quarta-feira, 17 de maio de 2017

“SEMANA DE ENFRENTAMENTO Á VIOLÊNCIA SEXUAL CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES” DE AÇAILÂNDIA-MA TEM ABERTURA OFICIAL E REUNIÃO PÚBLICA NA CÂMARA MUNICIPAL







(Por Eduardo Hirata)

Aberta oficialmente na manhã desta quinta-feira, 17/05/2017, na Câmara de Vereadores de Açailândia-MA., a “Semana de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes 2017”, com o tema “Ele tentou e dessa vez contei para minha mãe”, a “Semana de Enfrentamento...” é uma iniciativa do ‘Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento  à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes’, vinculado ao COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia, e com coordenação executiva do CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

A mesa de Abertura foi constituída de representantes do COMUCAA (a Presidenta Conselheira Angela Márcia Lima Silva), do CREAS (Rosaurea Oliveira Ferraz, Coordenadora), Câmara de Vereadores (vereador Caibim), CONTUA/Conselho Tutelar de Açailândia (conselheira tutelar Benilza Santos, Fórum dos Direitos da Criança e do Adolescente Açailândia, Comissão Juvenil do Fórum DCA (Maria Eduarda e Alessandra), Prefeito Municipal (Secretário de Comunicação Wilton Lima), Secretaria Municipal de Educação (professora Arleide)  , OAB/Ordem dos Advogados do Brasil Açailândia (advogado Andrey e advogada Gerley) , Ministério Público do Maranhão/4ª Promotoria de Justiça e SEMAS/Secretaria Municipal de Assistência Social.

Nas falas dos(as) representantes da mesa de abertura, a importância da “Semana de Enfrentamento...” a este crime que não esmorece no Brasil, como bem lembrou Raimundo Rodrigues da Silva, Secretário Executivo do Fórum DCA Açailândia, apesar dos 44 anos que lembram o brutal assassinato da menina ARACELI CABRERA CRESPO, em Vitória-ES, e à cuja lembrança temos o “Dia Nacional de Enfrentamento”, em 18 de maio.

Mas o foco do evento foi a REUNIÃO PÚBLICA, com base na “Carta Aberta sobre a prisão de pessoas responsáveis por exploração sexual de crianças e adolescentes em Açailândia”, divulgada no dia 26 de abril, e assinada por doze (12) entidades, referindo-se a fatos e pedidos em relação a dois casos bastante emblemáticos e de grande repercussão, os chamados “caso CPI 2003” e “caso PROVITA”, e no “Dia Municipal de Combate”, 19 de maio (Lei n.º 273/2007).

Um dos pedidos da “Carta Aberta...” foi a reconstrução histórica dos fatos, celebrando o desfecho desses casos como uma vitória da justiça.

O Promotor de Justiça, titular da 4ª PJA, Dr. Gleudson Malheiros Guimarães, reconstruiu a história da difícil tramitação das ações penais n.º 3388/2004 ( caso CPI 2003) e n.º 1727/2007 (caso PROVITA), devido á quantidade de recursos, protelações, artifícios das defesa dos acusados, e o fato deles, em sua maioria, serem pessoas de peso político e econômico (empresários, comunicadores, advogados, políticos).

Foi comunicada na ocasião a prisão de um terceiro condenado na ação penal n.º 3388, José Santos Silva, no início da semana, juntando-se a Miro Ferraz e Osvaldo Filho, todos presos na Unidade Prisional de Açailândia. A policia continua em busca do quarto condenado, o engenheiro Fernando Ruas.

Dr. Gleudson  Malheiros relatou que na ação penal do “caso CPI”, houveram decisões de duas instâncias (em 2010 e 2014) , e apesar de recursos a Brasilia (STJ), que estão sendo acompanhados pelo MP, eles devem continuar presos.

Quanto à ação penal do “caso PROVITA”, Dr Gleudson Malheiros confirmou que existe somente decisão de primeira instância, do ano passado. 

O representante do Fórum DCA Açailândia,  leu a “Carta Aberta...” e com a conselheira tutelar Edna Maria Alves dos Santos, teceu comentários, buscando reconstruir históricamente a articulação e mobilização social em torno dos casos, cujo andamento judicial, como bem destacou o Promotor de Justiça DR. Gleudson, deveu-se e deve-se à mobilização da sociedade civil, sobretudo através de algumas instituições, além dos Conselhos e do Fórum citados: o Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran; a Igreja Católica Apostólica Romana, através da Diocese e principalmente das Paróquias São João Batista, Santa Luzia e São Sebastião, a Pastoral  da Criança; a Justiça nos trilhos, entre outras.

Lembrou-se ainda de vários momentos de grande mobilização social, como seminários e atividades do PAIR/Programa de Ações Integradas e Referenciais de Enfrentamento á Violência  Sexual, um programa federal de combate; atividades do PROVITA/Programa de Proteção a Vitimas e Testemunhas, quando conduzido pela SMDH/Sociedade Maranhense de Direitos Humanos; as situações dos assassinatos das jovens Gerlene, Maria Marta (Lei Municipal .º 368/2011 – 28 de agosto) e Edinete; a construção do Plano Municipal de Enfrentamento e a destacad atuação da então conselheira municipal dos direitos, Maria do Carmo Cipriaino Marchesini, falecida em 2010.

Lembrou-se ainda dos caso do menino desaparecido e assassinado  ELSON, e de outro caso emblemático , este na “CPI 2009 (do caso PROVITA)”, como o suicídio de uma jovem mãe, após seu pai ser libertado da prisão por abuso á própria neta.

O Fórum DCA Açailândia ressaltou que principalmente de 2013 para cá, existe de fato uma certa “desmobilização” da rede de atendimento,  revelada sobretudo no praticamente abandono socioassistencial às vitimas, famílias e comunidades, e que a justiça precisa ser completa, no campo jurídico como no campo civil, social. Que é preciso que o COMUCAA, o órgão articulador e mobilizador por excelência do “sgdca/sistema de garantia de direitos de Crianças e Adolescentes” volte a assumir seu papel protagonista, de linha de frente.

A Secretária Municipal de Assistência Social (a qual se vinculam administrativamente os Conselhos COMUCAA e CONTUA, e administrativa-operacionalmente o CREAS, os CRAS,   e outros programas e serviços de promoção  de Direitos), Zetinha Sampaio, atendeu a alguns questionamentos do CONTUA, sobre o funcionamento de alguns desses programas, e anunciou que com o seletivo agora sendo realizado, todos programas contaram com equipes completas e exclusivas, além de mais recursos matérias para atendimento.


(Fotos: Rosalva Macedo)



“Semana Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes” 2017.

Nesta quarta-feira, 17/05, aconteceu no auditório da CÂMARA MUNICIPAL DE AÇAILÂNDIA, a abertura oficial da Semana Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes seguindo o calendário da Campanha Nacional do 18 de maio de 2017 - Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes.
A iniciativa é promovida pelo “Grupo de Monitoramento do Plano Municipal de Enfrentamento à Violência Sexual contra Crianças e Adolescentes”, grupo coordenado pelo CREAS/Centro de Referência Especializado de Assistência Social, que tem como titular a ex-vereadora Rosaúrea Oliveira Ferraz , e vinculado ao COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Açailândia-Maranhão, presidido pela assistente social Ângela Márcia Lima Silva (ambas são representantes da SEMAS/Secretaria Municipal de Assistência Social)
Com o Tema:  “Ele tentou e dessa vez contei para minha mãe”, a campanha tem como finalidade a prevenção e o enfrentamento da violência sexual no estado do Maranhão, com ênfase na autoproteção de crianças e adolescentes contra o abuso e a exploração sexual.
No decorrer da programação várias palestras relacionadas ao tema serão ministradas por autoridades competentes e de conhecimentos abrangentes aos vários tipos de violência.
Consta também na programação, a distribuição de panfleto na quinta-feira (18), a partir das 08h00, no centro comercial de Açailândia, na Av. Dorgival Pinheiro de Sousa, bem como na Praça do Patizal da Vila Ildemar. Na sexta-feira, 19, último dia, o evento se resume em palestras e tem como público alvo alunos, professores, gestores, associações e outros.
A semana municipal de enfrentamento visa divulgar a temática nos diversos meios de comunicação, pautando a mídia e buscando o envolvimento de novos parceiros (as), na perspectiva da sensibilização de crianças, adolescentes, famílias, comunidades e sociedade para a necessidade de instituir a cultura da autoproteção no cotidiano das moradias, creches, escolas, postos de saúde, espaços de lazer, entre outros.

Blog Folha de Cuxá

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