação do impeachment da Dilma...

Autoridades públicas, temerosas de castigos divinos, continuarão tudo junto e misturado, juntando e misturando política+religião, estado+igreja (e que seja cristã, bem entendido...)

(Eduardo Hirata)

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Política

Secretária de Temer é orientada a não realizar cultos no gabinete




por Débora Melo — 22/08/2017, na “Carta Capital”



Recomendação foi feita pela Comissão de Ética Pública da Presidência. Em março, CartaCapital revelou que Fátima Pelaes promovia rodas de oração com servidoreS



Na foto, a secretária Fátima Pelaes (primeira à esquerda), durante roda de oração em seu gabinete



A Comissão de Ética Pública da Presidência da República enviou uma recomendação à secretária Especial de Políticas para as Mulheres do governo Michel Temer, Fátima Pelaes, para que não volte a realizar cultos evangélicos em seu gabinete, na sede do órgão em Brasília.
Em março, reportagem de CartaCapitalrevelou que a secretária estava promovendo rodas de oração na repartição. Nesta segunda-feira 21, o presidente da comissão de ética, Mauro Menezes, informou que o órgão decidiu enviar a recomendação à secretária.
“Qualquer ação que possa levar a um constrangimento dos servidores não deve ocorrer no ambiente da repartição pública”, disse Menezes em entrevista a CartaCapital.
No documento enviado a Pelaes, a comissão faz três recomendações: que a secretária “não aja de forma a constranger servidores ou ocupantes de cargo a participar de cultos ou atividades religiosas”; que “não pratique quaisquer atos de represália contra aqueles servidores ou ocupantes de cargo que se recusem em participar de cultos (...) nem beneficie ou privilegie servidores ou ocupantes de cargo em decorrência de sua confissão religiosa ou ausência dela”; e, por fim, que os cultos não sejam realizados em seu gabinete, mas “em auditório e fora do horário de expediente”.
A comissão enviou pedido de explicações ao gabinete em dois momentos, em abril e em maio, mas não recebeu nenhuma resposta de Pelaes. “A secretária se manteve em silêncio, não se manifestou, o que é muito pouco usual. Todas as autoridades, principalmente aquelas do alto escalão, costumam reverenciar e prestar informações à comissão”, disse Menezes.
A comissão poderia ter imposto uma sanção à secretária – advertência ou advertência com recomendação de exoneração –, mas optou pela recomendação. "Achamos que seria mais eloquente e eficaz, em vez de dar pura e simplesmente uma sanção ética, dar uma recomendação. Temos feito isso em alguns casos", afirmou Menezes.
A secretária tomou posse em junho de 2016, ainda no governo interino de Temer. O nome de Pelaes, que é presidenta do PMDB Mulher, foi indicado a Temer por deputadas do Partido Republicano Brasileiro (PRB), sigla ligada a Edir Macedo e à Igreja Universal do Reino de Deus, e a escolha foi fortemente criticada por movimentos feministas.
À época da publicação da reportagem, a assessoria de imprensa da secretária afirmou que a foto que acompanhava o texto retratava um “episódio isolado” por conta da comemoração do aniversário de Pelaes, no dia 14 de fevereiro.
Para Menezes, “os espaços públicos não podem ser apropriados por convicções religiosas ou partidos”. “Nós temos a convicção de que, no interior da repartição, as pessoas que talvez estivessem cabisbaixas estão agora de cabeça erguida.”


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