sábado, 11 de maio de 2013

A via-crúcis dos mais pobres






Veículo(s)


(Correio Braziliense, citado pelo Portal da ANDI, 10/05/13)



Ser pobre no Brasil vai além de ter pouco dinheiro.
 Significa também pagar mais impostos e juros e viver em um mundo à parte, onde a inflação tem maior peso no bolso do que para o restante da população.
Em abril, o custo de vida da parcela de famílias que recebe até cinco salários mínimos registrou alta de 7,16%, no acumulado de 12 meses, ante 6,49% das demais — o pior resultado em 10 anos para o período.
 Esses brasileiros ainda acabam gastando mais com serviços e produtos financeiros, porque são classificados, pelos bancos, de acordo com a renda, ou seja, quanto menos têm, mais desembolsam em tarifas e taxas de administração.
E, nos investimentos, eles são os que recebem as menores rentabilidades.
 Segundo um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) publicado em 2011, enquanto 32% do ganho dos mais pobres se transformam em pagamento de tributos, a maioria deles indiretos, a parcela de brasileiros com renda maior desembolsa em média 21%.
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·         Não estão aí embutidas explicações para o quadro de ameaças e violações de direitos de Crianças e Adolescentes, nesse nosso injusto Brasil?
A perversidade da nossa distribuição de renda, por exemplo  resulta em desperdício fantástico de alimentos, enquanto muitas das “políticas públicas” de segurança alimentar resumem-se a esporádicas distribuições de cestas-básicas, sobretudo em épocas de festas (páscoa, dia das mães, natal...).
E a comparar a alimentação (merenda) escolar de nossas crianças com os coquetéis, banquetes, recepções “oficiais”, então...