sábado, 27 de maio de 2017

SDH NOTA PÚBLICA: Ações na região da Cracolândia – E O QUE TEM AÇAILANDIA DO MARANHÃO A VER COM ISSO?


25/05/2017


E O QUE TEM AÇAILANDIA DO MARANHÃO A VER COM ISSO?



Diante dos últimos acontecimentos ocorridos no município de São Paulo, relacionados às ações promovidas na região conhecida como Cracolândia, a Secretaria Especial de Direitos Humanos vem manifestar a sua profunda preocupação frente às violações de direitos humanos sofridas pelas pessoas em situação de rua, dependentes químicos e usuários de drogas durante as operações.

A partir do dia 21 de maio, foi realizada intervenção no centro da cidade, na região da Cracolândia, com vistas a combater o tráfico de drogas. Contudo, ao que tudo indica, as ações promovidas foram marcadas pelo uso excessivo e desproporcional da força pelos agentes de segurança, pela ausência de diálogo com equipes de saúde e de assistência social, e pela consequente violação de direitos da população local, que foi dispersada e deslocada para outros pontos da cidade, acentuando sua situação de extrema vulnerabilidade.

A implementação de políticas públicas e ações estatais, relacionadas às pessoas em situação de rua e aos dependentes químicos e usuários de drogas, deve ser pautada pelo pleno respeito aos marcos normativos nacional e internacional, em observância aos direitos humanos das populações afetadas.

Nesse sentido, o Decreto nº 7.053/2009, que institui a Política Nacional para a População em Situação de Rua, assegura o respeito à dignidade da pessoa humana, o direito à convivência comunitária e ao atendimento humanizado. Por sua vez, a Lei nº 11.343/2006, como princípio do Sistema Nacional de Políticas Públicas sobre Drogas – SISNAD, prevê a observância do equilíbrio entre as atividades de prevenção do uso indevido, atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de repressão à sua produção não autorizada e ao seu tráfico ilícito, visando a garantir a estabilidade e o bem-estar social.

Em 2016, foi instituído o Plano Municipal de Políticas para a População em Situação de Rua – Plano PopRua, uma iniciativa transversal de entes públicos municipais que tem como objetivo visibilizar a população em situação de rua, promovendo e protegendo seus direitos humanos. O Plano contou com a ativa participação do Comitê Intersetorial da Política Municipal para a População em Situação de Rua, do município de São Paulo, que desempenha significativo papel na construção de políticas voltadas à população em situação de rua.

As ações realizadas, neste mês de maio, desconsideram as diretrizes e princípios da Política Nacional para a População em Situação de Rua, do Plano PopRua e do SINAD, assim como o necessário diálogo com o Ministério Público, a Defensoria Pública, os Conselhos Regionais de Medicina e Psicologia, o Conselho Municipal de Políticas sobre Drogas e Álcool, e as diversas entidades e organizações sociais, observada a transversalidade indispensável à sua implementação.

A Secretaria Especial de Direitos Humanos considera fundamental a devida e célere apuração das violações de direitos humanos ocorridas durante as operações na Cracolândia. Ademais, reforça o seu apoio aos servidores, entes e mecanismos públicos garantidores dos direitos das pessoas em situação de rua e dos dependentes químicos e usuários de drogas, clamando pela construção de uma cultura de paz e respeito à promoção e proteção de direitos humanos.

Flávia Piovesan, Secretária Especial de Direitos Humanos



·                Aqui  em Açailândia do Maranhão, também temos a nossa ‘cracolândia’-símbolo, a região conhecida como “casqueiro”, encravada também no centro da cidade.
E nenhuma “política pública” ou meramente uma “grande promessa” para enfrentar dignamente a questão social, que prejudica não só a população drogadependente – dezenas e dezenas de seres ‘farrapos’ humanos – como a ‘população propriamente dita’.
Aliás, o poder público assim como a maioria da população, considera a questão como “de polícia”, e tem teimado nisso, relevando a falta de ações socioassistenciais e de saúde, além de urbanísticas e ambientais, para enfrentar mais dignamente o “problema social”.
Mas não é só “o casqueiro”, temos “o rabo da gata” e ‘área de venda de frangos e galinhas caipiras na subida da CAEMA’, em torno do mercado municipal e da feira, de grande movimento comercial.
Se continuar o descaso, a omissão do poder público e também da sociedade, logo logo Açailândia se tornará refém do drama paulistano, guardadas, óbvio, as devidas proporções.
Enquanto isso, como dizemos, “enxuga-se gelo”, com ações isoladas, desconectadas, desarticuladas, cada um por si e Deus por todos (também se ‘acha’ que resolver a drogadependência é prioridade religiosa, aliada à policial...).

(Eduardo Hirata)







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