POR FERNANDO BRITO ·
12/03/2018, no “Tijolaço’
Na coluna Painel, da Folha,
fala-se num espetáculo de hipocrisia que estaria sendo preparado pelo STF.
No julgamento da legalidade do auxílio=moradia
pago a todos os juízes e promotores do país, criar-se-ia uma fórmula
“salvadora”.
Cai o penduricalho, mas seu valor será
compensado nos holerites de suas excelências através de um projeto de lei
aumentando seus vencimentos.
Como os vencimentos já estão no teto, vai-se
ter de aumentar o teto, que é justamente o subsídio pago aos próprios ministros
do STF.
E como o vencimento dos ministros do STF
definem a remuneração de deputados federais e de senadores – e, em efeito cascata –
a dos deputados estaduais e dos judiciários dos estados, a solução agrada
muito mais gente.
Com um detalhe sórdido: o “auxílio-moradia”
seria mantido enquanto tramitar o reajuste amplo, geral e irrestrito.
Nestes tempos de criatividade judicial teremos
criado o “ilegal, mas temporariamente legal”.
Quem sabe até troquemos a balança da Justiça
por uma picareta, para simbolizar melhor o que temos aqui?
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Collor de Melo, então candidato a
presidência a presidência da República, trinta anos atrás, teve como mote de campanha “a caça aos marajás (e o combate à corrupção)”.
Com a caçada
da globo e da direitona casa-grande, já então inimigas mortais do então também
candidato Luis Inácio Lula da Silva, Collor teve o campo livre e se elegeu.
Bem antes da “caça aos marajás”, Jânio
Quadros, a quase sessenta anos, elegeu-se com fantástica votação,
apresentando-se na campanha eleitoral com uma vassoura, com a qual varreria a
corrupção no país.
Deu no que deu, ambos renunciaram, pressionados pelas "dorças ocultas"...
Aqui em Açailândia do Maranhão, lei
municipal (?!?!?!) dos idos noventa, proporcionava “auxilio-moradia” a Vossas Excelências do nobre poder
judiciário maranhense...
Nos meus tempos de juventude e introdução
ao voto, vereador(a) não tinha salário, penduricalho, algum, era realmente
um(a) cidadão(cidadã) que ‘prestava serviços á comunidade’...
E hoje, o que temos? Essa indecência, essa
imoralidade, este fedor e nojeira do tal “auxilio-moradia”, mas não só, como
todos “os penduricalhos”, privilégios da quadrilha organizada (definida pelo
Joesley) que se apossou do Estado (Democrático de Direito... ora, vejam...brasileiro.
Quadrilha com sede e endereços em Brasília, aliás bem mostrados na cena final do ‘Tropa do Elite I’, do José Padilha e do Wagner
Moura, com o bem-dito “... o sistema é foda!”
A nação vai simplesmente 'deixar' acontecer a greve do judiciário - pela manutenção do auxilio-moradia e demais penduricalhos-, prevista para dia 15 agora? Onde estamos, onde vamos parar?...
(Eduardo
Hirata)