quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Jovens e adolescentes se prostituem na BR-010, diz TV-Mirante/Globo. Açailândia do Maranhão também vive nesta realidade.








(Informe da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia – Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran/CDVDH-CB)

O “Jornal da Mirante, 2ª Edição”, da TV-Mirante Açailândia,  noite de 25/02/2014, apresentado por Celia Fontinele, mostrou-nos  a reportagem “Jovens e adolescentes se prostituem na BR-010”.

Destacou mais a realidade em  Estreito e Porto Franco, mas essa realidade é terrível também aqui em Açailândia do Maranhão, cruzamento das BR-010, a Belém-Brasília, com a BR-222, Açailândia-Santa Luzia.

No chamado “Entroncamento”, o ponto de cruzamento das duas BR federais, de intenso movimento, dois grandes postos de combustíveis e de serviços, e desde sempre local de prostituição, e nos últimos quinze anos, aproximadamente, de exploração sexual infanto-juvenil, não só de meninas como de meninos.

A exploração sexual de meninas e de meninos, lamentavelmente, nunca teve um enfrentamento a altura, ou seja, permanente, contínuo, eficaz.

Algumas “campanhas”, em datas significativas, como a “Semana de Combate”, em meados de maio, e só. Palestras e vídeos para camioneiros, e só.

Os programas e serviços de atendimento psicossocial, educativo e de saúde a Crianças e Adolescentes e suas famílias; Conselho Tutelar, Policias,  Ministério Público, Judiciário, jamais se “integraram” de maneira competente para erradicar a exploração sexual no “Entroncamento” e outros pontos vulneráveis nas rodovias que cortam o município de Açailândia.

Na foto, uma cena, de 2008 num dos postos de combustível e serviços do “Entroncamento”. A personagem, então adolescente prostituída (pois Criança e Adolescente não se prostitui, e sim são prostituídas) seis anos depois, é uma jovem mãe, prostituta, drogada, traficante, que “não consegue deixar a vida”, também pela ineficácia do “sistema de garantia de direitos” e da rede de atendimento, que não consegue “recuperá-la/resgatá-la”.

Constitui protagonista emblemática do fracasso das politicas públicas e das ações sociais de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de Crianças e Adolescentes.  

Sua trajetória e história, rumo à degradação , nos deveria servir de lição de erros e negligências, e de laboratório para testar/planejar uma ação mais resolutiva e concreta, a favor da dignidade humana, aviltada nos “entroncamentos e beiras das BR do Maranhão”, como nos apresentou a reportagem da TV-Mirante.

E agora, entramos no carnaval, período propício a mais exploração, conjugada com o tráfico humano, como nos alerta a “Campanha da Fraternidade”, da CNBB/Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, da Igreja Católica Apostólica Romana, para este 2014.

Açailândia do Maranhão continuará a compor o “mapa da exploração sexual de Crianças e Adolescentes nas rodovias federais brasileiras”?

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Jovens e adolescentes se prostituem na BR-010

Rodovia federal é uma das movimentadas do estado.
Em um trecho de 200 quilômetros foi possível flagrar várias situações.

(Do G1 MA com informações da TV Mirante. Apresentado no “JM 2ª Edição”, TV Mirante-Açailândia, na noite de 25/02/2014

Uma das mais movimentadas rodovias federais que passam pelo Maranhão, a BR-010 (Belém-Brasília), convive com o tráfego intenso de caminhões que levam mercadorias e o progresso para outras cidades maranhenses, mas, ao mesmo tempo, com uma triste realidade: a prostituição infanto juvenil. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), na região tocantina foram detectados seis pontos de vulnerabilidade, localizados entre as BRs 010 e 230, próximo à cidade de Estreito.

Em um trecho de quase 200 quilômetros foi possível flagrar várias situações e encontrar jovens, adolescentes e adultos que fazem do sexo uma forma de ganhar dinheiro. “Tenho que fazer os programas porque tenho um filho para criar”, disse uma das pessoas.

E não é preciso ir longe. A cabine do caminhão vira ponto de encontro para os momentos íntimos. “Tem muita menina que fica fazendo programa. Da meia noite até umas 5h. Costumo cobrar R$ 50, R$ 100 [por programa]”, contou uma adolescente.

Uma das vítimas desta situação é uma menina moradora de Porto Franco. De corpo franzino e baixa estatura, há dois anos ela começou a fazer programas. “Tinha 15 anos. A gente fica aqui passeando no posto, aí aparecem os caminhoneiros e nos chamam para fazer programa”, afirmou.

A jovem cobra por programa R$ 100. Mas a quantia não compensa os danos psicológicos, principalmente a violência doméstica causada por sua madrasta. “Ela me batia de cabo de vassoura", acrescentou. Mesmo assim, a jovem disse que pretende largar a prática e começar uma vida nova: "Quero ser missionária evangélica".

O consumo e o comércio de drogas são comuns e de forma indiscriminada. “A polícia sabe onde tem ‘boca’. A polícia sabe quem trafica, porque existem muitos policiais à paisana”, disse uma das pessoas que costuma realizar programas na área.


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