domingo, 14 de julho de 2013

ENTIDADES DISCUTEM CRIAÇÃO DE “FÓRUNS MUNICIPAIS E REGIONAL DO CONTROLE SOCIAL”




(Informe da Secretaria Executiva do Fórum DCA Açailândia)

No dia 13 de julho de 2013, entre  09h00 e 11h00,  na sede do Núcleo Sindical do SINPROESEMMA em Açailândia-MA.  foi realizada uma reunião para discutir a seguinte pauta: proposta de criação de Fóruns Municipais e  Regional do Controle Social.

 A reunião foi fruto de discussões, encaminhamentos e deliberações retiradas nos últimos eventos realizados  em Açailândia (I Conferência Regional da Transparência e Controle Social, em 2011, na Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias; I Encontro Regional de Conselheiros, 2012, na Câmara Municipal e I Encontro de Conselheiros e do Controle Social do Sul do Maranhão, 2013, na ACIA/Associação Comercial e Industrial),   pela Controladoria Geral da União – CGU/Núcleo de Combate à Corrupção, TCE/Tribunal de Contas do Estado, CGE/Controladoria Geral do Estado, SEFAZ/Secretaria de Estado da Fazenda, em parcerias com o COMUCAA/Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e o Núcleo Sindical do SINPROESEMMA, onde se tratou da temática “Transparência e Controle Social”.

Mas o que é a “Transparência”?

De acordo com Lúcio Evangelista, Mestre em Economia do Setor Pública, in “Controle Social versus Transparência Pública: uma questão de Cidadania” :
·          “Em conformidade com a Constituição de 1988, o acesso à informação tornou-se um dos insumos básicos ao exercício da cidadania. Dessa premissa extrai-se o direito do cidadão em conhecer, opinar e acompanhar as decisões governamentais para certificar-se de que os recursos postos à disposição do Estado produziram resultados positivos em prol da coletividade – a atuação popular no sentido de defender direitos e interesses coletivos perante a administração pública é intitulado de controle social. Entretanto, o alcance pleno desse direito, no qual o cidadão interfere e fiscaliza as ações governamentais, em praticamente todas as áreas sob a ação e tutela do Estado, requer a contrapartida governamental no sentido de facilitar o acesso aos dados e informações geradas no âmbito público, além de imprimir esforços para transformar o linguajar tecnicista, próprio do setor público, em linguagem compreensível inclusive ao considerado cidadão comum. O fornecimento de informações pelo setor público à sociedade é denominado de princípio da TRANSPARÊNCIA”.

(obs.: temos ainda  a “Lei da Informação”, Lei Federal n.º 12.527, de 18 de novembro de 2011; a Lei Complementar n.ª 131, de 27 de maio de 2009, que acrescenta dispositivos à Lei Complementar n.º 101, de 04 de maio de 2000 – Lei de Responsabilidade Fiscal)   

 E o que é o “Controle Social”?
Ainda conforme Lúcio Evangelista:
·         “A Constituição Federal de 1988, dentre os vários direitos postos à disposição do cidadão, ensejou como inovação o incentivo à participação popular no processo de elaboração e discussão dos planos, lei de diretrizes orçamentárias e orçamentos, por meio de instrumentos de fortalecimento da participação do cidadão em praticamente todas as áreas sob a tutela e ação do Estado.

·         A participação popular enquanto princípio constitucional ocorre quando o cidadão atua no interesse da coletividade, sem um interesse individual imediato, visando superar alguma situação pelas vias administrativas ou judiciais. Ou seja, ele exerce perante a administração pública o direito de opinar sobre as prioridades, participar, decidir, compartilhar, validar e proteger a aplicação dos recursos públicos na geração de benefícios à sociedade.

·           O acompanhamento da gestão e fiscalização dos gastos no setor público, quando realizados pela própria sociedade, recebe a denominação de CONTROLE SOCIAL. O acesso à informação pública, em conformidade com a Carta Magna, constitui-se em princípio básico do CONTROLE SOCIAL.

·          No entanto, para que o cidadão possa exercer o direito delineado na Carta Cidadã - denominação atribuída pelo saudoso Deputado Federal Ulisses Guimarães -, faz-se necessário que os órgãos integrantes da estrutura do Poder Público disponibilizem dados e informações para que o cidadão, independentemente do seu nível de conhecimento e grau de escolaridade, possa exercer o seu direito de interferir e fiscalizar as ações governamentais.

(Obs.: a participação popular, através de suas organizações representativas, e aqui fundamentam-se os Conselhos, está prevista no artigo 204 da Constituição da República)

Estiveram presentes na reunião: professor Milton Teixeira (Núcleo Sindical do SINPROESEMMA), Eduardo Hirata ( do Fórum DCA Açailândia e Conselheiro Estadual de Direitos da Criança e do Adolescente), James Dean (CDVDH-CB/Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmen Bascaran), Clayton Viana (Movimento Parada Cultural) e Alan Patrique (Conselho do FUNDEB/Buriticupu).

 Justificaram suas  ausências, Jamerson  (Sindicato dos Servidores Públicos de Buriticupu) e Charles Sousa (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Imperatriz). Demais membros, escolhidos no “I Encontro de Conselheiros e do Controle Social do Sul do Maranhão”, não compareceram nem justificaram, assim como outros(as) convidados(as), de Conselhos que manifestaram interesse no tema.

 Depois de uma breve avaliação da realidade atual que envolve os Conselhos, onde se constatou – a falta de formação específica dos(as) Conselheiros(as), o excesso de representação em Conselhos por um(a)  mesmo(a) Conselheiro(a), a necessidade de um fórum de debate e articulação que integre os diversos Conselhos e Foruns e evidencie suas fragilidades e potencialidades entre outros, retirou-se os seguintes encaminhamentos:

·          fica criada provisoriamente uma comissão articuladora, composta pelo SINPROESEMMA/Núcleo Sindical Açailândia, Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos – Carmen Bascarán /CDVDH-CB e o Fórum DCA/dos Direitos da Criança e do Adolescente Açailândia,

·          será marcada uma reunião ampliada, prevista para o dia 03/08 ou 10/08/2013 apenas no período da manhã, envolvendo a CGU/MA e o Núcleo de Combate a Corrupção para tratar da pauta – “Fortalecimento dos Conselhos através da criação de Fóruns Municipais e Regionais de Controle Social e atuação dos Conselhos no processo municipal de elaboração do PPA-Plano PluriAnual/2013-2017, bem como da LOA/Lei Orçamentária Anual 2014”.

·          Também foi ressaltada a importância de envolver nessas discussões, renovando parcerias, com o Ministério Público Estadual e Federal,  Tribunal de Contas da União, Tribunal de Contas do Estado, CGE/Controladoria Geral do Estado e SEFAZ/Secretaria de Estado da Fazenda.

 Finalmente, conclui-se os trabalhos frisando a fragilidade de atuação dos Conselhos e a urgente necessidade de fortalecer, principalmente as representações da  sociedade civil, iniciando pela formação, que seja continuada, e priorizar a criação dos Fóruns Municipais de Controle Social e paralelamente pode-se trabalhar com os Fóruns Regionais.


                (Eduardo Hirata)